Achtung Baby: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m
m Tomei a liberdade de remover as duas vírgulas. Caso o proponente não concorde, pode reverter
Linha 64:
A banda acreditava que a domesticidade era uma "inimiga do rock", precisando desvincular-se da velha imagem do grupo, perante ao público. Na época, com a "Nova Europa" emergindo no final da [[Guerra Fria]], decidiram gravar na cidade de Berlim, servindo como fonte de inspiração para se adquirir uma influência musical ao estilo europeu.<ref name="fricke" />{{sfn|Graham|van Oosten de Boer|2004|p=43}}{{sfn|Flanagan|1996|p=6–7}} As gravações iniciaram-se no [[Hansa Records|Hansa Studios]], um ano após a [[Muro de Berlim#Queda do Muro|queda]] do [[Muro de Berlim]].<ref>{{citar web |url=https://www.theguardian.com/world/2009/nov/05/new-berlin-wall-u2-gig |titulo=New Berlin wall built for U2 gig to mark fall of old one |publicado=The Guardian |autor=Kate Connolly |data=5 de novembro de 2009 |acessodata=8 de outubro de 2019}}</ref><ref>{{citar web |url=https://consequenceofsound.net/2016/11/u2-at-the-end-of-the-world-berlin-and-the-making-of-achtung-baby/ |titulo=U2 at the End of the World: Berlin and the Making of Achtung Baby |publicado=Consequence of Sound |autor=Collin Brennan |data=13 de novembro de 2016 |acessodata=8 de outubro de 2019}}</ref> No passado, vários outros álbuns musicais foram gravadas neste estúdio, incluindo os dois primeiros discos da [[trilogia de Berlim|Trilogia Eletrônica]]: ''[[Low (álbum de David Bowie)|Low]]'' e ''[["Heroes" (álbum)|Heroes]]'' [ambos de [[1977 na música|1977]]].{{sfn|McCormick|2005|p=216}} Em outubro de 1990, o U2 chegou às vésperas da [[Reunificação da Alemanha|reunificação alemã]] na antiga [[Berlim Leste|Berlim Oriental]], no dia [[Dia da Unidade Alemã|3 de outubro]].{{sfn|McCormick|2005|p=216}} Com a expectativa de alcançarem novas composições, acabaram presenciando uma cidade deprimente e sombria.{{sfn|McCormick|2005|p=221}} A queda do Muro de Berlim resultou em um sentimento de desolação na [[Alemanha]]. Enquanto isso, em termos musicais, os membros encontravam-se estagnados durante o início das gravações, somado ao fato de estarem gravando em um antigo salão da organização ''[[Schutzstaffel]]'' (SS), ainda "soando as vibrações ruins" da [[Segunda Guerra Mundial]].{{sfn|McCormick|2005|p=221}}<ref name="prop-berlin">{{citar periódico |url=https://www.atu2.com/news/the-berlin-sessions.html |título=The Berlin Sessions |periódico=Propaganda |via=atu2.com |número=14 |data=Junho de 1991}}</ref>
 
Com o tempo a situação foi se deteriorando, pois a banda estava trabalhando a longos dias e não conseguia entrar em um consenso a respeito do novo estilo musical.<ref name="prop-berlin" /> The Edge ouvia algumas bandas de música eletrônica e [[música industrial|industrial]], como [[Einstürzende Neubauten]], [[Nine Inch Nails]], [[The Young Gods]] e [[KMFDM]].<ref>{{citar web |url=https://www.rollingstone.com/music/music-news/u2-revisit-achtung-baby-and-question-their-future-188607/ |titulo=U2 Revisit ‘Achtung Baby’ – and Question Their Future |publicado=Rolling Stone |autor=Brian Hiatt |data=24 de outubro de 2011 |acessodata=12 de março de 2020}}</ref> Tanto Edge quanto Bono defendiam novas edições musicais ao longo dessa linha de raciocínio. Em contrapartida, Mullen queria um [[rock clássico]], como [[Blind Faith]], [[Cream]] e [[Jimmy Hendrix]], onde ele dizia que "estava aprendendo a 'brincar de batidas'"; assim como [[Adam Clayton]], que estava mais confortável ao som tradicional do álbum anterior, resistindo às inovações propostas.<ref name="fricke" />{{sfn|McCormick|2005|p=215}}{{sfn|McCormick|2005|p=221}} O interesse do guitarrista na [[mixagem]] e [[bateria eletrônica]] fez com que Mullen se sentisse deixado de lado, como baterista.{{sfn|McCormick|2005|p=221}} Lanois estava esperando algo mais "textural, emocionante e cinematográfico" do que os materiais anteriores, não conseguindo compreender as citações de Eno: "inutilidade e irrelevância."<ref name="fricke" /> Agravando mais a interação, houve uma mudança no comportamento da banda com os compositores de longa data: durante aquele período, Bono e The Edge começaram a compor de forma mais estreita, sem a presença de Larry Mullen e Clayton.{{sfn|McCormick|2005|p=215}}{{sfn|Flanagan|1996|p=7}}{{sfn|Graham|1995|p=28}}
 
[[Imagem:U2 in Milan (31515306638).jpg|thumb|220px|direita|Durante as gravações do álbum, [[The Edge]] (''esquerda'') e [[Bono]] (''direita'') começaram a trabalhar mais juntos nas composições.]]
Linha 80:
Durante as sessões em Dublin, Eno enviou ''tapes'' de dois meses gravados, chamando-as de "desastre total". Juntando a banda, ele retirou o que pensava ter um excesso de ''overdub''.{{Nota de rodapé|O termo ''overdub'' significa uma técnica usada na gravação de áudio, na qual uma passagem musical é gravada duas ou mais vezes. Essa prática pode ser encontrada com músicos, bem como com instrumentos ou conjuntos/orquestras.{{sfn|Bartlett|Bartlett|1992|p=209}}}} O grupo acreditava que a sua intervenção salvaria o álbum, teorizando que estavam muito perto da "verdadeira música", conforme explicado: "Se você conhecer uma música muito bem, as mudanças feitas nas mixagens e no [[Baixo elétrico|baixo]] ficam suavizadas. Ainda se pode ouvir o baixo. Acostuma tanto com a presença dele, que tenta compensá-lo e o refaz na mente."<ref>{{citar periódico |url=http://www.rocksbackpages.com/article.html?ArticleID=2327 |título=Brian Eno |autor=Andy Gill |revista=Mojo |data=Junho de 1995 |acessodata=6 de novembro de 2010}}</ref><ref name="eno-prop">{{citar periódico |url=https://www.atu2.com/news/eno.html |título=Eno |revista=Propaganda |via=atu2.com |número=16 |data=1º de junho de 1992}}</ref> Segundo Andy Gill, Eno foi lembrado da ajuda fornecida durante o período de crise, um mês antes do prazo final para terminar as sessões: "Tudo parecia bagunçado", insistindo que a banda tirasse um feriado de duas semanas de trabalho do álbum. O descanso deu-lhes uma perspectiva mais clara, acrescentando determinação.<ref>{{citar periódico |url=http://www.rocksbackpages.com/article.html?ArticleID=8644 |título=Brian Eno: 'So Why Are We Doing This?' |revista=Mojo |autor=Andy Gill |data=Maio de 2001 |acessodata=6 de novembro de 2010}}</ref>{{sfn|Mojo|2007|p=573}}
 
Em julho de 1991, após finalizarem o trabalho em Elsinore, todos os produtores [e também o produtor de longa data do U2, [[Steve Lillywhite]]], mixaram as faixas no Windmill Lane Studios.{{sfn|McGee|2008|p=134–135}}{{sfn|Graham|van Oosten de Boer|2004|p=45}}{{sfn|Flanagan|1996|p=19}} Cada produtor criava sua própria alternativa das canções, e no fim, a banda escolhia as que mais os agradavam — esclarecendo que determinadas características de cada versão, seriam combinadas entre si.{{sfn|Flanagan|1996|p=19}} A gravação adicional continuou em um ritmo frenético até 21 de setembro — incluindo alterações de última hora para as canções "The Fly" e "One".{{sfn|McGee|2008|p=137}}{{sfn|McCormick|2005|p=232}} O guitarrista estimava que metade dos trabalhos realizados fossem feitos nas últimas três semanas para a conclusão das faixas.<ref>{{citar periódico |url=https://www.atu2.com/news/new-zooropa-revue.html |título=New 'Zooropa' Revue |revista=Pulse! |autor=Hugh Fielder |arquivourl=https://eil.com/shop/moreinfo.asp?catalogid=537609 |arquivodata=1º de outubro de 1993}}</ref> Na última noite, foi feito um planejamento de ordenação das canções do álbum. No dia seguinte, The Edge viajou para [[Los Angeles]] com as fitas para a [[masterização de áudio]].{{sfn|McCormick|2005|p=232}}
 
== Composição ==