Emmanuel Zamor: diferenças entre revisões
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[[Ficheiro:Emmanuel Zamor - Crianças negras, o.s.m..jpg|200px|right|thumb|''Crianças negras'', sem data, pintura de Emmanuel Zamor. Acervo do [[Museu Afro Brasil]], [[São Paulo (cidade)|São Paulo]].]]
'''Emmanuel Hector Zamor''' ou '''Manuel Pierre Hubert Zamore''' ([[Bahia]], [[19 de maio]] de [[1840]] - [[França]], [[1917]]), alcunhado '''''Le petit brésilien''''', foi um [[pintor]] e [[cenógrafo]] [[brasileiro]] radicado na França.
Especializou-se na pintura de paisagens e naturezas mortas, sofrendo influências dos artistas ligados à [[escola de Barbizon]] e dos [[Impressionismo|impressionistas]].<ref name="ATextos">{{citar web | autor=Araújo, Emanoel| titulo= Negros pintores| publicado = Arquitextos| url=http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.100/107| formato= |acessodata=28 de junho de 2010}}</ref>
==Vida e obra==
Mulato, oriundo de família humilde, Emmanuel Zamor foi adotado pelo casal
Na [[Europa]], já por volta de 1845, iniciou estudos de [[música]] e [[desenho]]. Frequentou a [[Academia Julian]] de [[Paris]] e começou a trabalhar como cenógrafo. Presume-se, por questões estilísticas, que Emmanuel tenha entrado em contato nessa época com os pintores de Barbizon e com os artistas que logo seriam definidos como impressionistas: [[Paul Cézanne|Cézanne]], [[Pierre-Auguste Renoir|Renoir]], [[Edgar Degas|Degas]], [[Camille Pissarro|Pissarro]], [[Alfred Sisley|Sisley]] e [[Claude Monet|Monet]].<ref name="Itau Biografia">{{citar web | autor=| titulo= Zamor, Emmanuel - Biografia| publicado = Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais| url=http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=1653&lst_palavras=&cd_idioma=28555&cd_item=1| formato= |acessodata=28 de junho de 2010}}</ref><ref name=":0" /><ref name=":1" />
Em 1860, Emmanuel retornou à sua terra-natal, estabelecendo-se em Salvador. Sua pintura, marcada pela sóbria predominância dos tons verde-musgo e ocre, adquire então uma uma nova luminosidade e colorido, onde sobressaem tons de vermelhos e laranjas assimilados da natureza e da atmosfera tropicais. Um [[incêndio]] em sua residência, entretanto, destruiu quase totalmente a sua produção local. Com a morte do pai adotivo, em 1862, Zamor retornou definitivamente à França.<ref name="Itau Biografia"/>▼
▲Em 1860, Emmanuel retornou à sua terra-natal, estabelecendo-se em Salvador. Sua pintura, marcada pela sóbria predominância dos tons verde-musgo e ocre, adquire então uma uma nova luminosidade e colorido, onde sobressaem tons de vermelhos e laranjas assimilados da natureza e da atmosfera tropicais. Um [[incêndio]] em sua residência, entretanto, destruiu quase totalmente a sua produção local. Com a morte do pai adotivo, em
A partir de então, tornam-se numerosas as lacunas em sua biografia. Há uma imagem do artista atribuída a [[Maurice Nadar]],<ref name="ATextos"/> fotógrafo que registrou os mais importantes intelectuais e artistas da França do final do [[século XIX]], o que atestaria algum reconhecimento de seu talento no cenário artístico europeu. Não obstante, as últimas notícias a seu respeito descrevem-no vivendo, casado e sem filhos, em uma situação de miséria, tendo de usar seus trabalhos como lenha para manter-se aquecido no inverno.<ref name="Itau Historico">{{citar web | autor=| titulo= Zamor, Emmanuel - Histórico| publicado = Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais| url=http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=1653&cd_item=3&cd_idioma=28555| formato= |acessodata=28 de junho de 2010}}</ref>▼
A partir de então, tornam-se numerosas as lacunas em sua biografia. Há uma imagem do artista atribuída a [[Maurice Nadar]],<ref name="ATextos" /> fotógrafo que registrou os mais importantes intelectuais e artistas da França do final do [[século XIX]], o que atestaria algum reconhecimento de seu talento no cenário artístico europeu.<ref name=":1" /><ref name="Itau Historico" /><ref name=":2">{{Citar web |url=http://salons.musee-orsay.fr/index/exposant/101757 |titulo=Base Salons |acessodata=2021-08-22 |website=salons.musee-orsay.fr}}</ref><ref name=":3">{{Citar web |url=http://salons.musee-orsay.fr/index/exposant/191268 |titulo=Base Salons |acessodata=2021-08-22 |website=salons.musee-orsay.fr}}</ref>
Emmanuel Zamor seria ignorado pela crítica especializada durante as décadas seguintes e permaneceria desconhecido na historiografia brasileira até o fim do século XX. Em 1984, o ''[[marchand]]'' Rafael Kastoriano "redescobriu" o pintor durante um leilão. Intrigado pela obra de Zamor, Kastoriano arrematou todos os 37 trabalhos disponíveis do artista após descobrir que se tratava de um brasileiro. As obras de Zamor foram exibidas pela primeira vez ao público no [[Museu de Arte de São Paulo]], em 1985. A [[Fundação Armando Álvares Penteado]] dedicou outra mostra, em 1990.<ref name="ATextos"/><ref name="Itau Biografia"/> [[Pietro Maria Bardi]] elogiou sua "viva sensibilidade". [[Júlio Louzada]] o define como "ótimo colorista" e elogia sua estética pré-impressionista: "Zamor soube captar as tonalidades dos verdes, os claros e escuros, que estão em contraste com a luminosidade das flores".<ref name="Itau Criticas">{{citar web | autor=| titulo= Zamor, Emmanuel - Textos Críticos| publicado = Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais| url=http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_criticas&cd_verbete=1653&cd_item=15&cd_idioma=28555| formato= |acessodata=28 de junho de 2010}}</ref>▼
Algumas publicações datadas entre 1884 e 1897, menciona-o como aluno dos pintores Henri Guilmard e Nicolas Berthon. Em 1870 faz sua primeira apresentação no Salão de Paris, como aluno de Nicolas Berthon. Entre 1880 e 1897, expõe no "Salon des Artistes Français", além de Berthon, consta Henri Guilmard como seu professor também.<ref name=":1" /><ref name="Itau Historico" /><ref name=":2" /><ref name=":3" />
Ele casou-se em primeiras núpcias com Olympe-Léontine Lecornu, o qual ele foi professor de piano. Era próximo de [[:fr:Désiré_Guilmard|Désiré Guilmard]], célebre editor e desenhista de móveis, que foi testemunha de seu casamento com Olympe e com quem colaborou com algumas litografias. Olympe falece em 1881 e ele volta a se casar em 1882, com a modista Eugénie Kollmann. <ref name=":1" /><ref name="Itau Historico" /><ref name=":2" /><ref name=":3" />
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▲Emmanuel Zamor seria ignorado pela crítica especializada durante as décadas seguintes e permaneceria desconhecido na historiografia brasileira até o fim do século XX. Em 1984, o ''[[marchand]]'' Rafael Kastoriano "redescobriu" o pintor durante um leilão. Intrigado pela obra de Zamor, Kastoriano arrematou todos os 37 trabalhos disponíveis do artista após descobrir que se tratava de um brasileiro. As obras de Zamor foram exibidas pela primeira vez ao público no [[Museu de Arte de São Paulo]], em 1985. A [[Fundação Armando Álvares Penteado]] dedicou outra mostra, em 1990.<ref name="ATextos" /><ref name="Itau Biografia" /> [[Pietro Maria Bardi]] elogiou sua "viva sensibilidade". [[Júlio Louzada]] o define como "ótimo colorista" e elogia sua estética pré-impressionista: "Zamor soube captar as tonalidades dos verdes, os claros e escuros, que estão em contraste com a luminosidade das flores".<ref name="Itau Criticas">{{citar web | autor=| titulo= Zamor, Emmanuel - Textos Críticos| publicado = Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais| url=http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_criticas&cd_verbete=1653&cd_item=15&cd_idioma=28555| formato= |acessodata=28 de junho de 2010}}</ref>
== Obras ==
* A Palha no Campo, de 1879, óleo sobre madeira<ref>{{Citar web |ultimo=Cultural |primeiro=Instituto Itaú |url=https://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra66503/a-palha-no-campo |titulo=A Palha no Campo |acessodata=2021-08-22 |website=Enciclopédia Itaú Cultural}}</ref>
* A Fundição, de 1880, óleo sobre madeira<ref>{{Citar web |ultimo=Cultural |primeiro=Instituto Itaú |url=https://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra66512/a-fundicao |titulo=A Fundição |acessodata=2021-08-22 |website=Enciclopédia Itaú Cultural}}</ref>
* Paisagem Campestre, de 1881, óleo sobre madeira<ref>{{Citar web |ultimo=Cultural |primeiro=Instituto Itaú |url=https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8506/emmanuel-zamor |titulo=Emmanuel Zamor |acessodata=2021-08-22 |website=Enciclopédia Itaú Cultural}}</ref>
* A Barca na Margem do Lago, de 1891, óleo sobre madeira
* A Cabana, óleo sobre tela
* A Costela, óleo sobre tela
* A Rua de Créteil, de 1907, óleo sobremadeira
* A Eclusa, 1910, óleo sobre tela
* Camarões, de 1916
==Ver também==
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