Golpe de Estado no Brasil em 1964: diferenças entre revisões

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Democraticamente eleito vice-presidente em 1960, Jango, como Goulart era conhecido, assumiu o poder após a renúncia do presidente [[Jânio Quadros]] em 1961 e a [[Campanha da Legalidade]], que derrotou uma tentativa de golpe militar para impedir sua posse. Em seu governo a crise econômica e os conflitos sociais aprofundaram-se. Movimentos sociais em vários meios — político, sindical, camponês, estudantil, as [[Praça-de-pré|praças]] ([[Movimentos de praças no Brasil na década de 1960|baixas patentes militares]]) — militavam pelas [[reformas de base]], propostas também pelo presidente. Ele teve crescente oposição entre a elite, classe média urbana, grande parte do oficialato, [[Igreja Católica no Brasil|Igreja]] e imprensa, sendo acusado de ameaçar a ordem legal e de ser conivente com o comunismo, o caos social e a quebra da [[Hierarquia militar do Brasil|hierarquia militar]]. Ao longo de seu mandato, esteve sob numerosos esforços para pressionar e desestabilizar seu governo e conspirações para destituí-lo. As [[Relações entre Brasil e Estados Unidos no governo João Goulart|relações com os Estados Unidos]] deterioraram e o governo americano aliou-se às forças oposicionistas e seus esforços, apoiando o golpe. Goulart perdeu o apoio do centro, não conseguiu aprovar as reformas no Congresso e no estágio final de seu governo contou com a pressão dos movimentos reformistas para superar a resistência do [[Poder Legislativo do Brasil|Legislativo]], levando ao ápice da crise política em março de 1964.
 
Em 31 de março a rebelião eclodiu em [[Minas Gerais]], conduzida juntamente por militares e alguns governadores. Militares legalistas e rebelados [[Operações militares no golpe de 1964|deslocaram-se para o combate]], mas Goulart não queria a guerra civil. Os legalistas inicialmente estavam em superioridade, mas com a ocorrência de adesões em massa, a situação militar do presidente deteriorou e ele sucessivamente viajou do [[Rio de Janeiro]] a [[Brasília]], [[Porto Alegre]], o interior gaúcho e o [[Uruguai]]. Os golpistas controlavam a maioria do país ao final de 1º de abril, e o [[Rio Grande do Sul]] no dia 2. O Congresso declarou vago seu cargo enquanto ele ainda estava em território nacional, na madrugada do dia 2. Movimentações para defender seu mandato, como a convocação à greve geral, foram insuficientes. Enquanto uma parte da sociedade saudava a autodenominada “revolução”, outra foi alvo de forte repressão. A classe política esperava um breve retorno a um governo civil, mas nos anos seguintes consolidou-se a ditadura de caráter [[autoritário]], [[nacionalista]] e politicamente alinhado aos [[Estados Unidos]].<ref name="Ayerbe">{{citar livro| último =AYERBE | primeiro = Luís Fernando | título =Estados Unidos e América Latina: A construção da hegemonia |editora=Editora Unesp |ano= 2002 |local = São Paulo |página = 229}}</ref>
 
Historiadores, cientistas políticos e sociólogos já deram numerosas interpretações ao evento, que foi tanto a implantação da ditadura militar quanto a última de várias crises políticas da República Populista com oponentes parecidos, como em 1954, 1955 e 1961. No contexto internacional, ele fez parte da [[Guerra Fria]] na [[América Latina]] e ocorreu no mesmo período de vários outros golpes militares na região.<ref>{{citar livro | último = SCHWARZ | primeiro = Roberto |autorlink=Roberto Schwarz |título= Cultura e politica: 1964-1969 |editora=Paz e Terra | ano =2001 |isbn = 978 85 2190393 2 |edição= 2 |url= http://books.google.com.br/books?id=AkMsAAAAYAAJ | acessodata = 20-11-2012}}</ref><ref name="Ayerbe"/>
 
== Terminologia ==