António de Oliveira Salazar: diferenças entre revisões
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O seu percurso no [[Estado português]] iniciou-se quando foi escolhido pelos militares para Ministro das Finanças durante um curto período de duas semanas, na sequência da [[revolução de 28 de Maio de 1926|revolução de 28 de maio de 1926]]. Foi substituído pelo comandante [[Filomeno da Câmara de Melo Cabral]] após o golpe do general [[Gomes da Costa]]. Posteriormente, foi de novo [[Ministério das Finanças (Portugal)|Ministro das Finanças]] entre 1928 e 1932, procedendo ao saneamento das finanças públicas portuguesas.<ref name="História de Portugal.Info">{{citar web|url=https://www.britannica.com/biography/Antonio-de-Oliveira-Salazar|titulo=António de Oliveira Salazar|acessodata=25 de agosto de 2016|publicado=Encyclopædia Britannica}}</ref> Ficou também para a história como o estadista que mais tempo governou Portugal, desempenhando [[8.º governo da ditadura (Portugal)|funções em ditadura]] entre 1932 e 1933, e de forma autoritária, desde o início da [[Estado Novo (Portugal)|Segunda República]] até ser destituído.
Figura
Inspirado no fascismo e apoiando-se na [[Doutrina Social da Igreja|doutrina social]] da [[Igreja Católica]], Salazar orientou-se para um [[corporativismo]] de Estado, com uma linha de acção económica [[Nacionalismo|nacionalista]] assente no ideal da [[autarcia]]. Esse seu nacionalismo económico levou-o a tomar medidas de [[Protecionismo|proteccionismo]] e [[isolacionismo]] de natureza fiscal, tarifária, alfandegária, para Portugal e suas [[Império Português|colónias]], que tiveram grandes impactos positivos e negativos durante todo o período em que exerceu funções.
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== Últimos anos ==
[[Ficheiro:Salazar agradece os cuidados de que foi alvo, no dia 28 de Abril de 1969 (o seu 80.º aniversário), em São Bento, como se continuasse à frente do Governo.png|esquerda|miniaturadaimagem|303x303px|Salazar agradece publicamente os cuidados médicos que recebeu, no dia do seu 80º aniversário (28 de abril de 1969), no Palácio de São Bento, falando como se ainda fosse Presidente do Conselho de Ministros.]]
O princípio do fim de Salazar começou finalmente a 3 de agosto de 1968, no [[Forte de Santo António da Barra|Forte de Santo António]], no Estoril. A queda de uma cadeira de lona, deixada em segredo primeiro, acabou por ditar o seu afastamento do Governo.
António de Oliveira Salazar preparava-se para ser tratado pelo calista, quando se deixou cair para uma cadeira de lona. Com o peso, a cadeira cedeu e o chefe do Governo caiu com violência, sofrendo uma pancada na cabeça, nas lajes do terraço do forte onde anualmente passava as férias, acompanhado pela governanta Maria de Jesus. Levantou-se atordoado, queixou-se de dores no corpo, mas pediu segredo sobre a queda e não quis que fossem chamados médicos, segundo conta Franco Nogueira.<ref>Salazar, Volume VI - O Último Combate (1964-70).</ref> Outra testemunha, o barbeiro Manuel Marques, contraria esta tese. Segundo ele, Salazar não caiu na cadeira, que estava fora do lugar, mas tombou no chão desamparado. Segundo Marques, Salazar costumava ser distraído e tinha o hábito de «saltar para as cadeiras». Nesse dia, preparando-se para ler o jornal, caiu onde habitualmente estava uma cadeira, mas que nesse dia tinha sido movida.<ref name="mascarasdesalazar">DACOSTA, Fernando - ''Máscaras de Salazar'', Lisboa, Casa das Letras, 2006, ISBN 972-46-0851-4</ref> Ainda outra testemunha diz que Salazar não caiu de uma cadeira, e sim de uma banheira, testemunha essa que acompanhou Salazar da casa de banho até ao quarto no dia do sucedido.<ref>{{Citar web|url=http://dn.sapo.pt/2009/02/08/media/salazar_sic_caiu_banheira_e_da_cadei.html|título=Salazar caiu na banheira e na cadeira" in ''Diário de Notícias''|acessodata=2009-02-13|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090211085008/http://dn.sapo.pt/2009/02/08/media/salazar_sic_caiu_banheira_e_da_cadei.html|arquivodata=2009-02-11|urlmorta=yes}}</ref>
A vida de António de Oliveira Salazar prosseguiu normalmente e só três dias depois, a 6 de agosto, é que o médico do presidente do Conselho, Eduardo Coelho, soube do sucedido, não tendo sido chamado de urgência, mas apenas para uma consulta de rotina previamente agendada. Embora não tivesse encontrado alterações suspeitas num exame neurológico, o médico aconselhou vigilância a eventuais sintomas de hematoma cerebral
Na sequência destes acontecimentos, o presidente da República, [[Américo Tomás]], aconselha-se com vários médicos portugueses e estrangeiros, que são unânimes quanto à irreversibilidade do estado de saúde de Salazar, o qual ficaria incapacitado mesmo em caso de sobrevivência, e reúne, a 17 de setembro, o Conselho de Estado, com vista a proceder à substituição de Salazar.<ref name="Expresso1"/> O presidente da República nomeou [[Marcello Caetano]] presidente do Conselho de Ministros e Salazar foi afastado do governo em 27 de setembro de 1968, aquando da tomada de posse de Marcello Caetano.<ref>Ver {{citar web|url=http://dre.pt/pdfgratis/1968/09/22900.pdf|título=Decreto N° 48597|publicado=dre.pt}} da Presidência da República.</ref> A 4 de outubro desse ano, por ocasião do 58.º aniversário da Implantação da República, foi agraciado com o Grande-Colar da [[Ordem do Infante D. Henrique]].<ref name="OHn"/> Entretanto, Salazar regista algumas melhorias, conseguindo sair do coma profundo, mas revelando, em novembro, sequelas significativas do AVC, nomeadamente paralisia de alguns membros do corpo e perda de memória recente, não prevendo os médicos, segundo os boletins clínicos, quaisquer melhorias das lesões cerebrais.<ref name="Expresso2">{{Citar web|url=https://expresso.pt/dossies/dossiest_actualidade/doss_salazar_40_anos/o-ventilador-que-salvou-a-vida-de-salazar=f596480|titulo=O ventilador que salvou a vida de Salazar|acessodata=2022-07-26|website=Jornal Expresso|lingua=pt-PT}}</ref><ref name="Expresso1"/> A 15 de dezembro, o neurocirurgião Vasconcelos Marques propõe à direção clínica do Hospital da Cruz Vermelha, em nome do presidente da República, Américo Tomás, a alta clínica de Salazar, considerando que uma recuperação total de Salazar não seria possível e que este deveria prosseguir os tratamentos de enfermagem no Palacete de São Bento.<ref name="Expresso2"/> Contudo, a 19 de dezembro, Vasconcelos Marques deixa, em conflito com Eduardo Coelho, de colaborar no tratamento de Salazar, que acaba por apenas abandonar o Hospital da Cruz Vermelha a 5 de fevereiro de 1969.<ref name="Expresso1"/>
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[[Ficheiro:Interior da Igreja dos Jerónimos contendo a urna de Salazar e vendo-se em primeiro plano o Cardeal-Patriarca de Lisboa, Manuel Gonçalves Cerejeira.png|esquerda|miniaturadaimagem|Funeral de Estado de António de Oliveira Salazar, presidido pelo Cardeal [[Manuel Gonçalves Cerejeira|Cerejeira]].]]
[[Ficheiro:Original Salazar gravestone.jpg|miniaturadaimagem|Campa de Salazar no Cemitério do [[Vimieiro (Santa Comba Dão)|Vimieiro]].]]
Faleceu
== Os amores de Salazar ==
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