Estação Suruí

Estação de trem

Suruí é uma estação de trem do Rio de Janeiro. Com uma média de 35 mil passageiros por mês, Suruí é a estação de maior movimento do Ramal Guapimirim, superando a Estação Magé.

Suruí
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Esta%C3%A7%C3%A3o_Suru%C3%AD.jpg Estação Suruí (2004)
Informações
Estação Suruí está localizado em: Baixada Fluminense e parte da cidade do Rio de Janeiro
Estação Suruí
Localização da Estação Suruí
Coordenadas 22° 39' 46.7" S 43° 7' 44.3" O
Administração SuperVia
Uso Atual Estação de trens metropolitanos
Código RJ-1893
Sigla SUR
Linha Linha Guapimirim
Integração Terminal rodoviário
Estrutura Superfície
Níveis 1
Plataformas 1
Serviços Acesso à deficiente físico
Outras Informações
Inauguração 02 de dezembro de 1926 (97 anos)
Movimento
Passageiros (2019) 35.000 Aumento55%
Próxima Estação
Sentido Saracuruna
Parada Mauá (desativado)
Parada Santa Dalila
Suruí
Parada Santa Guilhermina
Sentido Guapimirim

A estação foi operada pela Central até 29 maio de 2011, quando o Ramal de Guapimirim foi repassado para SuperVia.

História da Estação editar

A estação de Suruí foi inaugurada em 1926. Junto a ela foi aberta, nos anos 1950, pela Leopoldina, uma usina de 40 m3/hora para a britagem e classificação de pedra para lastreamento de via.[1]

 
Locomotiva 345 da Leopoldina usada para as cenas do filme Pistoleiro Bossa Nova (1960).

A linha ligando Rosário (atual Saracuruna) a Visconde de Itaboraí, projetada desde 1890 pela Leopoldina, somente foi entregue em 1926 devido a inúmeros entraves burocráticos que foram aparecendo pelo caminho durante esses 36 anos. Na prática, foi essa linha que ligou as cidades do Rio de Janeiro e Niterói, contornando a Baía de Guanabara, passando por Magé e dando acesso também do Rio de Janeiro a Teresópolis e a linha do Litoral da Leopoldina. A linha cruzava a antiga ferrovia E.F. Mauá na estação do Entroncamento, hoje Bongaba, estação que foi desativada em 2011.

A linha atualmente liga a cidade do Rio de Janeiro a Guapimirim. Os trechos entre Saracuruna e Visconde de Itaboraí foi desativado.

Suruí, assim como Magé e Guapimirim são as únicas estações que possuem sua edificação original desde de sua inauguração em 02 de Dezembro de 1926.

Locação de Filme editar

 
Bastidores do filme Pistoleiro Bossa Nova, filmado na Estação Suruí em 1959.

No filme Pistoleiro Bossa Nova, de 1960, toda sequencia inicial é realizada no Ramal Guapimirim de Suruí até Magé, inclusive com cenas na estação Suruí.

Além de ser possível ver a estação em seus tempos de glória - ainda sem nenhuma modificação em sua estrutura da plataforma -, é possível também ver o antigo Ramal Pedreira, com cargueiros carregados de britas para os trilhos do ramal.

No longa é possível ver também a Locomotiva 345 da Leopoldina, além dos vagões de bagageiros e de passageiros originais.

Dois funcionários da Estrada de Ferro Leopoldina que trabalhavam na estação e fizeram figuração no filme são mencionados nos créditos iniciais, são eles respectivamente: Lourenço Ribeiro de Castro e Albino Ribeiro, provavelmente o despachante (quarto homem da direita para a esquerda na imagem) e o maquinista (imagem acima).

Cenário de Festas e Protestos editar

No dia 04 de Julho de 1940, os moradores receberam autoridades notórias da época, como o então Ministro do Transportes João de Mendonça Lima, o Interventor Amaral Peixoto e o prefeito da cidade, Dr. Jacob Averbach, para a celebração da volta da parada dos trens com destino a Teresópolis na estação.

 
Locomotiva da Leopoldina parada na estação Suruí com o elenco de Pistoleiro Bossa Nova.

Em Junho de 1940, a diretoria da Estrada de Ferro Central do Brasil, que administrava o ramal na época, tinha, sem nenhum motivo aparente, suspendido a parada dos trens da linha Teresópolis na estação. A ação causou revolta aos moradores da então Vila Suruí, que, com a suspensão da parada, tinham que ir até a estação Magé para conseguir chegar ao Rio de Janeiro. Os moradores então resolveram procurar as autoridades locais para relatar o ocorrido e resolver o problema, já que a grade de horários dos trens que iam e vinham de Teresópolis atendia melhor a população da região, que utilizavam os trens para o transporte de mercadorias que produziam nas lavouras para o Mercado Municipal da cidade do Rio de Janeiro.

No dia 01 de Julho de 1940 os trens voltaram a parar na estação graça a intervenção de autoridades locais, que foram recebidas no dia 04 com bandeirolas, flores e foguetes para comemoração. O fato foi noticiado no Diário de Notícias.

Incêndio editar

 
Painel de informações da estação Suruí no dia 9 de Dezembro de 2018 ainda com a antiga identidade visual da SuperVia.

Em 17 de Fevereiro de 2003, um incêndio atingiu o prédio da estação. O caso se deu porque um grupo de trabalhadores, revoltados com o atraso do trem de 4h12 da madrugada que não chegaria devido a problemas na composição e nos trilhos, com isso começaram a quebrar e atear fogo na estação.[2]

O caso foi noticiado no Jornal O Dia na manhã seguinte: "Um grupo de passageiros irritados com a paralisação do trem que circula no ramal Guapimirim-Saracuruna quebrou, saqueou e incendiou a Estação de Suruí, em Magé, no fim da madrugada de ontem. Parte do telhado foi destruído e uma das salas foi queimada. Documentos da estação, um botijão de gás, o microfone usado no sistema de som que anuncia os horários, cadeiras e mesas foram roubados. A destruição começou por volta das 5h. Ao saber que o trem que vinha de Guapimirim e deveria chegar às 4h12 não estava circulando devido a problemas nos trilhos, os passageiros se revoltaram e começaram a quebrar a estação".

O atraso na chegada do corpo de bombeiros e a demora para apagar o incêndio acabou comprometendo o funcionamento da estação, que só foi reaberta um mês depois. O ramal só voltou a ativa também no mesmo período, já que a trem levou o mesmo tempo para reparo.

Dias Atuais editar

2018 editar

 
Foto tirada no dia 9 de Dezembro de 2018, 7 dias depois do aniversário de 92 anos da estação Suruí.

Atualmente a estação encontra-se abandonada e sem qualquer tipo de segurança. A passagem não é cobrada, as catracas, que antes davam acesso a estação pela esquina da Avenida Isabel de Paula com a Rua Capitão José de Paula foram retiradas e o acesso é totalmente livre sem nenhum tipo de controle.

Um agente de segurança, que raramente aparece para o trabalho, fica encarregado por vigiar a estação, mas a reclamação dos moradores sobre o mesmo é recorrente. Parte da iluminação está queimada e o mato alto toma conta da via-férrea, o que cobre grande parte do montante de lixo que é descartado próximo a linha de cruzamento da estação.

Constantemente denuncias são feitas a Polícia Militar do Rio de Janeiro sobre usuários de drogas que se fazem o consumo em um anexo da estação, mas pouco é feito quanto a isso.

Apesar de ter completado em 02 de Dezembro de 2018 noventa e dois anos (92) a estação não recebeu nenhum tipo de melhoria ou reforma por parte da SuperVia ou do Governo do Estado do Rio de Janeiro. A Prefeitura Municipal de Magé, também se ausentou do entorno da estação ou de qualquer tipo de manutenção.

O serviço prestados ao moradores é feito irregularmente e apenas os que necessitam utilizam diariamente os trens e a estação do Ramal Guapimirim.


2019 editar

 
Nova iluminação na estação que foi substituída em 17 de Fevereiro de 2019 após sucessivas reclamações e aumento na demanda.

Após sucessivos pedidos para que a estação fosse reformada pela SuperVia em comemoração aos 92 anos desde sua inauguração, o pedido foi atendido, mas o aumento na demanda de passageiros no Ramal Guapimirim entre os anos de 2018 e 2019 foi um dos principais fatores que contribuíram para isso.

Outra reclamação recorrente era quanto ao estado de conservação e limpeza, não só do prédio da estação, mas também do entorno da via. A falta de agente de controle e segurança era uma reclamação recorrente, e com o prédio estando a própria sorte, se tornou o local ideal para o consumo de entorpecentes e relações sexuais. Por muitas vezes o local também era usado como "banheiro público", o que torna impossível a permanência de passageiros nas plataformas por muito tempo.

 
O parapeito da estação que começou a ser reformada no dia 18 de Março de 2019 ainda inacabada com a tinta fresca.

Em Fevereiro de 2019 o cenário já começava a mudar, com a presença de um agente de controle e segurança e com a manutenção na conservação e limpeza do prédio tornaram o local mais sociável, limpo e agradável, mas nem todos os problemas tinham sido resolvidos e algo ainda incomodava: a falta de iluminação a noite, visto que os agentes de controle não permaneciam até a passagem do último trem na estação e falta de conservação na via, que ainda continuava com o mato alto e atrapalhava a passagem entre a entrada principal e a estação.

No dia 17 de Fevereiro a tão aguardada manutenção na iluminação no prédio e entorno da estação aconteceu, atraindo ainda um maior número de passageiros devida a divulgação da grade horária fixa por moradores divulgada em uma página não oficial do Ramal Guapimirim nas redes sociais, que queriam utilizar o meio de transporte, mas tinham receio quanto a segurança.

No dia 18 de Março de 2019, 1 mês depois da manutenção da iluminação da estação, que por si só conseguiu atrair 10 mil passageiros por dia durante o Carnaval, foi iniciada a reforma do prédio da estação.

Renovação na pintura, remoção de entulhos que foram despejados irregularmente na área do entorno da estação e controle de vegetação foram uma das prioridades no repaginamento da estação, bem como a utilização reservado entre os banco para o paisagismo recebeu flores.

A conservação do prédio agora se dá na manutenção da limpeza. Até o fim do ano parte da estação deve ser fechada para a instalação de catracas.

Referências editar

  1. «Suruí -- Estações Ferroviárias do Estado do Rio de Janeiro». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 23 de outubro de 2018 
  2. «Folha de S.Paulo - Rio: Passageiros depredam estação de trem - 18/02/2003». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 22 de outubro de 2018