Estação de tratamento de água

tratamento da água

Estação de tratamento de água ou também abreviado como ETA é um local em que realiza a purificação da água captada de alguma fonte para torná-la própria para o consumo[1] e assim utilizá-la para abastecer uma determinada população[2]. A captação da água bruta é feita em rios ou represas[3] que possam suprir a demanda por água da população e das indústrias abastecidas levando em conta o ritmo de crescimento[4]. Antes que vá para o sistema de distribuição de água através de adutoras, passa por um processo de tratamento com várias etapas.

Estação de tratamento de água da Copasa no município brasileiro de Coronel Fabriciano, no interior do estado de Minas Gerais, onde é extraída e tratada a água fornecida a boa parte da Região Metropolitana do Vale do Aço.

Processo de tratamento convencional editar

 Ver artigo principal: Purificação de água

Nas estações de tratamento de água (ETAs) de abastecimento no Brasil, a tecnologia mais utilizada é a do tipo ciclo completo, que consiste nas operações unitárias de coagulação, floculação, sedimentação (ou flotação) e filtração, seguidas pela desinfecção, fluoração e estabilização final. Para que o tratamento resulte em um bom desempenho é fundamental que a coagulação seja eficiente. O bom funcionamento dessa primeira etapa está diretamente relacionado ao sucesso das operações posteriores.[5][nota 1]

O processo de tratamento utiliza processos físicos e químicos para que a água adquira as propriedades desejadas que a tornem própria para o consumo humano. A primeira etapa do tratamento é o gradeamento, que se utiliza de grades para deter impurezas maiores como vegetais sobrenadantes, depois disso a água segue para uma etapa de floculação quando através de agentes químicos (coagulantes), como o cal ou o sulfato de alumínio,sais de ferro III ou policloreto de alumínio(PAC), as partículas de sujeira se aglomerarem[6] para em seguida decantarem no fundo de um tanque de decantação [7].

Em seguida a água passa por uma etapa de filtração, passando através de filtros compostos por carvão, areia e cascalho[6]. Por final, recebe aditivos químicos a qual corrige a acidez da água como a cal hidratada. Em seguida é adicionado o cloro que age como desinfetante e o flúor que é adicionado para reduzir o problema com cáries na população.

Processo de tratamento por filtração direta (Micro floculação) editar

Neste processo, todas as etapas do tratamento convencional se repetem, exceto a etapa de decantação, pois esta é realizada diretamente dentro dos filtros de areia. Portanto, na planta de tratamento não existem decantadores.

Processo de Flotação editar

A flotação é utilizada em águas de alta turbidez ou ainda em águas provenientes de mananciais estáticos como lagos e represas.

O processo também possui diversas etapas parecidas com o processo de filtração direta, porém ao invés de tanques de decantação (nos quais os flocos são depositados no fundo do decantador por possuírem maior densidade), aqui ocorre o processo inverso, ou seja, os flocos flotam graças à adição de microbolhas de ar comprimido no fundo do flotador, que ao aderirem aos flocos os conduzem para cima, e estes são separados da água pela parte de cima e recolhidos nas laterais do flotador.

A razão para a utilização deste processo em águas de alta turbidez é explicada pela maior eficácia na remoção dos flocos, e menor índice de flocos restantes para o próximo processo, a filtração, tornando o conjunto do tratamento ainda mais eficiente.

No caso da utilização em águas provenientes de mananciais estáticos como lagos e represas, é muito interessante a utilização da flotação pois esta é altamente eficiente na remoção de algas cianofíceas que pela natureza destes mananciais são muito abundantes, e por produzirem neurotoxinas (especificamente cianotoxinas), são indesejáveis em águas para o abastecimento humano. A importância da flotação neste aspecto é ligada ao fato de que o tratamento convencional é incapaz de remover algas e ciano toxinas.

No Brasil editar

Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico realizada pelo IBGE em 2008 a água tratada não chega a 21,4% das residências no país[8]. Em São Paulo está localizada uma das maiores estações de tratamento do mundo, a de Guaraú[3], parte do Sistema Cantareira[9], que produz cerca de 33,0 m³/s. Desde 1975 há obrigatoriedade da fluoretação da água tratada no país[10].

Notas

  1. Este trecho incorpora texto em licença CC-BY-4.0 da obra citada.

Ver também editar

Referências

  1. «estação de tratamento de água». Lextec - Léxico Técnico. Consultado em 17 de janeiro de 2011 
  2. «estação de tratamento de águas». Infopédia. Consultado em 17 de janeiro de 2011 
  3. a b «Como funciona uma estação de tratamento de água?». Planeta Sustentável. Consultado em 17 de janeiro de 2011 
  4. «Tratamento da Água». COPASA. 11 de janeiro de 2007. Consultado em 17 de janeiro de 2011 
  5. Kamiwada, Wagner Yukio; Andrade, Priscila Vega; Reis, Adriano Gonçalves dos (2 de dezembro de 2020). «Emprego do cloreto de polialumínio em estudos de tratabilidade de água de abastecimento via coagulação, floculação e sedimentação». Engenharia Sanitaria e Ambiental: 667–676. ISSN 1413-4152. doi:10.1590/S1413-4152202020180005. Consultado em 27 de julho de 2021 
  6. a b «Estação de tratamento de água». Água Online. Consultado em 17 de janeiro de 2011 
  7. «Faxina aquática». Planeta Sustentável. Consultado em 17 de janeiro de 2011 
  8. «Água tratada não chega a 21,4% dos domicílios brasileiros». O Globo. Consultado em 17 de janeiro de 2011 
  9. «ETA Guaraú». DAE São Caetano do Sul. Consultado em 17 de janeiro de 2011 
  10. «Decreto 76.872 de 22 de dezembro de 1975». Presidência da República Federativa do Brasil. Consultado em 17 de janeiro de 2011