Estado arquipelágico

certos países formados por um arquipélago

Um Estado arquipelágico é uma designação usada para certos países insulares que consistem em um arquipélago. A designação é legalmente definida pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar.

Mapa das Bahamas

Em várias conferências,[1] Fiji, Indonésia, Papua Nova Guiné, Bahamas e Filipinas são os cinco estados soberanos originais que obtiveram aprovação na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar assinada em Montego Bay, Jamaica, em 10 de dezembro de 1982 e qualificados como estados arquipelágicos[2]

Definição jurídica editar

 
Selo indonésio que comemora a declaração do primeiro-ministro Djuanda sobre o caráter arquipelágico do estado indonésio em 1957

A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar define um arquipélago como:

"Um grupo de ilhas, incluindo partes de ilhas, águas contíguas e outras características naturais que têm relações tão estreitas entre si que, inerentemente, formam um todo geográfico, econômico e político, ou são historicamente considerado como tal."

Estados arquipelágicos são estados compostos de grupos de ilhas que formam um estado como uma única unidade, com as ilhas e as águas dentro das linhas de base como águas internas. De acordo com este conceito ("doutrina arquipelágica"), um arquipélago será considerado como uma unidade única, de modo que as águas em redor, entre e ligando as ilhas do arquipélago, independentemente da sua largura e dimensões, fazem parte das águas internas dos Estados e estão sujeitas à sua soberania exclusiva

A passagem inocente não é considerada suficiente para garantir a navegação marítima internacional. Assim, as grandes nações marítimas reivindicaram um direito mais amplo, descrito como "direito de passagem inocente pelas rotas marítimas arquipelágicas, sob condições semelhantes às da "passagem em trânsito" pelos estreitos.. Este direito de passagem inocente, no entanto, não é totalmente reconhecido pela Indonésia, que gostaria de impor rotas obrigatórias cruzando o arquipélago, com aviso prévio, especialmente para navios de guerra.[3]

A aprovação das Nações Unidas para os cinco Estados soberanos como Estados arquipélagos respeita[4] os acordos existentes com outros países e reconhece os direitos tradicionais de pesca e outras actividades legítimas dos países vizinhos imediatamente adjacentes em certas áreas situadas nas águas arquipelágicas. Os termos e condições para o exercício de tais direitos e atividades, incluindo a natureza, a extensão e as áreas a que se aplicam, serão, a pedido de qualquer um dos países envolvidos, regulados por acordos bilaterais entre eles. Tais direitos não serão transferidos ou compartilhados com países terceiros ou seus nacionais. [5]

Lista editar

País Continente Região
  Austrália Oceânia Australásia
  Bahamas América do Norte Índias Ocidentais
  Cabo Verde África Macaronésia
  Chipre Europa Europa meridional
  Comores África África Oriental
  Cuba América Central Antilhas
  Fiji Oceânia Melanésia
  Filipinas Ásia Sudeste Asiático
  Groenlandia América do Norte
  Haiti América Central Antilhas
  Ilhas Marshall Oceânia Micronésia
  Ilhas Salomão Oceânia Melanésia
  Indonésia Ásia Sudeste Asiático
  Irlanda Europa Europa Setentrional
  Islândia Europa Europa Setentrional
  Jamaica América Central Antilhas
  Japão Ásia Extremo Oriente
  Kiribati Oceânia Micronésia
  Madagascar África África Oriental
  Maldivas Ásia Ásia Meridional
  Malta Europa Europa meridional
  Micronésia Oceânia Micronésia
  Nova Zelândia Oceânia Australásia
  Palau Oceânia Micronésia
  Papua Nova Guiné Oceânia Melanésia
  Reino Unido Europa Europa Setentrional
  República Dominicana América Central Antilhas
  São Tomé e Príncipe África África Central
  São Vicente e Granadinas América Central Antilhas
  Seychelles África África Oriental
  Sri Lanka Ásia Ásia Meridional
  Taiwan Ásia Extremo Oriente
  Tuvalu Oceânia Polinésia
  Vanuatu Oceânia Melanésia

Veja também editar

Referências editar