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Na mitologia grega, Eurídice (em grego: Ευρυδίκη, transl.: Eurydíkē) é uma ninfa pela qual Orfeu desce às profundezas de Hades.

Versão de Pseudo-Apolodoro editar

Eurídice foi mordida por uma cobra, e morreu, sendo levada ao Submundo[1]. Orfeu, seu marido, filho da musa Calíope e de Apolo ou de Oeagrus, desce ao submundo e convence Hades a deixar que ela voltasse ao mundo dos vivos[1]. O deus deixa, mas com a condição de que Orfeu não olhasse para trás até que ele chegasse à sua casa, mas Orfeu desobedece, vê sua esposa, e ela volta a Hades[1].

Versão de Pausânias editar

Pausânias critica os gregos por acreditarem em muitas histórias inverídicas, dentre elas a história de que Orfeu era filho de uma musa[Nota 1] e desceu ao Hades.[2] Orfeu teria ido a Aornum na Tesprócia[Nota 2] onde havia um oráculo dos mortos, acreditando que o espírito de Eurídice o seguia; mas o espírito foi embora quando ele se virou, e, por tristeza, ele cometeu suicídio.[3]

Outra versão do mito editar

 
Eurídice e Orfeu por Nicolas Poussin

Eurídice era uma auloníade e encontrou sua morte no vale do rio Pineios, na Tessália, pelas mãos de Aristeu, filho de Apolo e de Cirene, outra ninfa.

O desejo de vingança de Cirene fez com que essa ninfa se transformasse numa cobra venenosa, a qual picou Eurídice enquanto esta fugia de Aristeu.

Desesperado, Orfeu tocou e cantou músicas tão tristes que todos os deuses e ninfas choraram.

Aconselhado por esses deuses, Orfeu desceu ao mundo inferior e, através da música, amaciou o coração de Hades e Perséfone, que permitiram o retorno de Eurídice à superfície, sob a condição de que Orfeu caminhasse sempre à sua frente, sem olhar para trás até que alcançassem o mundo superior.

Mas Eurídice tropeça e arqueja "Orfeu!" fazendo-o olhar para trás. Imediatamente, Eurídice é puxada de volta ao mundo inferior e Orfeu perde a sua amada, encontrado-a somente mais tarde após a sua morte nos Campos Elísios.

Variações editar

O mito de Eurídice é, possivelmente, uma adição tardia aos mitos de Orfeu. O título Eurudike ("aquela cuja justiça é sábia") era um dos epítetos atribuídos no culto de Perséfone.

O mito pode também ser derivado de outro, onde Orfeu desce ao Tártaro e seduz a deusa Hécate.

Ligações externas editar

Notas e referências

Notas

  1. As musas eram virgens
  2. Pausânias tem uma opinião muito engraçada sobre a Tesprócia: o lugar serviu como inspiração para Homero representar o Hades

Referências

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