Fémio /ˈfmiəs/ (em grego: Φήμιος, Phēmios), filho de Terpes, foi um aedo da época primitiva, que tanto na Ilíada como na Odisseia homérica[1][2], recitava narrativas em divinas atuações de canto da poesia lírica grega. Alegrava, com a sua arte, os banquetes do palácio de Ulisses, em Ítaca, com cantos aos feitos de homens e deuses, para deleite dos mortais, e que celebram os aedos. A audiência era composta em grande parte pelos pretendentes (proci). Cantava o preclaro aedo entre os que silenciosos o escutavam, com o seu canto consolador, a voz demiúrgica do poeta;[3] dos Aqueus cantava o regresso funesto de Troia que Palas Atena impôs. Acabou poupado da morte enquanto Ulisses juntamente com o seu filho Telémaco, protegido por Atena, se preparavam para matar os pretendentes e os maus servidores que importunavam Penélope,[4] com pretensões que iam para além da sua sucessão. Fémio e ao arauto Médon são livrados[5] e, no desfecho da história, Odisseu instrui Fémio para encenar cantigas de noivado, dissimulando os gritos dos pretendentes que morreram.[6]

Referências

  1. Homérico, Odisseia, 1. 154; 337; etc.
  2. Cardoso 2009, p. 298
  3. Revista da Faculdade de Letras; 1985, Universidade de Lisboa, ed.3-5, p.21
  4. Homérico, Odisseia, 1.325-27.
  5. Homérico. Odisseia, 22.330-77.
  6. Gonc̦alves 1997, p. 21

Bibliografia editar

  • Gonc̦alves, Maria Isabel Rebelo (1997). Épica, épicas, épica camoniana. Universidade do Wisconsin - Madison: Edic̦ões Cosmos. 88 páginas. ISBN 9727620566. Consultado em 20 de maio de 2015 
  • Cardoso, Jerónim (2009). Obra literária: Prosa latina Volume 1 de Obra literária, Telmo Corujo dos Reis Portugaliae monumenta neolatina ed. [S.l.]: Imprensa da Univ. de Coimbra. 410 páginas. ISBN 9898074884