Filipe III de Croÿ (em francês: Philippe III de Croÿ; Valenciennes, 10 de julho de 1526 — Veneza, 11 de dezembro de 1595) foi estatuder de Flandres, e herdou as propriedades da antiga e rica família de Croÿ.[1] Tornando-se soldado, recebeu de Filipe II, rei da Espanha, o título de Cavaleiro da Ordem do Tosão de Ouro, e foi mais tarde empregado em tarefas diplomáticas.[1]

Filipe III
Filipe III de Croÿ
Retrato de Filipe III de Croÿ
Nascimento 10 de julho de 1526
Valenciennes
Morte 11 de dezembro de 1595 (69 anos)
Veneza
Progenitores
  • Filipe II de Croÿ
  • Ana de Croÿ
Cônjuge Johanna Henriette van Halewyn
Filho(a)(s) Carlos III de Croÿ, Ana de Croÿ-Chimay, Margarida de Croÿ-Aarschot
Irmão(ã)(s) Carlos II de Croÿ, Carlos Filipe de Croÿ
Ocupação político, diplomata
Prêmios
  • Cavaleiro da Ordem do Tosão de Ouro
Título Prince of Chimay

Biografia

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Filipe era o segundo filho de Filipe II de Croÿ (1496–1549) e de Ana de Croÿ (1501–1539). Após a morte de seu irmão mais velho Carlos II de Croÿ, em 1551, tornou-se o 3.º Duque de Aarschot, 4.º Príncipe de Chimay e 4.º Conde de Beaumont.[2]

Participou dos distúrbios nos Países Baixos espanhóis, e em 1563 se recusou a aderir a Guilherme, o Taciturno e a outros em seus esforços para remover o Cardeal Granvelle de seu cargo.[1] Essa atitude, com a devoção de Aarschot à Igreja Católica, que ele expressou demonstrando sua satisfação pelo massacre da noite de São Bartolomeu, levou Filipe da Espanha a aumentar a sua estima por ele, porém, esta confiança foi abalada em decorrência da conduta ambígua do Duque de Aarschot ao acolher o novo governador, João da Áustria (Don Juan de Austria), nos Países Baixos em 1576.[1]

Apesar de geralmente ser visto com desconfiança pelos habitantes dos Países Baixos, Filipe foi nomeado governador da cidadela de Antuérpia quando as tropas espanholas se retiraram em 1577.[1] Depois de um período de hesitações ele abandonou Dom João, no final do mesmo ano.[1]

Por ter ciúmes do Príncipe de Orange, Filipe se tornou o presidente do partido que levou o arquiduque Matias (mais tarde imperador) a encarregar-se da soberania dos Países Baixos, e logo depois foi nomeado estatuder de Flandres pelo Conselho de Estado.[1] Um partido forte, que contava com os burgueses de Gante, desconfiava do novo estatuder; e Aarschot, preso durante um motim em Gante, só foi libertado sob a promessa de renunciar ao cargo.[1]

Aarschot, então, procurou recuperar as graças de Filipe da Espanha, e tendo sido perdoado pelo rei em 1580 novamente compartilhou o governo dos Países Baixos; mas se recusou a servir sob o comando do Conde de Fuentes, quando ele se tornou governador-geral, em 1594, e se mudou para Veneza, onde morreu em dezembro de 1595.[1]

Família

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Filipe III casou em 24 de janeiro de 1558 com Joana Henrieta de Halewyn, filha de João III de Halewyn, Visconde de Nieuwpoort e de Jossyne de Lannoy. Eles tiveram três filhos:[3]

  • Carlos III de Croÿ (1560–1612), duque de Aarschot, casou com 1) Maria de Brimeu e 2) Dorotheia de Croy-Havré. Sem filhos.
  • Ana de Croÿ (1563–1635), casou com Carlos de Ligne, 2.º príncipe de Arenberg.
  • Margarida de Croÿ (1568–1614), casou com 1) Pierre de Henin Bossu e 2) Vratislau de Fürstenberg.
  1. a b c d e f g h i Chisholm, Hugh. «Arschot, Philippe de Croy». Encyclopædia Britannica (em inglês). 2 1911 ed. Cambridge: Cambridge University Press. p. 650 
  2. Wenzelburger, Karl Theodor. «Croÿ, Philipp von». Allgemeine Deutsche Biographie (em alemão). 4 1876 ed. München/Leipzig: Duncker & Humblot. pp. 619–620 
  3. «Van der Aa». resources.huygens.knaw.nl. Consultado em 3 de fevereiro de 2022 

Referências