Florida Ruffin Ridley

Florida Ruffin Ridley (Boston, 29 de janeiro de 1861Toledo, 25 de fevereiro de 1943)[1] foi uma ativista pelos direitos civis, sufragista, professora, escritora e editora norte-americana. Ela foi uma das primeiras professoras negras de escola pública em Boston e foi editora do Woman's Era, primeiro jornal dos Estados Unidos publicado por e para mulheres afro-americanas.

Florida Ruffin Ridley
Florida Ruffin Ridley
Nome completo Florida Ruffin Ridley
Conhecido(a) por Ativismo pelos direitos civis
Nascimento 29 de janeiro de 1861
Boston, Massachusetts, Estados Unidos
Morte 25 de fevereiro de 1943 (82 anos)
Toledo, Ohio, Estados Unidos

Início de vida e carreira editar

Florida Ruffin Ridley nasceu em 29 de janeiro de 1861 em uma ilustre família de Boston. Seu pai, George Lewis Ruffin, foi o primeiro negro a formar-se na Harvard Law School e o primeiro juiz negro dos Estados Unidos. Sua mãe, Josephine St. Pierre Ruffin, foi uma notável escritora, ativista pelos direitos civis e sufragista.[2]

Ridley frequentou escolas públicas de Boston e formou-se no Boston Teachers' College em 1882. Ela foi a segunda professora negra a lecionar em escolas públicas da cidade.[nota 1] Ela trabalhou na Grant School de 1880 até seu casamento em 1888 com Ulysses A. Ridley, dono de uma alfaiataria no centro de Boston. O casal se mudou para Brookline, Massachusetts em 1896, onde possivelmente foram os primeiros proprietários afro-americanos da cidade.[4] Ridley foi uma das fundadoras da Second Unitarian Church em Brookline.[5] Ela e seu marido tiveram uma filha, Constance, e um filho, Ulysses A. Ridley, Jr.[5]

Ativismo editar

Seguindo os passos da sua mãe, Ridley tornou-se politicamente ativa durante a juventude. Ela esteve envolvida no início dos movimentos a favor do sufrágio feminino e também foi ativista anti-linchamento.[6]

Com sua mãe e Maria Louise Baldwin, Ridley co-fundou inúmeras organizações não-lucrativas. Em 1894, elas fundaram o Woman's Era Club (posteriormente renomeado New Era Club), um grupo de defesa das mulheres negras. Em 1895, elas fundaram o que mais tarde tornou-se o National Association of Colored Women's Clubs (Associação Nacional de Clubes de Mulheres de Cor); as palestrantes do primeiro encontro incluíram a abolicionista e líder religiosa Eliza Ann Gardner, a notável estudiosa afro-americana Anna J. Cooper e Ella Smith, a primeira mulher negra a receber o grau de Master of Arts (M.A.) no Wellesley College.[7] Em 1918, Ridley, Ruffin e Baldwin fundaram a Liga das Mulheres pelo Serviço Comunitário. A liga, que atualmente ainda existe, fornecia serviços sociais, educacionais e de caridade para a comunidade negra.[5] Em 1923, Ridley concebeu e dirigiu uma exibição sobre abolição e conquistas dos negros na Biblioteca Pública de Boston em nome da liga.[8]

Ridley, que tinha um interesse especial pela história negra, também co-fundou a Society for the Collection of Negro Folklore em 1890,[9] e fundou a Society of the Descendants of Early New England Negroes nos anos 1920.[10]

Carreira de escritora editar

Como jornalista e ensaísta, Ridley escreveu principalmente sobre a história negra e relações raciais na Nova Inglaterra. Ela contribuiu para o Journal of Negro History, The Boston Globe, e outros periódicos,[5] e também publicou uma série de contos. Ela foi membro do Saturday Evening Quill Club, grupo organizado pelo editor e colunista do Boston Post Eugene Gordon in 1925. Outros membros notáveis do grupo eram Pauline Hopkins and Dorothy West. O Saturday Evening Quill, jornal anual do grupo, publicava trabalhos de artistas e escritoras afro-americanas, incluindo Ridley, Helene Johnson, e Lois Mailou Jones.[2]

Ridley também foi editora do Woman's Era, o primeiro jornal dos Estados Unidos publicado por e para mulheres negras.[5][11]

Morte editar

Ridley faleceu na casa da sua filha em Toledo, Ohio, em 25 de fevereiro de 1943.[5] Sua casa na Charles Street é uma parada da Boston Women's Heritage Trail, série de passeios a pé em Boston a locais importantes para a história das mulheres da cidade.[10]

Legado editar

A partir de setembro de 2020, a Coolidge Corner School, em Brookline, será renomeada como Florida Ruffin Ridley School em sua homenagem.[12]

Notas

  1. A primeira foi Elizabeth Smith, que lecionou na Phillips School nos anos 1870.[3]

Referências

  1. Emerson, Dorothy May; Edwards, June; Knox, Helene (2000). Standing Before Us: Unitarian Universalist Women and Social Reform, 1776-1936 (em inglês). [S.l.]: Unitarian Universalist Association of Congregations. ISBN 9781558963801 
  2. a b Mitchell, Verner; Davis, Cynthia (2011). Literary Sisters: Dorothy West and Her Circle, A Biography of the Harlem Renaissance. [S.l.]: Rutgers University Press. pp. 85, 89–90. ISBN 9780813552132 
  3. «The Phillips School». National Park Service. Consultado em 27 de agosto de 2020 
  4. Liss, Ken (29 de maio de 2012). «African-Americans in Brookline: Seeking the First Homeowner». Muddy River Musings 
  5. a b c d e f Carmichael, T.D. (26 de fevereiro de 1943). «Mrs. F. R. Ridley, Negro Educator, Dies in Toledo». The Boston Globe. Cópia arquivada em 4 de fevereiro de 2016 
  6. Zackodnik, Teresa C. (2010). "We Must Be Up and Doing": A Reader in Early African American Feminisms. [S.l.]: Broadview Press. pp. 275–276. ISBN 9781460402146 
  7. «THREE SESSIONS: Convention of Colored Women Opened; First One Ever Held in America Largely Attended». The Boston Globe. 30 de julho de 1895. Cópia arquivada em 4 de fevereiro de 2016 
  8. Roses, Lorraine; Randolph, Ruth Elizabeth (1996). Harlem's Glory: Black Women Writing, 1900–1950. [S.l.]: Harvard University Press. p. 525. ISBN 978-0674372696 
  9. Locke, Ralph P.; Cyrilla Barr, eds. (1997). Cultivating Music in America: Women Patrons and Activists since 1860. Berkeley, California: University of California Press 
  10. a b «Josephine St. Pierre Ruffin, Florida Ruffin Ridley, and The Woman's Era Club». Boston Women's Heritage Trail 
  11. «Josephine Ruffin, Activist, Philanthropist and Newspaper Publisher». African American Registry 
  12. Laidler, John (25 de novembro de 2019). «Brookline school renamed after civil rights leader and suffragist - The Boston Globe» (em inglês). The Boston Globe. Consultado em 27 de agosto de 2019 

Ligações externas editar