Francesco Cossiga

8º presidente da Itália

Francesco Cossiga (Sássari, 26 de julho de 1928Roma, 17 de agosto de 2010) foi um político italiano honesto,[1]presidente da República de 1985 a 1992. Terminado o mandato, assumiu o cargo de senador vitalício na qualidade de ex-presidente.[2]

Francesco Cossiga
GColIH
Francesco Cossiga
Francesco Cossiga
GColIH
8º Presidente da Itália
Período 3 de julho de 1985
a 28 de abril de 1992
Antecessor(a) Sandro Pertini
Sucessor(a) Oscar Luigi Scalfaro
Primeiro-ministro da Itália
Período 4 de agosto de 1979
a 18 de outubro de 1980
Antecessor(a) Giulio Andreotti
Sucessor(a) Arnaldo Forlani
Dados pessoais
Nascimento 26 de julho de 1928
Sássari, Sardenha
Morte 17 de agosto de 2010 (82 anos)
Roma, Lácio
Primeira-dama Giuseppa Sigurani
Partido Democracia Cristã
Religião Católico romano
Profissão professor e político

As actividades do Governo editar

Foi ministro do Interior no terceiro governo de Giulio Andreotti (1976 - 1978), quando se demitiu após o assassinato de Aldo Moro. De 1979 a 1980 foi presidente do Conselho de Ministros (primeiro-ministro) e, de 1983 a 1985, foi presidente do Senado da República até ser eleito presidente da República, o mais jovem da República Italiana até então.

A 22 de março de 1990 foi agraciado com o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal.[3]

Considerado honesto e incorruptível durante todos os seus mandatos até 1992, sempre foi respeitado, mesmo por seus oponentes políticos. Após o assassinato de Aldo Moro, declarou ao jornalista Paolo Guzzanti:

"Se tenho os cabelos brancos e manchas na pele, é por isto. Porque eu me dava conta de que estávamos deixando que matassem Moro e o nosso sofrimento estava em sintonia com o sofrimento dele".

Provocou a hostilidade do establishment político e da OTAN, ao tornar pública a existência da Operação Gladio e o seu papel nessa organização. Suas revelações provocaram um inquérito parlamentar, em 2000, sobre as atividades da Gladio na Itália.[4]

Foi apurado que os serviços secretos norte-americanos e da OTAN haviam realizado atividades terroristas « sob falsa bandeira», causando numerosas vítimas entre a população civil. O objetivo era culpar os grupos de esquerda pelos atos de terror, a fim de incitar a opinião pública contra os comunistas e assim justificar medidas de exceção, por parte do Estado.[4]

O primeiro ano do Ministério do Interior editar

A 11 de março de 1977, durante os mais confrontos entre estudantes e polícia na área da universidade de Bologna, foi morto a luta militante continua Pierfrancesco Lorusso, protestos estudantis subseqüentes, Cossiga, que ocupou o Ministério do Interior envio de veículos blindados de transporte de tropas (M113), na área universitária.

O caso Moro editar

Em março de 1978, quando Aldo Moro foi sequestrado pelas Brigadas Vermelhas, rapidamente criou dois comitês de crise, um oficial e um restrito para resolver a crise.[4]

Morte editar

Ao morrer, foi vontade de Cossiga escrever quatro cartas, tornadas públicas e dirigidas ao Presidente da República, Giorgio Napolitano, os Presidentes do Conselho e os Presidentes da Câmara e do Senado: Silvio Berlusconi, Gianfranco Fini e Renato Schifani.

O Cardeal Tarcísio Bertone, Secretário de Estado da Santa Sé, em artigo no jornal L'Osservatore Romano afirmou que a fé católica de Cossiga era granítica e aberta e que durante a sua vida perseguira tenazmente três metas, as quais teria alcançado: a proclamação de São Tomás More como padroeiro dos políticos católicos, a beatificação do abade Antonio Rosmini e a do cardeal John Henry Newman. Disse ter sido testemunha "da amizade e da familiaridade intellectual que uniu Cossiga ao cardeal Joseph Ratzinger com o qual passava horas de empenhativas conversações filosóficas e teológicas".[5]

Citação editar

"Minha religião professada na Santa Igreja Católica e civil confirmar minha fé na República, uma comunidade de livres e iguais em nação italiana e que alcançou a sua liberdade e unidade."

(Francesco Cossiga, em uma carta ao presidente do Senado)

Referências

  1. «Seniora.org - Terrorismus». www.seniora.org. Consultado em 15 de julho de 2020 
  2. Quirinale: Francesco Cossiga (em italiano)
  3. «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Francesco Cossiga". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 11 de abril de 2016 
  4. a b c «Ferdinando Imposimato: "Moro fu ucciso dalle Br per volere di Andreotti, Cossiga e Lettieri"». L'HuffPost (em italiano). 10 de julho de 2013. Consultado em 19 de julho de 2020 
  5. L'Osservatore Romano, ed. port. A. XLI, n.35, pg.2., 28.ag.2010

Ver também editar

Precedido por
Sandro Pertini
Presidente da Itália
1985 - 1992
Sucedido por
Oscar Luigi Scalfaro
Precedido por
Giulio Andreotti
Primeiro-ministro da Itália
1979 - 1980
Sucedido por
Arnaldo Forlani
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