Francesco Salata (Osor, 4 de dezembro de 1876Roma, 20 de setembro de 1944) foi um político, diplomata, historiador e escritor italiano. Salata foi embaixador italiano na Áustria de 7 de agosto de 1936 a 27 outubro de 1937, e senador do Reino da Itália à partir de 4 de dezembro de 1920 a 5 de agosto de 1943.

Francesco Salata
Francesco Salata
Francesco Salata
Senador italiano[1]
Período 4 de Dezembro de 1920
até 5 de Agosto de 1944[2]
Dados pessoais
Nascimento 17 de Setembro de 1876[1]
Osor, Áustria-Hungria[1]
Morte 10 de Março de 1944[1]
Roma (77 anos),  Itália[1]
Cônjuge Ilda Mizzan[1]

Salata foi um irredentista italiano, embora tivesse uma abordagem mais "legalista" do que outros contemporâneos, além de ser mais liberal.[1][2] Salata foi criticado e atacado pelos fascistas, embora, depois que eles assumiram o poder, foi contratado pelo governo fascista e escreveu livros a favor da política fascista.[1] Muito afeiçoado de sua Ístria natal, Salata se opôs à Eslavização realizada por sacerdotes croatas em Ístria, Carnaro e Dalmácia. Ele acusou o clero esloveno e croata para realizar a eslavicização de Ístria e Carnaro. Salata defendeu a ideia de que Dalmácia, Ístria e Carnaro seriam, historicamente, terras italianas.[1]

Biografia editar

Salata tornou-se irredentista na juventude, correndo o risco de ser expulso de todas as escolas do Império Austríaco por seus sentimentos.[1] Participa de conferências da sociedade arqueológica italiana em Istria (Società istriana di archeologia e storia patria). Em 1915 foi para Roma por motivos administrativos, mas decidiu ficar para defender sua causa de entrada da Itália na Primeira Guerra Mundial. Ele colaborou com a Itália na Primeira Guerra Mundial. Por causa disso, os austríacos prenderam sua esposa Ilda Mizzan e sua filha Maria. Sua esposa morreu poucos anos após o fim do conflito, devido às consequências de sua prisão.[1]

Salata chegou ao poder, politicamente, na Itália, ao mesmo tempo em que era altamente considerado entre os intelectuais. Além de político, foi historiador e escritor. Posteriormente, ele publicou vários livros e ensaios em apoio ao fascismo.[1]

Ele sempre teve o forte apoio do Primeiro-Ministro Nitti, e também foi apoiado por Giovanni Giolitti, que o utilizou nas negociações que levaram à assinatura do Tratado de Rapallo em 1920.[1]

Inicialmente ele foi atacado pelos fascistas, que até atacaram o carro em que ele viajava com sua filha Maria durante uma visita a Trento. No entanto, ele publicou livros e ensaios sobre a Itália e o patriotismo que foram bem recebidos pelos fascistas. Salata obteve a cartão do Partido Fascista ad honorem em 1929, por ocasião do seu discurso em Pisino (Pazin), e foi inscrito na União Nacional Fascista do Senado (Unione nazionale fascista del Senato).[3][1]

Salata tornou-se senador italiano em 4 de dezembro de 1920, e permaneceu como senador por quase 23 anos, até 1943. Além disso, em 1936 tornou-se embaixador da Itália na Áustria, onde foi convidado em 1934 para trabalhar na criação da Istituto Italiano di Cultura, e apesar de suas idéias irredentistas, ele ainda era muito estimado.[4]

Para apoyar las políticas agresivas de Italia, publicó Il nodo di Gibuti: storia diplomatica su documenti inediti (1939), e Nizza fra Garibaldi e Cavour: un discorso non pronunciato e altri documenti inediti (em Storia e politica internazionale, rassegna trimestrale) em 1920. En 1943 fue nombrado Presidente de la Comisión de Asuntos Exteriores del Senado.[1]

Prêmios editar

Bibliografía editar

  • Paolo Ziller: Le Nuove province nell'immediato dopoguerra. Tra ricostruzione e autonomie amministrative (1918-1922), in Miscellanea di studi giuliani in onore di Giulio Cervani per il suo XLL compleanno, edited by F. Salimbeni, Udine 1990, pp. 243-274
  • Paolo Ziller: Francesco Salata. Il bollettino la “Vita autonoma” (1904-1912) ed il liberalismo nazionale istriano nell’ultima Austria, in Atti - Centro di ricerche storiche, Rovigno, 1995, 25, pp. 423-445
  • Paolo Ziller: Giuliani, istriani e trentini dall'Impero asburgico al Regno d'Italia: società, istituzioni e rapporti etnici, Udine 1997
  • Luca Riccardi: Francesco Salata tra storia, politica e diplomazia, Udine 2001
  • Luca Riccardi: Francesco Salata, il trattato di Rapallo e la politica estera italiana verso la Jugoslavia all’inizio degli anni Venti, in Quaderni giuliani di storia, 1994, 2, pp. 75-91
  • Luca Riccardi: Le carte Salata: quarant’anni tra politica e storia, in Quaderni giuliani di storia, 1991, 1-2, pp. 77-92

Referências editar

  1. a b c d e f g h i j k l m n o D'Alessio, Vanni. «Salata, Francesco». Enciclopedia Italiana. Consultado em 10 de março de 2021. Cópia arquivada em 10 de março de 2021 
  2. a b «Salata Francesco». Italian Senate. Consultado em 10 de março de 2021. Cópia arquivada em 10 de março de 2021 
  3. Riccardi 1997, p. 617.
  4. (italiano) [...] fra le personalità italiane che più[...] hanno goduto credito in quel paese [l'Austria], vanno ricordati il consigliere di stato Brocchi[...]e il senatore Francesco Salata», Fulvio Suvich, Memorie (1932-1936), Milano, Rizzoli Editore, 1984, p 80, ISBN 88-17-33819-2