Francisco José Patrício

Francisco José Patrício CvSE (Vitória, Porto, 10 de Janeiro de 1850Porto, 7 de Abril de 1911) foi um sacerdote católico, renomado orador sacro, e investigador histórico português.

Padre Francisco José Patrício

Terminou o curso do seminário em 1871, tendo sido ordenado presbítero em 1873.[1] Em 1874 foi nomeado pregador régio, em em 1877, padre encomendado de Paranhos.[2] Foi ainda, em 1902,[3] nomeado reitor do Colégio dos Órfãos pela Câmara Municipal do Porto,[2] cargo que exerceu até 1909, altura em que passou a ocupar o lugar de cónego capitular da Sé de Lisboa.[4]

Notabilizou-se pela sua grande capacidade oratória, tendo sido responsável por fazer a prédica em diversos momentos notáveis, como nas exéquias de D. Luís I celebradas em Lisboa, Porto, e Lamego em 1889, nas das vítimas do incêndio do Teatro Baquet em 1888, nas do africanista Silva Porto em 1890, e aquando da trasladação dos restos mortais de Almeida Garrett do seu túmulo original no Cemitério dos Prazeres para o Mosteiro dos Jerónimos em 1903.[2] Os seus sermões foram mais tarde reunidos em diversos volumes, sob o título Trabalhos Oratórios.[4] Enquanto escritor, deixou impresso um livro, Telas Românticas, que reuniu diversos escritos da sua juventude, bem como diversos artigos de investigação histórica sobre a origem de romarias e usos populares, a maior parte publicados no Comércio do Porto mas também no Comércio Português, Jornal do Porto, Província, e Jornal da Manhã.[2]

Foi eleito deputado pelo círculo eleitoral do Porto nas eleições de 1881, por Viana do Castelo em 1896, e novamente pelo Porto em 1901 e 1904; não se envolveu, contudo, em debates importantes.[2]

Pertencia a numerosas corporações de beneficência e sociedades científicas e literárias: pertencia, entre outras, à Real Sociedade Humanitária do Porto, ao Instituto de Coimbra, à Sociedade de Geografia de Lisboa, à Sociedade dos Arqueólogos e Arquitectos Portugueses. Foi agraciado com o grau de cavaleiro da Ordem de Santiago da Espada em 1900,[3] e com outras condecorações estrangeiras.[2]

Morreu em 1911, vítima de uma doença da laringe que o fez perder a fala.[2]

Referências

  1. «Padre Francisco José Patrício». Brasil–Portugal: Revista Quinzenal Ilustrada. Lisboa. 1 de Maio de 1911. Consultado em 29 de Agosto de 2020 
  2. a b c d e f g «Necrologia: Padre Francisco José Patrício». O Occidente: Revista Illustrada de Portugal e do Extrangeiro. Lisboa. 20 de Abril de 1911. Consultado em 29 de Agosto de 2020 
  3. a b Bessa, Alberto (30 de Junho de 1904). «O Collegio dos Orphãos no Porto». O Occidente: Revista Illustrada de Portugal e do Extrangeiro. Lisboa. Consultado em 30 de Agosto de 2020 
  4. a b Silvestre, Elvira (15 de Dezembro de 2008). «Mostra Bibliográfica Ricardo Jorge: Comemorações do 150.º aniversário de nascimento de Ricardo Jorge (1858–1939)» (PDF). Biblioteca do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Consultado em 29 de Agosto de 2020