Frente de Luta por Moradia

A Frente de Luta por Moradia (FLM) é um coletivo formado por representantes de movimentos sociais autônomos, cujo objetivo é a reforma urbana e um desenvolvimento urbano mais justo.[1] Sediado na cidade de São Paulo, é uma das principais frentes de luta por moradia na cidade.

Em 2007, treze movimentos eram filiados à FLM.[2]

História editar

Em junho de 2003, três ocupações simultâneas em São Paulo marcaram o início da FLM. O intuito do novo movimento era articular ações mais combativas na luta por habitação no centro da cidade e na periferia, dar mais visibilidade aos trabalhadores sem-teto e apontar, à sociedade, a urgência de um plano habitacional digno.

O primeiro encontro da FLM ocorreu na cidade de Ribeirão Pires, em fevereiro de 2004, quando se oficializou a união e articulação entre diversos movimentos de luta por moradia. No mesmo ano, na cidade de São Paulo, foram ocupadosː o prédio da Caixa Econômica Federal, na Praça Roosevelt; e a antiga sede da subprefeitura de São Mateus, entre outros edifícios na Zona Sul e no Ipiranga.[3]

A luta editar

Em São Paulo, quase dois milhões de pessoas moram em favelas, um milhão em cortiços e cerca de três milhões vivem em moradias precárias. Segundo o site do movimento, existem, na cidade de São Paulo, 420 327 domicílios vazios e ociosos e milhares de prédios comerciais fechados, abandonados, enquanto existem milhões de trabalhadores sem-teto. Somente no chamado Centro expandido da cidade, há mais de 400 prédios e terrenos fechados ou subutilizados há mais de cinco anos. A população do centro da cidade diminuiu em 20% em dez anos, deixando quase 20 mil domicílios vazios.[4]

Diante desse quadro, a ocupação de prédios abandonados foi escolhida como a principal forma de ação da FLM. Segundo o movimento, essa é o melhor maneira de denunciar os latifúndios urbanos e edificações vazias à espera de valorização, que poderiam ser aproveitadas para abrigar famílias sem moradia.[5][6]

A FLM constitui uma alternativa a outros dois coletivosː a União dos Movimentos de Moradia (UMM), que mantém uma posição mais central no diálogo com o governo;[7] e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), esse último com forte ideologia revolucionária.[8] Na briga política, o FLM aponta o UMM como pouco combativo e o MTST como radical.[carece de fontes?]

A UMM tem uma forte presença no âmbito político-institucional, e seus militantes mantêm estreitas relações com o Partido dos Trabalhadores (PT).[9] Porém o Movimento Sem-Teto do Centro (MSTC), filiado à FLM, também conta com a militância petista.

Movimentos filiados editar

Segue uma lista dos principais movimentos afiliados à FLM:[3]

Referências

Ver também editar

Ligações externas editar