Frey, Frej, Freyr ou Freir é um deus nórdico do clã dos Vanes, geralmente representado como belo e com o falo à mostra, de acordo com os achados arqueológicos. É a divindade da prosperidade, das boas colheitas e da agricultura, dos casamentos e da fertilidade, da alegria e paz. É filho do deus Njörð e irmão gémeo da deusa Freyja, e está casado com a gigante Gerda.[1][2]
O deus Frey encarnou também a figura humana do rei Ínguino (Yngve), fundador da lendária Dinastia dos Inglingos, que teria alegadamente regido a terra dos Suíones (Suídia) do século I ao VII.[3]

Frey
Frey
Frei . Freir . Freyr
deus da fertilidade e prosperidade
Reino Álfheim
Clã Vanir
Cônjuge Gerda
Pais Njörð
Irmãos Freyja
Armas e outros Skidbladnir
Portal da Mitologia nórdica
Estatueta de Frey com o seu típico falo.

É o soberano de um mundo chamado Álfheim, reino dos elfos da luz (ljósálfar), que são os responsáveis pelo crescimento da vegetação. O Skirnismál (“A Balada de Skirnir”) nos informa que Frey é filho de Njörðr (Njord), o deus da fertilidade. Pertence portanto ao clã dos deuses Vanïr. Seu cavalo salta qualquer obstáculo e a sua espada mágica, forjada por anões, move-se sozinha nos ares desferindo golpes mortais, mesmo se for perdida em combate. É senhor de um javali de ouro chamado Gulinbursti, criação dos anões Brokk e Sindri, que conduz um carro como se fosse puxado por cavalos, e cujo brilho reluz na noite. Tem também um navio, Skidbladnir (Skidbladnir), que é tão grande que nele cabem todos os deuses, mas pode ser dobrado e guardado na algibeira. É uma das mais antigas divindades germânicas junto com Freyja e Njörðr, e seu nome significa “senhor".

Apesar de ser um deus pacífico, Frey está destinado a lutar contra Surtur na batalha de Ragnarok. Nesta luta não poderá utilizar a sua espada mágica, porque a deu ao seu escudeiro, Skirnir[4].

Culto editar

Parece que ele inspirou particularmente devoção na Suécia, como evidenciado por estátuas eróticas e amuletos, e pela tradição de procissões de carruagem no estilo de Nerthus, a deusa descrita por Tacitus em sua Germânia, de grande devoção desde a Idade do Bronze no Oeste Germânico. Segundo Adão de Bremen, havia na velha Uppsala um templo com as estátuas de três deuses - Thor, Freyr e Odin. Na Islândia, Frey era ocasionalmente chamado de Síagoð ("o deus sueco"). Ele era aparentemente popular também na própria Islândia, em Trondelag (Noruega) e na Dinamarca. O culto de Frey deve ter alcançado a Noruega e a Islândia através da Jutlândia (Dinamarca), em cujo lago central, o lago Stor (Störsjön), ficam as ilhas de Norderön e Frösön (ilha de Njörðr e ilha de Freyr respectivamente).

Atualidade editar

Na atualidade seu culto permanece, nos movimentos religiosos pagãos de matriz germânica, como o heathenismo.

Referências

  1. Magnusson, Thomas; et al. (2004). «Frej». Vad varje svensk bör veta (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag e Publisher Produktion AB. p. 410. 654 páginas. ISBN 91-0-010680-1 
  2. «Gudar & gudinnor» (em sueco). Nordisk mytologi. Consultado em 25 de outubro de 2016 
  3. Lagerqvist, Lars O (1997). «Forntid». Sveriges Regenter. Från forntid till nutid (em sueco). Estocolmo: Norstedts. p. 14. 440 páginas. ISBN 91-1-963882-5 
  4. Northvegr - The Story Of Gisli The Outlaw Arquivado em 5 de junho de 2008, no Wayback Machine.(em inglês)


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