Gandu

município do Estado da Bahia, Brasil

Gandu é um município brasileiro do estado da Bahia. Está situado na Região Geográfica Imediata de Ipiaú, dentro da Região Geográfica Intermediária de Vitória da Conquista.

Gandu
  Município do Brasil  
Avenida Mario Andreza
Avenida Mario Andreza
Avenida Mario Andreza
Símbolos
Bandeira de Gandu
Bandeira
Brasão de armas de Gandu
Brasão de armas
Hino
Gentílico ganduense
Localização
Localização de Gandu na Bahia
Localização de Gandu na Bahia
Localização de Gandu na Bahia
Gandu está localizado em: Brasil
Gandu
Localização de Gandu no Brasil
Mapa
Mapa de Gandu
Coordenadas 13° 44' 38" S 39° 29' 13" O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Municípios limítrofes Wenceslau Guimarães, Piraí do Norte, Nilo Peçanha, Ibirapitanga, Nova Ibiá.
Distância até a capital 295 km
História
Fundação 28 de julho de 1958 (65 anos)
Administração
Prefeito(a) Leonardo Barbosa Cardoso (PP, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 243,15 km²
População total (estimativa IBGE/2021[2]) 32 778 hab.
Densidade 134,8 hab./km²
Clima quente e úmido
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[3]) 0,632 médio
PIB (IBGE/2008[4]) R$ 133 443,590 mil
PIB per capita (IBGE/2008[4]) R$ 4 248,44
Sítio https://www.gandu.ba.gov.br/ (Prefeitura)

Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2021, era de 32 778 habitantes.[2]

História editar

Oficialmente, em 1903, quem primeiro visitou essas matas foi o Coronel Barachisio Lisboa acompanhado do engenheiro Horácio Lafer e Mesquita, reivindicando-as para o município de Santarém (Ituberá).

No dia 6 de maio daquele mesmo ano, tal reivindicação era afinal reconhecida pelo governo do estado da Bahia. E quando o pequeno veleiro aportava no cais de Santarém (Ituberá), levando notícia tão importante e esperada, o lar do velho Barachísio Lisbôa era enriquecido com o nascimento que tomou, em razão das alegrias do evento, o nome de Vitória Libânio, tal personagem era a esposa de Manoel Libânio Da Silva Filho " Maneca Libânio", a quem muito devem o comércio, a política e toda a sociedade ganduense.

Logo depois, Joaquim Monteiro da Costa se fixou na Fazenda Paó. Na mesma, época migravam para esse território Manoel Cirilo de Carvalho e D. Rosalina Moura de Carvalho, formando a Fazenda Gavião na vila nova de Nova Ibiá e Salustiano Borges, donatário da fazenda Bom Jardim.

Em abril de 1904, um negro cortês e de jeito nobre - Fulgêncio Alves da Palma iniciava na zona do Braço do Norte, o plantio da fazenda Jenipapo.

Ainda no começo do século, precisamente no primeiro trimestre de 1907, visando investir na produção cacaueira, vindo da cidade de Areia, hoje Ubaíra, chegavam nestas matas José Amado Costa e Gregório Monteiro da Costa, mais conhecido este como Góes Monteiro, ambos lavradores em busca de solo fértil para a cultura do cacau. José Amado Costa se fixou nesta área, comprando uma fazenda e levantando casa em frente de um pé de pequi, onde nas noites frias da terra chuvosa e úmida, dormia um corujão onde construída a igreja matriz São José, sugerindo ao migrante o nome "Corujão" para a fazenda adquirida.

Esta é a origem histórica desta cidade, que nasceu sob a sombra daquele majestoso pequi existente onde é hoje a praça São José.

Quanto ao Gregório Monteiro da Costa irmão do principal desbravador, plantou mais adiante suas primeiras roças de cacau no lugar que tomou o nome de Paiol para ser convertido posteriormente, acreditamos que por corruptela de assalariados agrícolas, no designativo simples e atual de "Paó". Outra versão é a de que o nome decorreria dos trinos de um pássaro com semelhante som, ou da existência de muitos pássaros com essa nome sempre em revoada no local.

Em 1919, Corujão já era um arraial de 37 palhoças e 15 casas de taipa. A construção de casas de taipas e palhoças para abrigar a população local, contribuiu para a formação do arraial "Corujão". O desenvolvimento desse arraial proporcionou o surgimento da vila nomeada de "Gandu", tomando o mesmo nome do rio Gandu que o banha e tem nascente na serra da "pedra-chata". Habitavam muitos jacarés guandus nesse rio e nas lagoas da época, por isso a inspiração do nome atual da cidade. Pois os dois rios que banham essa cidade eram "habitat" natural desses jacarés. E é por isso também que a bandeira ganduense tem como símbolo um jacaré.

O vocábulo Gandu veio do tupi candua ou candu = (Caa = ‘mato’+ u = ‘rio’), (o ü que o luso atolado transformou em y = ‘rio’), isto é, “caaú”, eufonicamente “candu ou gandu” que significa ‘rio do mato’;

Emancipação política editar

Em 6 de Agosto de 1920, a vila pertencente a Ituberá, tornou-se distrito. Este foi crescendo com o trabalho do seu povo a ponto de levantar um movimento para sua emancipação política, tendo a frente grandes nomes da terra, liderados pelo deputado estadual Nelson David Ribeiro (nome dado ao hospital da cidade).

Essa luta não foi em vão e, através do decreto estadual n°1008 de 28 de julho de 1958, no governo de Manoel Libânio da Silva, foi concretizada a emancipação política de Gandu, tornando-se distritos dessa cidade, os povoados de Nova Ibiá e Itamari, que pertenciam ao município de Ituberá.

Em 1958, com o Decreto Estadual nº 1.008, de 28 de julho do mesmo ano, foi criado o município de Gandu, desmembrado, assim, de Ituberá e constituído dos distritos de Gandu (sede), Nova Ibiá e Itamari” (Hoje, Nova Ibiá e Itamari são municípios)".

Política editar

A política na cidade sempre foi alvo de muitas disputas.

Os governantes do município foram:

  • Manoel Libânio da Silva Filho (1959–1963)
  • Orlando Pitágoras de Freitas (1963–1967)
  • Eliseu Cabral Leal (1967–1970)
  • Ezequias Clementino da Silva (1970–1971)
  • Almir Pereira da Silva (1971–1973)
  • Adelson Lavigne de Mello (1973–1977)
  • Eliseu Cabral Leal (1977–1 de setembro de 1980) - Assassinado. Vice-prefeito assume o cargo.[5]
  • Almir Ramos Carneiro (1980–1982) - Emenda Anísio de Souza estende o mandato dos prefeitos por dois anos, adiando as eleições para 1982.[6]
  • Dr. Fernando Guedes de Andrade (1983–1989)
  • Nelson Leite Leal (1989–1993)
  • Dr. Fernando Guedes Andrade (1993–1997)
  • Antônio Carlos Farias Nunes (1997–2000)
  • Manoel Dantas Cardoso (2001–2004 - 2004–2008)
  • Dra. Irismá Santos da Silva Souza (2009–2012)
  • Ivo Sampaio Peixoto (2013–4 de abril de 2016) - Renuncia ao cargo devido a problemas de saúde. Vice-prefeito assume.[7]
  • Djalma dos Santos Galvão (2016)
  • Leonardo Barbosa Cardoso (2017 - até presente data)

Geografia editar

  • Latitude: 13°74' S Longitude: 39°48' W
  • Área: 243,15 quilômetros quadrados.
  • Densidade demográfica: 125 hab/km²
  • População: 30.329 pessoas
  • Clima: Quente e úmido
  • Temperatura média anual: 25°
  • Média das máximas: 34°
  • Média das mínimas: 16°
  • Precipitações pluviométricas: 1.100mm/ano
  • Relevo ondulado, Serras: Geral, Papuã (Aricanguá) e Gandu
  • Rio mais volumoso: Rio Gandu.

Localização editar

A 290 km de Salvador (capital baiana) por via rodoviária e 140 km em linha reta.

Gandu está situado às margens da principal rodovia federal: BR-101, que liga a capital do estado à região. Situa-se a 145 km de Itabuna e 160 km de Ilhéus.

Limites editar

  • Gandu - Itamari: Começa no marco confrontante à nascente do Riacho Tabocas de cima e seguem em reta a uma grande pedra que serve de marco no alto da serra do Gandu, daí em reta, ao marco da fazenda Boa Vista e daí em reta, ao marco do lugar pimenteiras, próximo ao Riacho Tesoura.
  • Gandu - Wenceslau Guimarães: Começa no marco do lugar pimenteiras, próximo ao Riacho Tesouras e segue em reta ao marco do lugar Clarice, pertencente ao município de Wenceslau Guimarães, daí em reta até a foz do Riacho Mineiro, no rio Gandu; daí em reta em direção à foz do Riacho Tiriri no Rio do Peixe, até encontrar a reta de direção norte-sul, tirada da nascente do Riacho da Caraíba.
  • Gandu - Nilo Peçanha: Começa no encontro da reta da direção norte-sul tirada da nascente do Riacho da Caraíba, com a reta tirada da foz do Riacho Mineiro no Rio Gandu para a foz do Riacho do Peixe e segue por esta última até a foz do Riacho Tiriri.
  • Gandu - Ituberá: Começa na foz do Riacho Tiriri no Rio do Peixe e segue em reta até alcançar o extremo norte do divisor de águas entre as bacias dos Rios do Peixe e braço do Norte, seguindo por todo este divisor de águas até encontrar a serra do Papuã ou Geral o marco do extremo da reta de direção norte, tirada da nascente do Rio Dois Irmãos.
  • Gandu - Barra do Rocha: Começa no divisor de águas da Serra do Papuã nas proximidades da nascente do Ribeirão Aricangá e segue por este divisor de águas até o marco fronteiro a nascente do Ribeirão Vermelho.
  • Gandu - Ibirataia: Começa no marco fronteiro a nascente do Ribeirão Vermelho no divisor de águas da Serra do Papuã ou Geral e segue por este divisor até o marco fronteiro a nascente do Riacho Tabocas de cima.
  • Gandu - Nova Ibiá: Começa no marco do lugar Pimenteiras, à margem do Rio Tesouras e segue em reta até o Rio Gandu na foz do Riacho São Rafael ou Rio Ganduzinho.

Hidrografia editar

A hidrografia da cidade é formada pelos rios: Gandu, com nascente na Pedra Chata, Ganduzinho, Rio do Peixe, Rio Braço do Norte que se localizam na bacia do leste e por afluentes considerados riachos como Tabocas de Cima, Tesuora e Mineiro.

A Sub-bacia do Rio Gandu (SBRG) é uma unidade territorial importante para Bacia do Recôncavo Sul. Abrange área de 238,522km², perímetro de 115,5 km e o comprimento do eixo da bacia de 27,186km. Seu Índice de Circularidade encontrado, 0,69, indica que a SBRG é circular e, em condições normais de precipitação, é suscetível a enchentes, quando a água sobe até a calha do rio, sem transbordamento para a planície de inundação. A densidade de rios é de 2,64, indicando baixa capacidade de gerar novos cursos de água. A SBRG possui uma densidade de drenagem de 1,47, sendo um valor mediano e indicam áreas com maior infiltração e estruturação dos canais menos definida.[8]

Em cenário de índice pluviométrico excepcional, a SBRG tende à inundação, que é quando a água extrapola a calha principal, chegando a planície de inundação,[9] tendo apresentado diversos registros entre 1989 e 2021, sendo a inundação de dezembro de 2021 a mais violenta em 32 anos.[10]

Na década de 1950, o Rio Gandu era habitado por jacarés guandus. A água era limpa e utilizada pelos habitantes da cidade. As águas do rio foram poluídas pela canalização dos esgotos, feira livre, mercado municipal e resíduos depositados pelas famílias que moram às suas margens.

Paisagem editar

A paisagem natural de Gandu é formada por morros, montes, serras, planície, campos, rios, lagos e riachos. Na cidade, há presença reduzida da Mata Atlântica e vegetação de pastagem. A área desenvolvida para o cultivo do cacau forma uma paisagem artificial.

A cidade possui áreas elevadas como os bairros Bela Vista, Teotônio Calheira, Almir Ramos Carneiro e Emília Costa.

Há também áreas planas como as Praças Simões Filho e Mário Andreazza e as Ruas Sidrack Souza e Landulfo Alves.

Vegetação editar

A vegetação é um reflexo da paisagem, marcando aspecto visual da cidade. A exuberância da área ganduense nas décadas de 1950 e 1960 era formada basicamente pela Mata Atlântica, onde existiam várias essências florestais, como Jacarandá, Peroba-rosa, Pau-d'arco, Piqui, Jequitibá, Putumuju, Maçaranduba, Vinhático, dentre outras. Grande parte da vegetação do município foi derrubada e queimada para implantação de pastagens e principalmente a cultura do cacau. Tendo como consequência uma forte alteração no ecossistema local.

Comunicação editar

O município de Gandu, dispõe de rede telefônica ligada ao sistema DDD (discagem direta à distância) e sistema de telefonia celular.

Existem uma agência dos Correios, uma receptora do sinal de televisão através da torre repetidora de TV mantidas pela prefeitura para vários canais: Rede Globo, Band, Record, Rede Vida e SBT, além de antenas parabólicas e TV por assinatura.

Atualmente a cidade possui duas emissoras de rádio em funcionamento, a Rádio Gandu FM e a FM Vitória.

Como organizações representativas na comunidade podemos citar: Loja Maçônica Virtude e Amor, OAB/BA - Subseção Gandu, APLB Sindicato, Sindicato dos Comerciários, Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Delegacia do CRC - Conselho Regional de Contabilidade, Sindicato Rural Patronal - Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Sindicato dos Motoristas de Gandu (SCRAVG), Cooperativa Agrícola de Gandu, (COOPAG), Cooperativa dos Produtores de Leite da Região de Gandu (COOLERG), Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), Associação do Desenvolvimento do Baixo Sul (ADEBASUL) e Associação dos Moto-Taxistas (AMOTOGAN emissora).

Religião editar

Católicos

  • Igreja Matriz São José
  • Igreja São Roque
  • Igreja Nossa Senhora Aparecida

Evangélicos

  • 1ª Igreja Batista em Gandu
  • Igreja Batista Maranata
  • Igreja Mundial de Jesus Cristo
  • Assembleia de Deus
  • Igreja Evangélica Internacional Shekynah
  • Igreja Batista Betel
  • Igreja Batista Missionária
  • Igreja Deus é Amor
  • Igreja Batista Central
  • Igreja Presbiteriana
  • Igreja Missão de Jesus
  • Igreja Avivamento Bíblico
  • Igreja Internacional Jesus é o Caminho
  • Igreja do Evangelho Quadrangular
  • Igreja Cristã Maranata
  • Igreja Evangélica Pentecostal Beulah

Espiritismo

  • Núcleo Assistencial espírita – NAE
  • Centro Espírita Obreiro da Luz – CEOL

Outros

  • Salão do Reino das Testemunhas de Jeová
  • Igreja Universal do Reino de Deus
  • Igreja Adventista do Sétimo Dia

Referências

  1. IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  2. a b «Estimativa populacional 2021 IBGE». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 28 de agosto de 2021. Consultado em 10 de agosto de 2021 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 11 de agosto de 2013 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  5. «GANDU, 33 ANOS SEM ELISEU LEAL». www.blogdozebrao.com.br. Consultado em 11 de abril de 2016 
  6. «ARTIGO: As eleições de 1982 no Brasil, uma experiência de pleito unificado de vereador a governador que gerou confusões». www.douranews.com.br. Consultado em 11 de abril de 2016 
  7. «Prefeito de Gandu alega problemas de saúde e renuncia ao cargo na BA». Bahia. Consultado em 11 de abril de 2016 
  8. «12º Sinageo - ANÁLISE HIDROMORFOLÓGICA DAS SUB-BACIAS HIDROGRÁFICAS DO RIO GANDU E RIO BRAÇO DO NORTE, BAIXO SUL DA BAHIA, BRASIL». www.sinageo.org.br. Consultado em 27 de junho de 2022 
  9. Macedo, Samuel (2023). «MAPEAMENTO E AVALIAÇÃO DAS ÁREAS DE RISCO À INUNDAÇÃO EM PARTE DA SEDE DO MUNICÍPIO DE GANDU-BA». Consultado em 7 de novembro de 2023 
  10. Macedo, Samuel (2023). «EVENTOS EXTREMOS DE CHUVA E OCORRÊNCIAS DE INUNDAÇÃO NA SEDE URBANA DO MUNICÍPIO DE GANDU, BAHIA, ENTRE 1989 E 2018». Consultado em 7 de novembro de 2023 

Bibliografia editar