Gardênia Azul

bairro do Rio de Janeiro

Gardênia Azul é um bairro da zona oeste do município do Rio de Janeiro, localizado na Baixada de Jacarepaguá. Nele, está localizada a casa-grande da Fazenda do Engenho D'água, fundada na época do Brasil Colônia e tombada pelo IPHAN, além dos trechos iniciais da Linha Amarela e da Avenida Ayrton Senna.[4]

Gardênia Azul
Bairro do Rio de Janeiro
Fazenda do Engenho Dágua. À esquerda, o viaduto inicial da Linha Amarela
Área 123,63 ha (em 2003)
Fundação 23 de julho de 1981
IDH 0,768[1](em 2000)
Habitantes 17 715 (em 2010)[2]
Domicílios 6 517 (em 2010)
Limites Jacarepaguá, Anil, Freguesia
e Cidade de Deus[3]
Distrito Jacarepaguá
Subprefeitura Barra e Jacarepaguá
Região Administrativa Jacarepaguá
Mapa

Faz limite com Jacarepaguá, Anil, Freguesia e Cidade de Deus.[5]

Seu IDH, no ano 2000, era de 0,768, o 106º colocado entre 126 regiões analisadas no município do Rio de Janeiro.[1]

História editar

O bairro está localizado nas terras do antigo Engenho D'água, primeiramente chamado de "Engenho da Tijuca", que Salvador Correia de Sá e Benevides recebeu como herança de seu pai, Martim de Sá. Graças à pequena capela ali erigida em 1616 por Rodrigo da Veiga, foi também conhecido por "Engenho de Nossa Senhora da Cabeça de Jacarepaguá". O território passou por muitos donos; todos, porém, eram da família Correia de Sá. João Correia de Sá e Benevides, filho de Martim, instituiu morgado e, assim, quando este faleceu, foi substituído por seu irmão, Martim Correia de Sá e Benevides Velasco, o primeiro Visconde de Asseca. A fazenda ainda pertenceria aos Correia de Sá por mais seis gerações, e, como não rendia os dividendos necessários, passaria por sucessivos arrendamentos e devoluções.

Em 1847, José Maria Correia de Sá - tio de António Maria Correia de Sá e Benevides Velasco da Câmara, sexto Visconde de Asseca - comprou o engenho. Quando começou a enfrentar dificuldades financeiras, ele o arrendou e, posteriormente, vendeu definitivamente ao comendador Francisco Pinto da Fonseca (também conhecido como Comendador Pinto), proprietário de vastas terras em Jacarepaguá (engenhos da Taquara e de Fora). Com o fim do morgadio, o Engenho Dágua seria a última propriedade dos Correia de Sá na Baixada de Jacarepaguá. Quando o comendador Pinto faleceu, todas as suas propriedades passaram ao seu filho, Francisco Pinto da Fonseca Teles - o Barão da Taquara. Sua casa-grande, localizada no entroncamento das avenidas Ayrton Senna e Tenente-Coronel Muniz de Aragão (Estrada do Capão), é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, de propriedade dos descendentes do Barão da Taquara.

No início da década de 1950, José Padilha Coimbra era grande proprietário de terras na região entre as estradas do Engenho D’Água e a Avenida Tenente-Coronel Muniz de Aragão. Sua casa era onde atualmente se localiza o Condomínio Aldeia, cercada de jardim em que predominavam gardênias e vitórias-régias.

Em 1953, Padilha loteou as suas terras, dando o nome das suas plantas preferidas aos loteamentos: Vitória-Régia (junto à Estrada Engenho D’Água) e Gardênia Azul (no final da Estrada do Capão). Na década de 1960, foi implantado o loteamento, com acesso pelas estradas do Capão e do Engenho D’Água. O atual núcleo do bairro foi criado na gestão do governador Negrão de Lima, voltado para a estrada do Capão.

Comunidades editar

Predefinição:Jacarepaguá

Vila Nova Esperança editar

Se localiza entre o bairro e a avenida Ayrton Senna, e surgiu no início da década de 1990. O local era um grande laranjal de propriedade de Antônio Escalda. Na época que os descendentes de Escalda lutavam para recuperar o sítio embargado na Justiça por falta de pagamentos de impostos, aconteceram as invasões sem que as autoridades tomassem qualquer decisão.

Canal do Anil editar

Expansão de uma antiga comunidade de pescadores (até hoje alguns moradores ainda mantém a prática). Ao longo dos últimos 20 anos, devido ao processo de especulação imobiliária das áreas centrais da cidade e a migração da população mais pobre, a comunidade chegou à dimensão atual, de cerca de mais de 500 moradias e vários estabelecimentos de pequeno comércio. Alguns moradores vivem no local há mais de 40 anos. Em 2007, a parte sul da comunidade, mais próxima da Barra da Tijuca e, atualmente, da Vila Pan-Americana — portanto, tende a ser objeto de forte especulação imobiliária --, foi surpreendida por uma ação da Prefeitura—pois contou com o auxílio de Guardas Municipais e Policiais Militares, mas não tinha ordem judicial para tal ação --, com o objetivo de, segundo a própria prefeitura, remover as casas dos moradores da favela por se tratar de uma área de risco. Algumas casas chegaram a ser demolidas em 1 de agosto, mas, graças à resistência dos moradores desta favela e ao apoio de movimentos sociais, novas demolições não voltaram ainda a acontecer.

Comunidade Novo Rio editar

Ocupação de dois terrenos do engenheiro Paulo Danilo Farina, detalhadamente planejada—com 8 meses de antecedência—e iniciada em 2001, cujo fundador e ex-líder comunitário foi Marco Aurélio França Moreira ("Marcão"), assassinado em 14 de Janeiro de 2009.

Dados do bairro editar

Faz parte da região administrativa de Jacarepaguá, da qual também fazem parte:

  • Tanque
  • Taquara
  • Vila Valqueire
  • Rua do Bairro Gardênia Azul:
  • Predefinição:Paralelas
  • Av. das Lagoas (Ponto Final dos ônibus)
  • Rua Marujá (antiga rua A)
  • Rua Peroba (antiga rua B)
  • Rua Monodora (antiga rua C)
  • Rua Acapori (antiga rua D)
  • Rua Acapurana (antiga rua F)
  • Rua Aparaí (antiga rua G)
  • Rua Arapoca (antiga rua H)
  • Av. Isabel Domingues (conhecida como "VIA 7", antiga rua I)
  • Transversais
  • Rua Anaparana
  • Rua Menta (rua principal, antiga rua N)
  • Rua Licânia (antiga rua O)
  • Rua Anona
  • Rua Camposema
  • Rua Alcafa
  • Rua Bréscia
  • Rua Ivan Reis
  • Rua Muniz de Aragão

Ver também editar

Bibliografia editar

Waldemar S. Costa (1995). «Imagens de Jacarepaguá». 9 páginas. Consultado em 17 de Janeiro de 2009  Waldemar S. Costa (1995). «Clubedeamigos.inf.br». 9 páginas. Consultado em 23 de Novembro de 2011  Miranda, Ricardo (20 de Julho de 2007). «Prefeitura do Rio tenta remover duas favelas vizinhas à Vila». Consultado em 17 de Janeiro de 2009 

Centro de Mídia Independente (20 de Agosto de 2007). «Prefeitura do Rio derruba casas no Canal do Anil». Consultado em 17 de Janeiro de 2009 

Marcelo Salles (Julho de 2007). «O PAN e seus jogos neoliberais». Consultado em 17 de Janeiro de 2009 

Centro de Mídia Independente (3 de Agosto de 2007). «Comunidade do Canal do Anil resiste pelo segundo dia a despejo ilegal». Consultado em 17 de Janeiro de 2009 

Renata Victal (10 de Julho de 2001). «Favela já nasce com nome e associação de moradores». Consultado em 17 de Janeiro de 2009 

EXTRA Online (16 de Janeiro de 2009). «Moradores de conjunto na Gardênia Azul pedem que vereador investigado por CPI da Milícia assuma posto de desafeto morto». Consultado em 17 de Janeiro de 2009 

Referências

  1. a b Tabela 1172 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH), por ordem de IDH, segundo os bairros ou grupo de bairros - 2000
  2. «Dados». Consultado em 24 de março de 2012. Arquivado do original em 2 de setembro de 2013 
  3. Barra da Tijuca Bairros do Rio
  4. Globo, Agência O. (4 de novembro de 2021). «Acidente entre ônibus e ciclista causa lentidão na Avenida Ayrton Senna». Portal iG. Consultado em 4 de dezembro de 2021 
  5. Bairros do Rio

Ligações externas editar

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