Gentamicina

composto químico
Gentamicina
Alerta sobre risco à saúde
Identificadores
Número CAS 1403-66-3
PubChem 3467
DrugBank APRD00214
ChemSpider 390067
Código ATC D06AX07,J01GB03 S01AA11 S02AA14 S03AA06 QA07AA91 QG01AA91 QG51AA04 QJ51GB03
DCB n° 04422
Propriedades
Fórmula química C21H43N5O7
Massa molar 477.56 g mol-1
Farmacologia
Meia-vida biológica 1,5 a 4 horas[1]
Excreção rim (de 75 a 100% inalterada)[2]
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

Gentamicina é um antibiótico do grupo dos aminoglicosídeos usado no tratamento de diversas infeções bacterianas.[3] É indicada para o tratamento de infeções dos ossos, endocardite, doença inflamatória pélvica, meningite, pneumonia, infeções do trato urinário e sepse.[3] Não é eficaz no tratamento de gonorreia ou clamídia.[3] Pode ser administrada por via intravenosa, injeção intramuscular ou por aplicação tópica.[3] As fórmulas de aplicação tópica podem ser usadas em queimaduras ou no tratamento de infeções na parte exterior do olho.[4] Em países desenvolvidos, é em muitos casos usada durante apenas dois dias, até que os resultados das culturas bacterianas determinem a sensibilidade da infeção a antibióticos mais específicos.[5] A dose necessária deve ser monitorizada através de análises ao sangue.[3]

A gentamicina pode resultar em toxicidade no ouvido interno ou nos rins.[3] No ouvido interno pode causar problemas de equilíbrio e perda auditiva, que podem ser permanentes.[3] A administração durante a gravidez pode ser nociva para o bebé em desenvolvimento.[3] No entanto, aparenta ser segura durante a amamentação.[6] A gentamicina é um tipo de aminoglicosídeo.[3] Atua no organismo impedindo as bactérias de produzir proteínas, o que geralmente mata as bactérias.[3]

A gentamicina foi patenteada em 1962 e aprovada para uso médico em 1964.[7] É produzida a partir da bactéria Micromonospora purpurea.[3] Faz parte da Lista de Medicamentos Essenciais da OMS.[8] A Organização Mundial de Saúde classifica a gentamicina como de importância crítica para a medicina humana.[9] Está disponível como medicamento genérico.[10]

Indicações editar

Indicada para, meningite purulenta, pielonefrite, otite, infecções cutâneas, etc, causadas por Pseudomonas aeruginosa, Proteus, Escherichia coli, Klebsiella-Enterobacter, Serratia e Salmonella. Juntamente com a benzilpenicilina é indicada contra endocardite.[2]

Contra-indicações editar

O fármaco sulfato de gentamicina não é administrado em casos de miastenia grave, Doença de Parkinson e alergias aos aminoglicosídeos.[1]

Farmacocinética editar

É pouco absorvida quando administrada por via oral, devendo ser injetado por via intravenosa ou intramuscular. Alcança concentração máxima entre 30 minutos a 1 hora depois da administraçao entre 4 a 6 mcg/ml. Pode ser administrado de 8 em 8h ou de 12 em 12h. Deve-se evitar concentraçao maior a 12mcg/ml.[11] Sua meia vida é de 1,5 a 4 horas.[1][12]

Cerca de 30% do fármaco liga-se a proteínas plasmáticas.[12] É excretada pelos rins, por meio de filtração glomerular, e encontra-se na urina em forma ativa.

Efeitos adversos editar

Má administração ou administração incorreta editar

Se mal administrado ao paciente de forma incorreta ou exagerada a dose pode causar o chamado efeito wobblers que ocorre na perda do sistema vestibular causando sensação de queda no paciente permanentemente.[13]

Referências editar

  1. a b c d e f g Formulário terapêutico nacional 2010: Rename 2010/Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
  2. a b RANG. H. P. et. al. Farmacologia. Tradução da 5. ed. americana. Elsevier. ISBN 853521368-6
  3. a b c d e f g h i j k «Gentamicin sulfate». The American Society of Health-System Pharmacists. Consultado em 15 de agosto de 2015. Cópia arquivada em 16 de agosto de 2015 
  4. Bartlett, Jimmy (2013). Clinical Ocular Pharmacology s ed. [S.l.]: Elsevier. p. 214. ISBN 9781483193915. Cópia arquivada em 22 de dezembro de 2015 
  5. Moulds, Robert; Jeyasingham, Melanie (outubro de 2010). «Gentamicin: a great way to start». Australian Prescriber. 33 (5): 134–135. doi:10.18773/austprescr.2010.062. Arquivado do original em 13 de março de 2011 
  6. «Gentamicin use while breastfeeding». Consultado em 15 de agosto de 2015. Cópia arquivada em 6 de setembro de 2015 
  7. Fischer, Jnos; Ganellin, C. Robin (2006). Analogue-based Drug Discovery. [S.l.]: John Wiley & Sons. p. 507. ISBN 9783527607495 
  8. World Health Organization (2019). World Health Organization model list of essential medicines: 21st list 2019. Geneva: World Health Organization. hdl:10665/325771. WHO/MVP/EMP/IAU/2019.06. License: CC BY-NC-SA 3.0 IGO 
  9. World Health Organization (2019). Critically important antimicrobials for human medicine 6th revision ed. Geneva: World Health Organization. ISBN 9789241515528. hdl:10665/312266. License: CC BY-NC-SA 3.0 IGO 
  10. Burchum, Jacqueline (2014). Lehne's pharmacology for nursing care. [S.l.]: Elsevier Health Sciences. p. 1051. ISBN 9780323340267. Cópia arquivada em 11 de março de 2016 
  11. http://www.facmed.unam.mx/bmnd/gi_2k8/prods/PRODS/Gentamicina%20Iny.htm
  12. a b Patologia Clínica. pag. 137
  13. http://www.wobblers.com/about.html