Geografia da América

A América é a segunda maior massa de terra do planeta, depois da Ásia, com uma área de aproximadamente 42.262.142 km², cobrindo 8,3% da área total do planeta. Ela se estende de norte a sul do Cabo Columbia (58 ° N, Canadá), no Oceano Ártico até as ilhas Diego Ramírez (56 º S, Chile). Seu ponto mais oriental corresponde à Ponta do Seixas em Cabo Branco no Brasil (34°47'W) e o mais ocidental corresponde a ilha Attu nas ilhas Aleutas (173°11'E).[1]

As Américas.

Consiste em três subcontinentes: América do Norte, América Central e América do Sul e um arco de ilhas conhecida como as antilhas. De acordo com as teorias da deriva continental e das placas tectônicas, o que seria a América do Norte e a América do Sul, mantiveram-se durante milhões de anos separados. Depois da divisão da Gonduana e da Laurásia ambos subcontinentes viajaram até sua atual posição ficando unidos pela América Central, uma ponte surgiu entre eles pela ação das placas tectônicas, que foi primeiro um Arco de Ilhas e mais tarde se tornou em terra continua. O ponto mais estreito dessa união é o istmo do Panamá, formado 3 milhões de anos atrás. Outro arco de ilhas, as Antilhas, constituem uma segunda ligação entre os subcontinentes.[1]

Áreas geográficas
América do Norte América Central América do Sul
Ártico Canadense
Grande Bacia
Grandes Planícies
Grandes Lagos
Rochosas
Sierra Madre
Eixo Neovulcânico
Montes Maias
Groelândia
Apalaches
Placa tectônica do Caribe
Istmo
Antilhas
-As Bahamas
-Grandes Antilhas
-Pequenas Antilhas
--Antilhas de Sotavento
--Antilhas de Barlavento
Caribe sul-americano
Planícies do Orinoco
Amazônia
Cordilheira dos Andes
Bacia platina: Chaco+Pantanal & Pampa
Patagônia
Sertão
Planalto Brasileiro
Zona da Mata
Altiplano andino
Guianas
Grande Cânion Canal do Panamá Amazonas

Relevo editar

 
Aconcágua, com 6.959 metros de altura, é a maior montanha da América.

América é composta basicamente por uma série de alta cordilheiras na costa ocidental nas zonas de choques e afundamento das placas tectônicas (Cordilheira Americana).

Na América Central Continental, há apenas uma série de montanhas, a Cordilheira da América Central, que atravessa a todos os países recebendo diversos nomes. Nas Antilhas, o relevo é um arco de ilhas combinado com vários vales, montanhas, planícies e planaltos, que fornecem um grande turismo para a região; nas ilhas maiores se pode ver a Sierra Maestra, em Cuba, e os maciços Selle e Hotte, nas ilhas de Hispaniola; o restante das ilhas são pontas de montanhas salientes no mar.[2]

Na América do Sul estão os Andes, onde estão os picos mais importantes do continente. A cordilheira dos Andes é a cordilheira emergida mais longa do mundo e é uma das principais fontes econômicas nos países em que esta. Também podemos encontrar planícies como a do Orinoco, da Amazonas, do Chaco e a do Pampa. Na costa do Atlântico encontra-se também o planalto Brasileiro.[2]

Picos principais (sobre 6.000 msnm)[3]
Montanha Altitude País
Aconcágua 6.962   Argentina
Ojos del Salado 6.893   Argentina -   Chile
Monte Pissis 6.795   Argentina
Huascarán 6.746   Peru
Llullaillaco 6.739   Argentina -   Chile
Mercedario 6.720   Argentina
Incahuasi 6.621   Argentina -   Chile
Yerupajá 6.617   Peru
Tupungato 6.570   Argentina -   Chile
Sajama 6.542   Bolívia
Antofalla 6.440   Argentina
Illimani 6.438   Bolívia
Ancohuma 6.427   Bolívia
Coropuna 6.425   Peru
El Cóndor 6.414   Argentina
Cerro El Libertador 6.380   Argentina
Ausangate 6.372   Peru
Tunsho 6.369   Peru
Huandoy 6.360   Peru
Parinacota 6.342   Bolívia -   Chile
Ampato 6.288   Peru
Montanha Altitude País
Cerro de la Majadita 6.280   Argentina
Chimborazo 6.267   Equador
Salcantay 6.264   Peru
Cerro de los Patos 6.239   Argentina -   Chile
Pular 6.233   Chile
Monte McKinley 6.194   Estados Unidos
Aucanquilcha 6.176   Chile
Cerro del Toro 6.168   Argentina -   Chile
San Pedro 6.145   Chile
Queva 6.140   Argentina
Colangüil 6.122   Argentina
Cerro Belgrano 6.097   Argentina
Cerro Aracar 6.095   Argentina
Cerro El Plomo 6.070   Argentina -   Chile
Chachani 6.057   Peru
Copiapó 6.052   Chile
Socompa 6.051   Argentina -   Chile
Pili 6.046   Chile
Chaupi Orco 6.044   Bolívia -   Peru
Palpana 6.040   Chile

Hidrografia editar

 
Cataratas do Niágara, que liga os lagos Ontário e Erie.
 
O lago Titicaca é o lago navegável a maior altitude do mundo.
 
As Cataratas do Iguaçu, no Parque Nacional do Iguaçu.

A maioria dos rios da América nascem nas cordilheiras do ocidente e fluem até os oceanos Glacial Ártico, Atlântico e o Pacífico. Os rios que desaguam no Oceano Atlântico são maiores e formam importantes bacias hidrográficas.

Na América do Norte podem ser identificados rios das três vertentes existentes: o Rio Mackenzie, que desagua na vertente do Ártico, os rios Yukon, Colorado e Columbia são os maiores rios da vertente do Pacífico, enquanto na vertente do Atlântico destacam os rios Bravo, o sistema de rios Mississippi-Missouri e o São Lourenço. De todos eles se destaca o rio Mississippi por ser o mais longo e com a maior bacia desta zona do continente, sendo o principal rio dos Estados Unidos. Nos lagos, se destacam os da região dos Grandes Lagos onde se encontram os lagos Superior, Huron, Michigan, Ontário e o lago Erie. Estes lagos são conectados por pequenos rios e canais, desembocando no Atlântico através do rio São Lourenço.

Na América Central os rios são curtos e correspondem principalmente a vertente atlântica. Estes rios têm várias funções, servindo incluso como fronteiras; por exemplo o rio Segovia (entre Honduras e o Nicarágua). Nesta zona, os lagos também são menores, entre eles estão o lago Nicarágua e o Gatún.

Na América do Sul, reaparece as vertentes do Pacífico mesmo que os rios que desaguam no Atlântico serem maiores e mais importantes. Destacam os rios Orinoco, o sistema Paraná-Plata e o rio Amazonas. O rio Amazonas é o maior rio da Terra, tanto em volume de água quanto em comprimento (6937,08 km de extensão), nas cheias a distância de uma margem a outra pode chegar a 50 km.[4] A América do sul não apresenta, ao contrário da América do Norte, grandes extensões lacustres, mas ainda assim possui inúmeras lagoas costeiras, sobretudo na vertente atlântica, como a lagoa dos Patos, no Brasil; lagoas de inundação nas planícies Amazônica e do Orinoco; e lagos de altitude, como o Titicaca, entre o Peru e a Bolívia.[2]

Rios mais longos da América
Rio Longitude (km) Principais países atravessados
Amazonas 7.100   Colômbia,   Peru,   Brasil
Mississipi-Missúri 6.019   Estados Unidos
Mackenzie 4.240   Canadá
Paraná-Prata 4.200   Paraguai,   Argentina,   Uruguai,   Brasil
São Francisco 3.199   Brasil
Yukon 3.185   Estados Unidos
Grande 3.033   Estados Unidos,   México
Sascachevão 2.575   Canadá
Colorado 2.333   Estados Unidos,   México
Orinoco 2.150   Venezuela,   Colômbia
Columbia 1.953   Estados Unidos
Madalena 1.543   Colômbia
Cauca 1.350   Colômbia
Usumacinta 1.200   Guatemala,   México

Clima editar

 
Naples Beach na Flórida é o exemplo de uma localidade com clima tropical na América.

Devido à sua alongada disposição norte-sul, que faz o território americano situar-se em diferentes latitudes, ele apresenta grande diversificação climática.[5] O clima de qualquer região depende de muitos fatores: latitude, altitude e disposição do relevo, massas de ar, continentalidade, maritimidade, correntes marítimas, etc. Uma menor ou maior latitude indica se uma área está mais próxima ou mais distante do Equador e, conseqüentemente, se é mais ou menos quente. Além disso, em função do relevo, essa área pode apresentar, conforme a altitude.[5] No continente americano destacam-se os climas tropicais, subtropicais, equatoriais, desérticos, semiáridos, mediterrâneo temperado, polar, frio de montanha, úmidos ou secos,etc. Aparecendo, em alguns pontos, o tropical de altitude. Em meio a essa vasta extensão tropical, existe um trecho de clima equatorial, também muito amplo, marcado por reduzida amplitude térmica, elevadas temperaturas e chuvas constantes.[5]

A partir do Trópico de Capricórnio, na América do Sul, os tipos climáticos dominantes modificam-se progressivamente com o aumento da latitude, passando a predominar os climas temperados e frios. A influência do relevo sobre a temperatura é mais nítida na parte oeste, onde as cordilheiras apresentam faixas de terras quentes, temperadas e frias. Essas faixas vão desaparecendo à medida que diminui a distância em relação ao polo sul, onde mesmo ao nível do mar já se encontram áreas permanentemente geladas.[5]

A influência do relevo sobre a temperatura é mais nítida na parte oeste, onde as cordilheiras apresentam faixas de terrenos quentes, temperados e frios. Essas faixas vão desaparecendo à medida que diminui a distância em relação ao Pólo Sul, onde mesmo ao nível do mar já se encontram áreas permanentemente geladas.[5]

Na América do Norte, por causa da situação geográfica, a partir do pólo norte para perto do Equador, no subcontinente podem ver-se várias zonas climáticas, de florestas e cerrado nas planícies do sul do México para áreas de permafrost na Groelândia. No norte do Canadá e do Alasca, paisagens típicas da tundra e taiga. Nas regiões do interior do continente incluem desertos e áreas secas. No entanto, grandes áreas do continente gozam um clima ameno para o assentamento e agricultura. Principalmente o clima é quente, úmido e chuvoso.

O clima na América do Norte é tipicamente frio e úmido. A zona chuvosa se estende de forma desproporcionada, e como o continente estende-se sobre as zonas climáticas, a vegetação é bastante distinta. Recuos Grande do litoral tornam as condições de insularidade a prevalecer na maior parte do seu interior. A área ao longo da costa ocidental tende a ser mais ameno e úmido do que outras áreas com a mesma latitude.[6] O sudeste da América do Norte tem grande ocorrência de tornados e furacões, sendo que a grande maioria dos tornados ocorrem em uma região dos Estados Unidos denominada Tornado Alley.[7]

Vegetação editar

 
General Sherman, o maior sequoia do mundo com seus 83 metros.

Existem distribuições de várias plantas de vida na América do Norte. A vida vegetal no Ártico inclui ervas, musgos e salgueiros do Ártico. Árvores coníferas, incluindo os abetos, pinheiros, hemlocks, etc, são originárias do Canadá e as montanhas no oeste dos EUA vai até o sul de São Francisco. Entre elas estão as sequóias gigantes, sequóias, abetos grande, e pinheiros açúcar. No sul crescem extensos pinheiros amarelos. Além disso, pau campeche, mogno, e lignunvitae - todas tropical na natureza - são cultivadas. O sudoeste tem as plantas do deserto, incluindo yucci e cactos. As plantas cultivadas nativas da América do Norte são o tabaco, milho, batata, a baunilha, melão, cacau, abóbora, índigo, e de feijão.[8] A maior parte da cobertura vegetal que revestia a América Latina até o século XVI já não existe mais. A vegetação somente foi preservada nos locais de pequeno interesse econômico ou em áreas de relevo abrupto. Mas, mesmo assim, é muito fácil reconstituir a formação vegetal primitiva, uma vez que ela era resultado do clima e do tipo de solo em que se desenvolveu. Assim, é possível identificar na região:

 
Igarapé da Bacia Amazônica, no Brasil.

Ver Também editar

Referências

  1. a b «América - Continente americano». Só Geografia. Consultado em 1 de junho de 2011 
  2. a b c «shvoong.com - shvoong Resources and Information.». ww1.shvoong.com. Consultado em 1 de junho de 2011 
  3. «SOUTH AMERICA ULTRAS: peaklist.org». www.peaklist.org. Consultado em 17 de fevereiro de 2020 
  4. El río más largo del mundo, notícia do jornal El País (16 de junho de 2007)
  5. a b c d e ANTUNES, Celso. Capítulo 6: A paisagem natural da América Latina. In: ANTUNES, Celso. Geografia e participação, volume 3: Américas e regiões polares. São Paulo: Scipione, 1991. p. 57.
  6. [1]
  7. Sid Perkins (11 de maio de 2002). «Tornado Alley, USA». Science News. pp. 296–298. Consultado em 29 de maio de 2011. Cópia arquivada em 25 de agosto de 2006 
  8. a b «América: clima y vegetación | La guía de Geografía». geografia.laguia2000.com. Consultado em 1 de junho de 2011