Girondinos (do francês girondin, por ter sido formado em torno de deputados do departamento da Gironda), também conhecidos como "Brissotinos", era a denominação de um grupo político relativamente moderado da Assembleia Nacional (onde, juntamente com os jacobinos, de Robespierre, e os cordeliers, de Danton, representavam o Terceiro Estado) e da Convenção Nacional francesa, chefiado por Jacques-Pierre Brissott (1754-1793), durante a Revolução Francesa. Algo interessante de ser mencionado é que a denominação “girondinos”, contudo, foi feita posteriormente pela historiografia - em 1842 o historiador Lamartine denominando tal grupo como girondinos. O que se entende por girondinos eram jacobinos com predominância de brissotinos (nomenclatura derivada do nome de um se seus líderes, Brissot), pois ambos os grupos eram provenientes do Clube Jacobino[4]. Seus membros pertenciam, em sua maioria, à burguesia provincial. Seu violento enfrentamento com o grupo dos montanheses (ou jacobinos) dominou os primeiros meses da Convenção Nacional.

Girondino
La Gironde
Líder Marquês de Condorcet
Jean-Marie Roland
Jacques Pierre Brissot
Pierre Victurnien Vergniaud
Fundação 16 de novembro de 1791
Dissolução 24 de outubro de 1793
Sede Palácio das Tulherias, Paris
Ideologia Liberalismo[1]
Abolicionismo[2]
Federalismo[1]
Republicanismo
Constitucionalismo (minoria)[3]
Espectro político Centro
Religião Secularismo
Publicação Patriote français
Le Courrier de Provence
La chronique de Paris
País França França
Política da França

Partidos políticos

Eleições

Na Convenção (1792–1795), os girondinos, foram instalados do lado direito do plenário junto ao grupo da Montanha, composto de 24 deputados de Paris e outros. A conotação política dos termos esquerda e direita provém dessa divisão inicial do plenário. Os girondinos dominavam a Assembleia e, imediatamente, começaram a atacar a Comuna de Paris e os "montanheses" (mais conhecidos como jacobinos), por considerá-los responsáveis pelos massacres de setembro de 1792. Marat foi o primeiro implicado. Por outro lado, durante o processo de Luis XVI, os girondinos, que se opunham à condenação do rei, foram considerados pouco republicanos. Se enfraqueceram politicamente com a tentativa de fuga de Luís XVI. Afinal, sua posição contrária à instituição de um tribunal revolucionário comprometeu definitivamente os girondinos. A maioria dos Girondinos passou a apoiar o republicanismo moderado após o inicio da revolução.

Origem editar

Após a formação da república, a Assembleia se dividiu em grupos: os montagnards (montanheses) ocupavam o setor mais alto do plenário, denominado La Montagne ('a Montanha'); os brissotins (girondinos) e outros grupos ocupavam as partes baixas, sendo por isso chamados de peuple du marais ('povo do pântano') ou peuple de La Plaine ('povo da planície').

Em um clima dominado pela guerra civil, Robespierre, com a ajuda do grupo La Montagne e com apoio dos sans-culottes (proletários parisienses) instituiu o regime do Terror, período caracterizado por processos sumários que frequentemente resultavam na condenação à morte na guilhotina. Tais processos, na maioria das vezes, envolviam personalidades políticas opostas aos jacobinos, de modo que, em outubro de 1793, vários líderes girondinos haviam sido eliminados.

Os girondinos eram os deputados do departamento da Gironda, área próspera da costa atlântica, tendendo a representar os interesses comerciais e a visão de mundo da burguesia e, em menor escala, da nobreza ilustrada, mas também de setores de classe média e profissionais liberais. Em geral republicanos, seu apoio, contudo, oscilava entre a monarquia constitucional e a república. Essa posição, favorável à conciliação com a monarquia e contra a condenação à morte do rei, levou-os à perdição quando a França foi invadida e foram encontrados documentos comprometedores envolvendo ações do monarca. Os girondinos mais representativos eram o deputado Brissot e o ministro Roland, em cuja casa, o salão da Madame Roland, reunia-se a elite dos girondinos e dos jacobinos. Em geral, eram defensores de uma política republicana, liberal, federalista, abolicionista e anticlerical.

Referências

  1. a b «Girondin». Encyclopædia Britannica 
  2. David Barry Gaspar; David Patrick Geggus (1997). A Turbulent Time: The French Revolution and the Greater Caribbean. [S.l.]: Indiana University Press. 262 páginas 
  3. Prachi Mital (2012). «Essay on the Ideological Differences between the Girondists and the Jacobins». Preserve Articles 
  4. CARVALHO, Daniel Gomes de. Revolução Francesa. São Paulo: Editora Contexto, 2022, p.106-108.
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Ver também editar