Golpe de Estado na Nigéria em 1983

O golpe militar na Nigéria de 31 de dezembro de 1983 foi coordenado por importantes oficiais do exército nigeriano, provocando a deposição do governo democraticamente eleito do presidente Shehu Shagari e a instalação do major-general Muhammadu Buhari como chefe de Estado.

Golpe de Estado na Nigéria em 1983
Período 01983-12-31 31 de dezembro de 1983
Local Nigéria
Causas Escalada de tensões nas relações institucionais entre governo civil de Shehu Shagari e Forças Armadas
Resultado Golpe bem sucedido
Participantes do conflito
Nigéria Segunda República da Nigéria Nigéria Oficiais rebeldes das Forças Armadas
Líderes
Shehu Shagari Muhammadu Buhari
Baixas
Sem mortes registradas Sem mortes registradas

Antecedentes editar

As tensões civil-militares tornaram-se complicadas, como evidenciado pela decisão da 3.ª Divisão do Comandante Geral (Major-General Muhammadu Buhari) de cortar o abastecimento de combustível e alimentos no Chade, uma ação causada por disputas fronteiriças entre a Nigéria e o Chade e que foi contraposta pelo presidente Shehu Shagari. Em contrariedade as outras ordens de Shagari para evitar a violação das fronteiras chadianas, as unidades de Buhari perseguiram intrusos chadianos a cerca de 50 km no território do Chade. Essas ações unilaterais, nas palavras do historiador militar Nowa Omoigui, "debilitaram as relações entre civis e militares e, posteriormente, contribuíram (entre outras razões) para um golpe bem sucedido em 31 de dezembro de 1983".[1] Antes de 31 de dezembro de 1983, o diretor-geral da Organização de Segurança Nacional, Umaru Shinkafi, detectou uma conversa associada com até dez conspirações golpistas, porém a Organização de Segurança Nacional foi incapaz de agir por causa da natureza tênue e vaga das informações recolhidas.[2]

Detalhes editar

O coronel Tunde Ogbeha foi encarregado pelos conspiradores golpistas de negociar a rendição pacífica da unidade militar do presidente Shagari, a Brigada de Guardas. Ogbeha não conseguiu chegar ao coronel Bello Kaliel, o Comandante da Brigada de Guardas e se envolveu em um jogo de busca de Lagos-para-Abuja-e-volta o que fez com que Kaliel suspeitasse. O brigadeiro Ibrahim Bako recebeu a responsabilidade de prender o presidente Shagari após a negociação bem sucedida de Ogbeha para uma rendição pacífica. Desconhecido para Bako era o fato de que nenhuma rendição foi negociada. Além disso, os detalhes do complô não foram divulgados apenas ao presidente Shagari, mas também ao capitão Anyogo e ao tenente coronel Eboma da Brigada de Guardas que guarneceram uma defesa na villa presidencial em antecipação a um ataque. Como esperado, o brigadeiro Bako chegou à villa presidencial para prender o presidente Shagari, porém os guardas do presidente Shagari não foram pacificados como esperado. Um tiroteio resultou na morte do brigadeiro Bako.[3]

Fontes editar

Referências

  1. Omoigui, Nowa. «HISTORY OF CIVIL-MILITARY RELATIONS IN NIGERIA (5)*: THE SECOND TRANSITION (1979-83, Part 2)*». Gamji 
  2. Siollun, Max. Soldiers of Fortune. Nigerian Politics from Buhari to Babangida 1983-1993. [S.l.: s.n.] p. 8. ISBN 9785023826 
  3. Siollun, Max. Soldiers of Fortune. Nigerian Politics from Buhari to Babangida 1983-1993. [S.l.: s.n.] pp. 15–18. ISBN 9785023826