Heliconius nattereri

espécie de inseto

Heliconius nattereri é uma borboleta neotropical da família dos ninfalídeos (Nymphalidae) e subfamília Heliconiinae,[4] nativa da região sudeste do Brasil e sul da região nordeste (Espírito Santo e Bahia), em uma área com menos de mil quilômetros de comprimento).[5] É uma das mais raras espécies do seu gênero, ocorrendo em pequenos bolsões remanescentes da Floresta Costeira Atlântica original.[2] Foi classificada por C. & R. Felder em 1865.[4] É também o único Heliconius com padrões de asas sexualmente dimórficos,[5][6] com os dois sexos sendo originalmente descritos como espécies separadas.[2] Suas fêmeas foram classificadas como Heliconius fruhstorferi, por Riffarth, em 1899.[7]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaHeliconius nattereri
O macho de H. nattereri é a borboleta acima e à esquerda, nesta ilustração do ano de 1864, retirada de sua descrição original. As asas posteriores da fêmea se assemelham às da subespécie de Heliconius ethilla à sua direita, porém as asas anteriores apresentam mais o laranja do que o amarelo.[1]
O macho de H. nattereri é a borboleta acima e à esquerda, nesta ilustração do ano de 1864, retirada de sua descrição original. As asas posteriores da fêmea se assemelham às da subespécie de Heliconius ethilla à sua direita, porém as asas anteriores apresentam mais o laranja do que o amarelo.[1]
Fotografia de H. ethilla ssp. narcaea (Maria-boba) em voo, uma borboleta que serve de modelo mimético para a fêmea de H. nattereri.[2]
Fotografia de H. ethilla ssp. narcaea (Maria-boba) em voo, uma borboleta que serve de modelo mimético para a fêmea de H. nattereri.[2]
Estado de conservação
Espécie em perigo crítico
Em perigo crítico (IUCN 3.1) [3]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Lepidoptera
Subordem: Papilionoidea
Família: Nymphalidae
Subfamília: Heliconiinae
Tribo: Heliconiini[4]
Género: Heliconius
Kluk, 1780[4]
Espécie: H. nattereri
Nome binomial
Heliconius nattereri
C. & R. Felder, [1865][4]
Sinónimos
Heliconius fruhstorferi Riffarth, 1899 (fêmea)[4]
Wikispecies
Wikispecies
O Wikispecies tem informações sobre: Heliconius nattereri

Descrição dos sexos e descrição original editar

  • Macho

Indivíduos do sexo masculino possuem as asas, vistas por cima, com padrão geral de coloração em negro e amarelo claro.[8] Seus espécimes foram originalmente coletados na Bahia e descritos no texto Reise der Österreichischen Fregatte Novara um die Erde in den Jahren 1857, 1858, 1859 Unter den Behilfen des Commodore B. von Wüllerstorf-Urbair., por C. & R. Felder.[4][7]

  • Fêmea

Indivíduos do sexo feminino possuem as asas, vistas por cima, com padrão geral de coloração em negro, amarelo claro e laranja.[1] Tal padrão lhes permite a semelhança com Heliconius ethilla (conhecida por Maria-boba) e Ithomiini locais, como a Mechanitis polymnia.[2] Seus espécimes foram originalmente coletados no Espírito Santo e descritos no texto Neue Heliconius-Formen, por Riffarth, 34 anos após a descrição do macho por C. & R. Felder.[4][7]

Hábitos, habitat e alimentação das lagartas editar

Heliconius nattereri ocorre de zero a 1 300 metros de altitude,[2] mas normalmente acima dos 600 metros e com baixa densidade populacional,[5] em florestas primárias úmidas. Geralmente os machos voam rapidamente no dossel florestal e as fêmeas voam lentamente e no nível médio,[2] buscando flores para sua alimentação.[5] Suas lagartas são gregárias[2] e se alimentam de Passiflora contracta (família Passifloraceae). Na mesma área ainda ocorrem Passiflora jiboiaensis, P. misera, P. alata e P. mansoi.[5]

Estado de conservação da espécie editar

Esta é considerada uma espécie em perigo crítico pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN) em sua Lista Vermelha.[3] Em 2005, foi classificada como vulnerável na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[9] em 2014 e 2018, respectivamente, como em perigo no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção e na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio);[10][11] e em 2018, como em perigo na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Estado do Rio de Janeiro.[12]

Referências

  1. a b Mugrabi, Elna (5 de outubro de 2004). «Borboletas de Vitória - H. nattereri (fêmea)». Flickr. 1 páginas. Consultado em 27 de dezembro de 2017 
  2. a b c d e f g Beltrán, Margarita; Brower, Andrew V. Z. (2010). «Heliconius nattereri C. & R. Felder, 1865». Tree of Life Web Project. 1 páginas. Consultado em 27 de dezembro de 2017 
  3. a b World Conservation Monitoring Centre (1996). «Heliconius nattereri » (em inglês). IUCN. 1 páginas. Consultado em 27 de dezembro de 2017 
  4. a b c d e f g h Savela, Markku. «Heliconius nattereri» (em inglês). Lepidoptera and some other life forms. 1 páginas. Consultado em 27 de dezembro de 2017 
  5. a b c d e Cardoso, Márcio Zikán; Brito, Marcos Roberto; Lion, Marília Bruzzi (27 de novembro de 2017). «Confirmation of the northermost population of the endangered butterfly Heliconius nattereri C. Felder & R. Felder, 1865 (Lepidoptera, Nymphalidae (em inglês). Biota Neotrop. vol.17 no.4 Campinas (SciELO). 1 páginas. Consultado em 27 de novembro de 2017 
  6. D'ABRERA, Bernard (1984). Butterflies of South America (em inglês). Australia: Hill House. p. 98-99. 255 páginas. ISBN 0-9593639-2-0 
  7. a b c Lamas, Gerardo. «Heliconius nattereri C. & R. Felder, [1865] - Type Specimens» (em inglês). Butterflies of America. 1 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2017 
  8. Mugrabi, Elna (5 de outubro de 2004). «Borboletas de Vitória - H. nattereri (macho)». Flickr. 1 páginas. Consultado em 27 de dezembro de 2017 
  9. «Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 7 de julho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022 
  10. «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018 
  11. «Heliconius nattereri Felder & Felder, 1865». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 22 de abril de 2022. Cópia arquivada em 9 de julho de 2022 
  12. «Texto publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro contendo a listagem das 257 espécies» (PDF). Rio de Janeiro: Governo do Estado do Rio de Janeiro. 2018. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de maio de 2022 

Ligações externas editar

 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Heliconius nattereri