Henrique Lins de Barros

Henrique Gomes de Paiva Lins de Barros (Rio de Janeiro, 30 de maio de 1947) é um físico, biofísico, escritor, divulgador científico,[4] músico, roteirista, pintor e poeta brasileiro.[2]

Henrique Lins de Barros
Nome completo Henrique Gomes de Paiva Lins de Barros
Conhecido(a) por Ser um dos principais pesquisadores sobre Alberto Santos Dumont
Nascimento 30 de maio de 1947 (76 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidade Brasileiro
Progenitores Mãe: Eurydice Gomes de Paiva Lins de Barros[1]
Pai: Henry British Lins de Barros Pessoa[2][1]
Parentesco João Alberto Lins de Barros (tio)[2]
Cônjuge Myriam Moraes Lins de Barros[1]
Filho(a)(s) 3[2]
Alma mater PUC-RJ
Outras ocupações Escritor e biografo
Profissão Biofísico
Início da atividade 1964
Prêmios Ordem do Mérito Aeronáutico
Medalha Mérito Santos-Dumont
Ordem Nacional do Mérito Científico
Empregador(a) Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas[3]

Infância editar

Seus pais foram Henry British (oficial da Marinha)[2] e Eurydice Gomes de Paiva Lins de Barros.[1] Tanto seu pai quanto seus tios foram importantes na criação da CBPF,[2] junto de César Lattes, um dos fundadores[5] e amigo da família Lins de Barros.[6] Cresceu em Copacabana, onde desenvolveu interesse por aviões ao, com seus irmãos, reconhecer o barulho das máquinas, por ter morado num apartamento "no qual a gente quase não podia ver o céu".[7]

Carreira editar

Em 1964 Henrique entrou no curso de engenharia da Universidade Federal Fluminense, trocando após meio ano pela graduação em física na PUC-RJ em 1970 e nessa época ele também passou, de brincadeira, a fazer música.[2] Essa instituição lhe agraciou com o diploma de mestre em teoria atômica em 1973,[4] onde também foi professor.[7]

Tornou-se Doutor em Física pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas em 1978 e foi diretor do Museu de Astronomia e Ciências Afins de 1992 a 2000,[8] onde em 1989, criou uma mostra sobre as questões científicas do século XX.[4] No CBPF ele entrou na área de biofísica,[4] que numa investigação em conjunto com a UFRJ, resultaram na descoberta de uma bactéria multicelular.[2]

É interessado por física atômica, biofísica, história da ciência e história da técnica, além de se considerar um cientista experimental, em vez de teórico.[2]

Divulgação científica editar

Iniciou na área de divulgação científica ainda durante a ditadura militar brasileira nos anos 80, também tendo participado de conferências.[4] Por não conseguir conciliar seu trabalho com a divulgação científica, abriu mão de sua bolsa de produtividade.[4]

Santos-Dumont editar

É considerado o maior especialista na vida e obra de Santos Dumont, tendo escrito quatro livros sobre o brasileiro, e sendo considerado referência no Brasil e no exterior.[4][2] O interesse pelo personagem foi iniciado na década de 1980 após ver uma réplica do Demoiselle de 1909, que lhe fez passar a pesquisar sobre o personagem e avião com o objetivo de fazer um modelo para si, além de disputar a ideia de que os Irmãos Wright inventaram o avião e concorda que essa controvérsia no país é uma falha na divulgação científica brasileira.[4] De acordo com ele, há uma pressão política para falar dos Wright e que houve uma campanha flagrante dos Estados Unidos no final da década de 1930 em favor dos americanos, apesar de "não ter embasamento histórico", devido ao fato dos irmãos não terem "entendido o que é levantar voo", de acordo com o pesquisador.[7]

Com financiamento do CNPJ, em 1985, foi para a França pesquisar sobre Santos Dumont devido a um projeto cinematográfico de Tizuka Yamasaki e graças as informações que reuniu, escreveu seu primeiro livro em 1986, "Santos-Dumont".[2] O filme não foi para frente devido ao orçamento, mas posteriormente escreveu o roteiro e foi compositor do documentário "O homem pode voar" (2003), do diretor Nelson Hoineff.[4][2]

Em 2005, participou na construção de uma réplica do 14-bis do Alan Calassa.[2] Em 2014, assumiu a chefia do Museu do Meio Ambiente.[9]

Prêmios editar

Devido a sua pesquisa sobre Santos Dumont, Henrique Lins de Barros recebeu a Ordem do Mérito Aeronáutico no grau de Grande-Oficial no dia 23 de outubro de 2017. Ele também já havia recebido a Medalha Mérito Santos-Dumont, a Ordem Nacional do Mérito Científico[7] e a Medalha 20 anos da Ciência Hoje.[9]

Publicações editar

Lista parcial:

BARROS, Henrique Gomes de Paiva Lins de. Santos Dumont: o homem voa! Rio de Janeiro: Contraponto, 2000.

__________. Santos Dumont e a invenção do vôo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.

__________. Desafio de voar. São Paulo: Metalivros, 2006.

Traduções

Referências

  1. a b c d «Henrique Lins de Barros». Consultado em 2 de maio de 2021. Cópia arquivada em 19 de janeiro de 2021 
  2. a b c d e f g h i j k l m Neldson Marcolin (agosto de 2007). «Henrique Lins de Barros: Do átomo ao avião» 137 ed. Consultado em 2 de maio de 2021. Cópia arquivada em 25 de setembro de 2020 
  3. José Rafael Sica (12 de novembro de 2012). «Santos Dumont: Cientista e Inventor». Consultado em 2 de maio de 2021. Cópia arquivada em 12 de agosto de 2020 
  4. a b c d e f g h i «O homem que sabia voar». Consultado em 2 de maio de 2021. Cópia arquivada em 2 de maio de 2021 
  5. Rodrigo de Oliveira Andrade (março de 2017). «Diálogo equacionado». Consultado em 4 de maio de 2021. Cópia arquivada em 15 de janeiro de 2021 
  6. Henrique Lins de Barros (2005). «O insondável e as razões da coincidência». Consultado em 4 de maio de 2021. Cópia arquivada em 5 de abril de 2005 
  7. a b c d «Henrique Lins de Barros, do CBPF, é agraciado com a Ordem do Mérito Aeronáutico no grau de Grande-Oficial». 25 de outubro de 2017. Consultado em 2 de maio de 2021. Cópia arquivada em 2 de maio de 2021 
  8. «Henrique Gomes de Paiva Lins de Barros». Arquivado do original em 28 de agosto de 2008 
  9. a b «Físico Henrique Lins de Barros assume a chefia do Museu do Meio Ambiente». Janeiro de 2014. Consultado em 2 de maio de 2021. Cópia arquivada em 6 de agosto de 2019 

Ligação externa editar