Henry Balnaves (Kirkcaldy, c. 1512 – Leith, fevereiro de 1570)[1] foi um político escocês, Lord Justice Clerk e reformador religioso.

Henry Balnaves
Nascimento década de 1510
Kirkcaldy
Morte fevereiro de 1570
Alma mater
Ocupação político
Religião protestantismo

Biografia editar

Nascido em Kirkcaldy, Fife, por volta de 1512, ele foi educado na Universidade de St Andrews e no continente, onde adotou princípios protestantes. Retornando à Escócia, continuou seus estudos jurídicos e em 1538 foi nomeado um juiz de sessão. Casou com Christian Scheves e em 1539 recebeu de herança uma pequena propriedade em Halhill, Fife, após o qual passou a ser chamado de Henry Balnaves de Halhill.[2][3][4] Antes de 1540, ele foi nomeado para o conselho privado de Jaime V da Escócia, e era conhecido como um dos partidários a favor da aliança inglesa e de uma reforma eclesiástica. Ele também é descrito como tesoureiro de Jaime V, mas o regente Arran nomeou-o secretário no novo governo da infante Rainha Maria (janeiro de 1543).[5][3]

Ele promoveu a lei permitindo a leitura da Bíblia na língua vulgar,[3] e foi um dos comissários designados para organizar um pacto de casamento entre a pequena rainha e o futuro Eduardo VI. Em Londres, ele não foi considerado tão complacente quanto alguns dos outros comissários, e não ficou a par de todos os compromissos assumidos por seus colegas. No entanto, o Cardeal Beaton não tinha simpatia por ele, em parte por causa de seu protestantismo, e em parte por ter favorecido a aliança inglesa, e quando Arran se reconciliou com o grupo sacerdotal, Balnaves foi privado de seus cargos e preso no Castelo Blackness em novembro de 1543 até o mês de maio seguinte.[5][3]

Balnaves foi libertado por ocasião da chegada da frota comandada pelo Conde de Hertford no estuário do rio Forth[4] e, a partir de então, tornou-se um agente remunerado da causa inglesa na Escócia. Ele não participou do assassinato do Cardeal Beaton no Castelo de St. Andrews, mas foi um dos defensores mais ativos do castelo durante o subsequente cerco e foi o pagador da guarnição. Em apoio a Rough Wooing de Henrique VIII, ele redigiu um modelo de um título de garantia para os escoceses para apoiar o casamento do Príncipe Eduardo e Maria.[6] Quando aquele castelo se rendeu aos franceses em julho, Balnaves foi levado prisioneiro para Ruão na França.[5][3]

O Duque de Somerset fez esforços vãos para obter sua libertação e continuou pagando sua pensão. Balnaves se fez útil passando informações ao governo inglês, e até mesmo Maria Tudor lhe enviou uma recompensa em junho de 1554. Balnaves também se ocupou em escrever o que John Knox chama de "um confortável tratado de justificação", que foi encontrado em manuscrito na casa de John Cockburn de Ormiston pelo secretário de Knox, Richard Bannatyne, e publicado em Edimburgo, em 1584, sob o título "A Confissão de Fé".[7][5]

Em agosto de 1555, Balnaves escreveu para Maria de Guise de Paris. Ela se tornara Regente da Escócia, e Balnaves se ofereceu para apoiar seu regime com um conselho legal secreto sobre as rendas da coroa. Ele expressou confiança no governo dela e mencionou que ela demonstrou bondade para com sua esposa, Christane Scheves.[8][5]

Em fevereiro de 1557, Balnaves recebeu permissão para retornar à Escócia e recuperar sua propriedade. A ascensão ao trono da rainha Isabel I mudou a situação, e Maria de Guise teve razões para acusá-lo de "práticas fora da Inglaterra". Ele tomou, de fato, um papel ativo na revolta de 1559 e foi comissionado pela Congregação para solicitar a ajuda do governo inglês através de Sir Ralph Sadler em Berwick-upon-Tweed.[3] Balnaves ficou surpreso ao encontrar o jovem conde de Arran lá. Ele chegou e saiu secretamente pelo mar da Ilha Sagrada. Isabel I escreveu para agradecer pessoalmente a Sir Ralph Sadler e Sir James Croft, capitão de Berwick, pelo seu bom e diligente serviço em receber Balnaves.[9][5]

Ele também foi selecionado como um dos representantes escoceses para negociar com o Duque de Norfolk em fevereiro de 1560, preparando o Tratado de Berwick.[4] Foi reabilitado por carta de Maria da Escócia, em maio de 1562.[10] Em 1563, foi restaurado ao seu cargo como juiz de sessão e foi um dos nomeados pela Assembleia Geral para revisar o Livro de Disciplina.[4] No julgamento de Bothwell pelo assassinato de Darnley em 1567, ele foi nomeado um dos quatro assessores do Conde de Argyll, o juiz-geral.[3] Em 1568, ele e George Buchanan acompanharam o regente Moray quando ele foi a Iorque para participar da investigação dos comissários ingleses e escoceses sobre a suposta culpa da rainha Maria da Escócia nesse assassinato[5][3]

Balnaves morreu em 1570 em Leith.[1]

Notas

  1. a b Dotterweich, Martin Holt. Balnaves, Henry (d. 1570), diplomat and religious reformer | Oxford Dictionary of National Biography (em inglês). Oxford: Oxford University Press. doi:10.1093/ref:odnb/1248 
  2. Register of the Great Seal of Scotland, 1513-1546, (1883), 450, n.º 2005, 10 de agosto de 1539, Petlethy.
  3. a b c d e f g h Grosart, Alexander Balloch. «Balnaves, Henry». Dictionary of National Biography, 1885-1900 (em inglês). 3 1885 ed. Londres: Smith, Elder & Co. pp. 91–92 
  4. a b c d Robert Chambers e Thomas Napier Thomson. «Balnaves, Henry, of Halhill». A biographical dictionary of eminent Scotsmen (em inglês). 1 1857 ed. Glasgow: Blackie and Son. pp. 127–129 
  5. a b c d e f g Pollard, Albert Frederick. «Balnaves, Henry». Encyclopædia Britannica (em inglês). 3. Cambridge: Cambridge University Press. p. 284 
  6. Letters & Papers Henry VIII, vol. 21 part 2 (1910), no. 524 (2)
  7. Balnaves, John, The Confession of Faith, Thomas Vautrollier, Edimburgo (1584), prefácio: o livro está disponível no EEBO, requer assinatura.
  8. Cameron, Annie I., ed., Scottish Correspondence of Mary of Lorraine, SHS (1927), 404-406.
  9. Clifford, Arthur ed., Sadler State Papers, vol. 2, Edimburgo (1809), 430-436, 445-446.
  10. Register of the Privy Seal of Scotland, vol.5 (1957), pp.265-7 no.1029.

Referências