Henry Knighton (ou Knyghton; morto em 1396, na Inglaterra) foi um cônego agostiniano da abadia de Santa Maria dos Prados, Leicester, Inglaterra, e um historiador eclesiástico (cronista)[1] que escreveu uma história da Inglaterra desde a conquista normanda até 1396, considerado o ano em que morreu.[2]

Henry Knighton
Nascimento século XIV
Inglaterra
Morte 1396
Inglaterra
Sepultamento Inglaterra
Cidadania Reino da Inglaterra
Ocupação historiador

Vida editar

Informações biográficas sobre sua vida provêm principalmente de sua crônica, cujo nome nos três primeiros livros é mostrado como HENRICVS CNITTON.[3] Pensa-se que seu nome indica que veio de Knighton, uma vila a duas milhas ao sul de Leicester.[4] Era um cônego na abadia "Santa Maria dos Prados" antes de 1363, pois foi registrado estando presente durante uma visita do rei Eduardo III.[3] Esteve na abadia por mais 33 anos e, em seus escritos, incluía detalhes consideráveis ​​sobre o bem-estar econômico da abadia.[5] A igreja agostiniana, onde recebeu o sacerdócio, era uma das mais ricas da Inglaterra e ficava no extremo norte de Leicester, no que hoje é a Abbey Park.[4]

Knighton era um defensor do rei Eduardo III e escreveu bem sobre ele,[6] embora a historiadora Louisa D. Duls o rotule como um membro da escola de "detratores lancastrianos de Ricardo".[7] Chamou cinco dos conselheiros de confiança do rei Ricardo IIRobert de Vere, Alexander Neville (arcebispo de Iorque), sir Michael de la Pole, 1º conde de Suffolk (lorde chanceler), sir Robert Tresilian (chefe de justiça do banco do rei) e Sir Nicholas Brembre – de "os cinco maus sedutores do rei" (quinque nephandi seductores regis).[8]

Viveu no mesmo período que John Wycliffe e tinha conhecimento pessoal dele quando foi para Oxford quando este era um mestre. No entanto, não estava diretamente associado a Wycliffe nem ao Lollardismo (ou "Wycliffitas", seguidores das filosofias dele). Foi o primeiro historiador do Lollardismo.[9] Escreveu que aqueles que expressavam reclamações da Igreja e ecoavam os princípios de Wycliffe em 1382, estando, portanto, associados aos princípios do Lollardismo, eram todos os homens no Reino da Inglaterra.[10]

Não se importava com as doutrinas de reforma da igreja de Wycliffe ou com os Lollards como ameaças de seu modo de vida.[11] Respeitava o reformador, embora como um acadêmico, escrevendo que ele era um clérigo e filósofo eclesiástico famoso e muito importante da época.[12]

Notas

  1. Vaughan, p. 246 footnote 24
  2. G. H. Martin (2004). «Knighton, Henry (d. c.1396), chronicler and Augustinian canon». Dictionary of National Biography (em inglês). Oxford University Press. Consultado em 4 de maio de 2020 
  3. a b Martin, 1995, p. xvii
  4. a b Martin, Geoffrey (2006). «Henry Knighton's Chronicle and Leicester Abbey». In: Joanna Storey, Jill Bourne and Richard Buckley. Leicester Abbey: Medieval history, archaeology and manuscript studies (em inglês). [S.l.]: LAHS 
  5. THE MIND'S EYE: Reconstructing the Historian's Semantic Matrix through Henry Knighton's Account of the Peasants' Revolt, 1381, 2011, por Sara Keehan (p. 33)
  6. Drees, p. 271
  7. Duls, pp. 212-214, 250
  8. Martin, p. 392
  9. Martin, p. xviii
  10. Vaughan, p. 150
  11. THE MIND'S EYE thesis (p. 44-47) por Sara Keehan
  12. Deanesly, p. 239

Referências editar

  • Martin, Geoffrey Haward (tradutor); Knighton's Chronicle 1337-1396; Clarendon Press, 1995, ISBN 0198205031
  • Duls, Louisa DeSaussure, Richard II in the Early Chronicles, Paris: Mouton, 1975
  • Deanesly, Margaret, The Lollard Bible and other Medieval Biblical Versions, Cambridge University Press, 1920
  • Vaughan, Robert, The life and opinions of John de Wycliffe, Holdsworth and Ball, 1831, 2ª ed. Internet Archive

Ligações externas editar