Hill station é um termo inglês que, traduzido à letra significa "estância de montanha". Geralmente designa especificamente uma cidade a altitude elevada, com clima ameno e semelhante ao do norte da Europa, que foi fundada ou floresceu durante o período colonial como local de descanso e recreio da administração e elite dos colonizadores, que nesses locais passavam os períodos em que o clima nas áreas mais baixas eram menos suportáveis pelos europeus, devido ás temperaturas elevadas e chuvas torrenciais. O termo aplica-se principalmente às estâncias da Ásia colonial, nomeadamente do Império Britânico, mas também existem ou existiram algumas hill stations em África. A maior parte delas e as mais antigas foram fundadas pelos britânicos, mas os franceses e holandeses e até os americanos também criaram algumas nas suas colónias asiáticas e africanas.[1]

Fotografia de Shimla, nos Himalaias indianos, entre 1897 e 1899
Litografia de 1889 do palácio do governador holandês em Bogor, construído na segunda metade do século XVIII em Java, atual Indonésia
Kashmir Point, em Murree, na subcordilheira himalaia do Pir Panjal, atual Paquistão

Descrição e história editar

 
Biblioteca em Ooty, nos montes Nilgiri, sul da Índia, numa fotografia de c. 1870

As hill stations são particularmente numerosas no que foi outrora a Índia britânica (atualmente Índia e Paquistão. A designação é atualmente também usada nas antigas colónias britânicas (Índia, Paquistão, Birmânia e Malásia) e no Nepal para designar estâncias turísticas de montanha que no período colonial eram pouco ou nada relevantes turisticamente.

As primeiras hill stations surgiram na Índia na década de 1820, nos Himalaias e, a sul nos montes Nilgiri, principalmente como sanatórios onde militares e funcionários públicos recuperavam das doenças contraídas nas terras baixas muito insalubres para os europeus, nomeadamente a cólera, da qual houve uma pandemia de grandes proporções entre 1817 e 1824. Os europeus receavam que residir durante muito tempo nas planícies fosse nocivo para a saúde e procuraram recriar o ambiente e paisagem das terras natais nas hill stations, o que é ilustrado pelos comentários de Lord Lytton sobre Ootacamund (Ooty) — «como a bela chuva inglesa, como a deliciosa lama inglesa».[2] Principalmente após a rebelião de 1857, as hill stations foram centros vitais do poder militar e político, por serem locais mais imunes às instabilidades políticas[3] e a partir de 1863, Shimla, no Himachal Pradexe, passou a ser a capital de verão da Índia britânica.[4]

Alguns autores identificam três fases na evolução das hill stations do subcontinente Indiano: a primeira entre 1820 e 1840, em que foram criadas as primeiras, principalmente como sanatórios; a segunda entre 1840 e 1860, quando foram criadas muitas mais, não só como locais de recuperação de doenças mas também como locais de férias; e finalmente, na segunda metade do século XIX assistiu-se à consolidação e expansão das estâncias já existentes e à criação e algumas poucas novas. Na última fase, a importância política das hill stations foi assinalada com obras públicas de grande envergadura.[3]

Lista das principais hill stations editar

Nota: esta lista não pretende ser exaustiva e é provável que algumas hill stations importantes estejam omissas. 23000

África editar

 
Antsirabe, Madagáscar
 
Ifrane, no Médio Atlas, Marrocos

Ásia editar

No seu livro “The Great Hill Stations of Asia”, Barbara Crossette destaca as seguintes hill stations:[5]

Bangladexe editar

Birmânia editar

 
Pyin U Lwin (Maymyo), Birmânia

Camboja editar

Ceilão editar

 
O Hill Club, em Nuwara Eliya, Ceilão

China editar

Filipinas editar

Índia editar

Indonésia editar

Iraque editar

Malásia editar

Nepal editar

Paquistão editar

Síria editar

Vietname editar

Outros continentes editar

Notas e referências editar

  • Parte do texto foi inicialmente baseado na tradução do artigo «Hill station» na Wikipédia em inglês (acessado nesta versão).
  1. Crossette, Barbara (1998), The Great Hill Stations of Asia, ISBN 9780465014880 (em inglês), Basic Books, pp. 1–12 
  2. Metcalf, Barbara D.; Metcalf, Thomas R. (2002), A Concise History of India, ISBN 978-0-521-63974-3, Cambridge University Press, p. 111 
  3. a b Kennedy, Dane (1996), The Magic Mountains: Hill Stations and the British Raj, Berkeley: University of California Press, consultado em 5 de fevereiro de 2017 
  4. «Heritage of Shimla» (PDF) (em inglês). Town & Country Planning Department, Shimla. himachal.nic.in. Arquivado do original (PDF) em 15 de fevereiro de 2010 
  5. Crossette 1998.
 
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