A homocromia compreende um mecanismo capaz de auxiliar o organismo a sobreviver, atacar e, além disso, se defender na natureza imitando a coloração do meio em que está inserido. Tal ferramenta se desenvolveu num contexto evolutivo baseado na teoria de Darwin, na qual foi assegurado que a explicação da amplitude numérica de espécies encontrada no meio ambiente se deu graças a Seleção Natural, que confere uma capacidade evolutiva desenvolvida ao longo do tempo. [1] Para ocorrer tais mudanças, mesmo que de forma lenta, e garantir a sobrevivência de algumas espécies em detrimento de outras, foi necessário que houvesse mecanismos que diferenciassem a espécie mais adaptativa da menos adaptativa. 

homocromia executada por anfíbio em árvore

 Mais especificamente, elucidando através de um exemplo, temos os opistobrânquios, uma subclasse dos moluscos gastrópodes marinhos, que apresenta algumas técnicas de defesas, dentre elas, a cleptodefesa, ou seja, defesas roubadas. Alguns deles alcançam coloração semelhante ao de suas presas, de maneira que permita certa técnica de camuflagem. Efetivando, assim, a homocromia. [2]

A grande diversidade de formas ligadas às técnicas de sobrevivência, fez com que fosse necessário separá-las em algumas classificações, dentre elas, temos:

Aposematismo editar

 
inseto com coloração de alerta

O primeiro alude sobre um mecanismo no qual a coloração é utilizada como um sinal de alerta para um determinado predador. Esse recurso é eficiente e pode ser dispersado de algumas maneiras, seguindo categoricamente características físicas e químicas do indivíduo que o emitirá. Dentre os alcances desses organismos, há a demonstração de coloração de cunho nocivo e tóxico, com variações de cores vivas e fortes, indiciando, desse modo, um perigo para com o predador caso este tente avançar em sua presa. [3]

Camuflagem editar

 
Seriema camuflando-se

Esse mecanismo corresponde a uma interação entre o habitat e o organismo que o desempenhará. É possível sua realização através da transformação de sua coloração, conseguindo, dessa maneira, não se denunciar e enganar quem estiver o visualizando num determinado ambiente. Pode haver certas variações, seguindo condições condizentes a fatores físicos de sua composição, além da temperatura do ambiente. Exemplos dessas condições referem-se a animais com características próprias, como presença de pelo, de escama, pena, etc.[4]

Auto-mimetismo editar

 
mímico e organismo modelo

Nesse mecanismo há uma performance eficaz da presa, a qual será o mímico, cujos comportamentos ou habilidades conseguem fazer com que o predador não a perceba ou a desconsidere. [5]

  • Mimetismo Batesiano Clássico

Esse tipo de mimetismo é descrito como Batesiano em função do primeiro entomólogo a descrever o mimetismo, chamado Henry Walter Bates. Ele assegurou que algumas espécies imitam outras com a intenção de se defender, podendo até mesmo atingir características de coloração nociva, sem possuir tal toxidade, como se fosse um disfarce. Isso contraria a espécie aposemática por ela realmente possuir uma representação de alerta verdadeira.[6]

  • Mimetismo Mulleriano

Já nesse tipo de mimetismo sua nomenclatura é em homenagem ao naturalista Johann Friedrich Theodor Muller, cujas observações e estudos o remeteram a ideia de que algumas espécies possuem técnicas de defesa na qual há a semelhança entre o organismo mímico e o organismo que será modelo, enganando, assim, o predador. Neste caso, o mímico pode possuir ou não tal toxidade, sem ser necessariamente inofensivo.[6]

Referências

  1. Darwin, Charles (1859). On the origin of species by means of natural selection, or the preservation of favoured races in the struggle for life. [S.l.]: London: John Murray. pp. 10–14 
  2. Ros, J. (1977). «La defensa en los opistobranquios». Investigación y Ciencia: 48-60 
  3. BROWER, L.P; BROWER, J. V. Z. (1964). «Birds, butterflies, and plant poisons: a study in ecological chemistry». Zoologica: 137-158 
  4. ENDLER, J.A (1978). «A predators view of animal color patterns». Evolutionary Biology: 319–364 
  5. WIENS, D. (1978). Mimicry in plants. 1978. In: Evolutionary Biology. New York: New York: Plenun Press. pp. 365–403 
  6. a b SHEPPARD, P.M (1965). Mimicry and its ecological aspects. In: Genetics today: Proceedings of the XI International Congress of Genetics, The Hague, The Netherlands, September 1963. New York: Pergamon Press. pp. 553–560