Honestidade é uma faceta de caráter moral que conota atributos positivos e virtuosos, como integridade, veracidade, franqueza, incluindo franqueza de conduta, juntamente com a ausência de mentiras, trapaça, roubo, etc.[1][2] Honestidade também envolve ser confiável, leal, justo e sincero.[3] A honestidade é valorizada em muitas culturas étnicas e religiosas.[4] A honestidade é uma característica amplamente divulgada pela maioria das pessoas, honestas ou não.[5]

Em 30 de abril, nos Estados Unidos, é o Dia da Honestidade para incentivar a honestidade e a comunicação direta sobre política, relacionamentos, relações com o consumidor e educação histórica.[6]

Filosofia Moral editar

 
Diógenes à procura de um homem honesto, atribuído a J. H. W. Tischbein (c. 1780)

A honestidade está relacionada a dizer a verdade, mas os filósofos concordam que dizer a verdade - toda a verdade - é, às vezes, praticamente e teoricamente impossível, além de moralmente desnecessário ou até errado.[7] A relação entre honestidade e verdade é muito mais sutil. Ser honesto envolve a capacidade de selecionar, de uma maneira que é sensível ao contexto, certos detalhes sobre nossas vidas.[8] No mínimo, a honestidade exige uma compreensão de como nossas ações se encaixam ou não nas regras e expectativas da outra pessoa - qualquer pessoa com quem nos sentimos obrigados a relatar (inclusive a nós mesmos).[9]

A honestidade também está relacionada à autenticidade. Existe a relação entre honestidade e o eu. Ser honesto conosco parece ser uma parte essencial do que é preciso para ser autêntico.[10] Somente aqueles que podem se enfrentar, com toda a sua peculiaridade, parecem capazes de desenvolver uma persona que é verdadeira consigo mesma - portanto, autêntica.[9][11]

Eric Weil, na primeira seção da Filosofia Moral (1961, p. 17-68), mostra que a moral formal exige um conteúdo para se fazer o espaço de universalidade de tudo aquilo que advém da realidade histórica.[12] Esse conteúdo vem das várias morais concretas.[13] Na segunda seção da Filosofia Moral (WEIL, 1961, p. 71-77) revela que a função da moral é dizer que a vida moral do homem se orienta segundo a moral existente na comunidade. Para Weil, o mundo moral é sensato e pode ser compreendido. Porém, sua compreensão supõe as categorias que constituem a moral.[14]

Veja também editar

 
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Referências

  1. Renato Nunes Bittencourt (2010). O valor sagrado do trabalho em Hesíodo. [S.l.]: Universidade Estadual de Maringá. OCLC 861051333 
  2. «O Valor Humano "HONESTIDADE" – Evolução Humana». Consultado em 20 de julho de 2020 
  3. «Em que situações a honestidade é a melhor política». Psicólogos São Paulo. Consultado em 19 de julho de 2020 
  4. «Honesty, perception and population divergence in sexually selected traits». Proceedings of the Royal Society of London. Series B: Biological Sciences. 253 (1336): 117–122. 22 de julho de 1993. ISSN 0962-8452. doi:10.1098/rspb.1993.0089 
  5. Yaniv, Gideon; Siniver, Erez (abril de 2016). «The (honest) truth about rational dishonesty». Journal of Economic Psychology. 53: 131–140. ISSN 0167-4870. doi:10.1016/j.joep.2016.01.002 
  6. Says, Lboogie81 (30 de abril de 2014). «We're Not Lying: April 30 'National Honesty Day'» (em inglês). Consultado em 20 de julho de 2020 
  7. Martínez-Ávila, Daniel; Gomes de Mello, Mariana Rodrigues; Borges, Ellen Valotta Elias; Ottonicar, Selma Leticia Capinzaiki (2020). «Behind the Post-Truth World». IGI Global: 139–161. ISBN 978-1-7998-2543-2 
  8. Karandashev, Victor (2019). «Love as Dependency, Attachment, Trust, and Honesty». Cham: Springer International Publishing: 203–211. ISBN 978-3-030-15019-8 
  9. a b Ph. D., Philosophy; M. A., Philosophy; B. A., Philosophy. «Understanding the Complex Philosophy of Honesty». ThoughtCo (em inglês). Consultado em 20 de julho de 2020 
  10. Baier, Annette C. Why Honesty Is a Hard Virtue (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press 
  11. Gauthier, David (janeiro de 1979). «David Hume, Contractarian». The Philosophical Review. 88 (1). 3 páginas. ISSN 0031-8108. doi:10.2307/2184777 
  12. Bonella, Alcino Eduardo (1 de julho de 2014). «REALISMO MORAL: UMA INTRODUÇÃO». Revista Dissertatio de Filosofia. 39. 31 páginas. ISSN 1983-8891. doi:10.15210/dissertatio.v39i0.8577 
  13. Silva do Vale, Renato (Julho de 2013). «UMA INTRODUÇÃO À MORAL WEILIANA» (PDF). Kínesis, Vol. V, n° 09, Julho 2013, p. 158-173 
  14. de Assis, Aparecido (2017). «EDUCAÇÃO E MORAL: uma análise crítica da filosofia de Éric Weil». doi:10.24824/978854440869.8 
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