Imbituba

município brasileiro do estado de Santa Catarina
 Nota: Não confundir com Imbituva (no Paraná).

Imbituba é um município brasileiro, situado no litoral sul do estado de Santa Catarina. De acordo com estimativas do Censos 2022 do IBGE, sua população é de 52.581 habitantes, com uma unidade territorial de 182,9290 km².

Imbituba
  Município do Brasil  
Zimba
Zimba
Zimba
Símbolos
Bandeira de Imbituba
Bandeira
Brasão de armas de Imbituba
Brasão de armas
Hino
Lema Imbituba, um mar de oportunidades
Gentílico imbitubense
Localização
Localização de Imbituba em Santa Catarina
Localização de Imbituba em Santa Catarina
Localização de Imbituba em Santa Catarina
Imbituba está localizado em: Brasil
Imbituba
Localização de Imbituba no Brasil
Mapa
Mapa de Imbituba
Coordenadas 28° 14' 24" S 48° 40' 13" O
País Brasil
Unidade federativa Santa Catarina
Municípios limítrofes Garopaba, Imaruí, Paulo Lopes e Laguna
Distância até a capital 90 km
História
Fundação 21 de junho de 1958 (65 anos)
Administração
Prefeito(a) Rosenvaldo da Silva Junior[1] (PSB, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [2] 184,787 km²
População total (Censo IBGE/2022[3]) 52 579 hab.
Densidade 284,5 hab./km²
Clima Subtropical úmido (Cfa)
Altitude 10 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 88780-000
Indicadores
IDH (PNUD/2010[4]) 0,765 alto
PIB (IBGE/2020[5]) R$ 2 148 020 mil
PIB per capita (IBGE/2020[6]) R$ 47 432,32
Sítio www.imbituba.sc.gov.br (Prefeitura)
www.imbituba.sc.leg.br (Câmara)

Considerada a capital nacional da Baleia-franca, estrutura-se mais a cada ano para receber o crescente número de turistas que visitam a cidade.

Cidade pouco edificada, sua população se dispersa nos distritos do Mirim, Vila Nova e a Sede.

Possui umas praias importantes como a Praia do Rosa, considerada uma das 30 baías mais bonitas do mundo[7] e a Praia da Vila, que além de beleza encantadora, formado por ilhas próximas uma das outras e trilhas como a Trilha Ecológica do Farol, possui uma das maiores e melhores ondas do Brasil para a prática do surf, e foi palco principal do WCT - campeonato mundial de surf, de 2003 a 2010.

Prefeitos editar

Ex-Prefeito Período
Walter Amadei silva Prefeito Provisório em 05/08/1958 até 31/01/1959
Nelson Souza 01/02/1959 até 31/01/1964
Moacir Orige 01/02/1964 até 31/01/1969
Edward Euzébio de Araújo 01/02/1969 até 31/01/1973
Eduardo Elias 01/02/1973 até 31/01/1977
Geraldo Luiz Francisco 01/02/1977 até 30/11/1982
Jerônimo Lopes 01/02/1983 até 31/12/1988
Luiz Dário Rocha 01/01/1989 até 21/12/1992
Jerônimo Lopes 01/01/1993 até 31/12/1996
Osny Souza Filho 01/01/1997 até 31/12/2000 

01/01/2001 até 31/12/2004

José Roberto Martins 01/01/2005 até 31/12/2008

01/01/2009 até 31/12/2012

Jaison Cardoso de Souza 01/01/2013 até 31/12/2016
Rosenvaldo da Silva Júnior 01/01/2017 até atualmente.

O maior bairro, em extensão territorial, é o Penha, com cerca de 35 quilômetros quadrados. Neste mesmo bairro, localiza-se o ponto mais elevado da cidade, o Morro da Penha, com cerca de 520 metros. O menor é o Village, com cerca de 530 metros quadrados. O bairro mais populoso, é a Nova Brasília, com aproximadamente 4.600 habitantes. O menos populoso, o Arroio do Rosa, com 250 moradores. Em relação à densidade demográfica, o bairro mais povoado é o Campestre, com 1.650 hab./km². O menos povoado é o Penha, com 10 hab./km².[8]

Contextualização arqueológica e etno-histórica editar

Período pré-colonial editar

No litoral Sul de Santa Catarina o registro de ocupação humana é de aproximadamente 6.000 A.P. com a presença dos grupos construtores dos sambaquis que ocuparam vastamente a região (monte de conchas). Mais recentemente, um pouco antes da colonização europeia nas terras brasileiras, por volta de 700 A.P a região recebe os grupos indígenas conhecidos como Tupi-Guarani (grafia com hífen remete a tradição linguística do grupo) que teriam partido da Amazônia seguindo os grandes rios, principalmente os Rios Paraguai e Paraná até a foz do Rio da Prata, daí então se voltando para o litoral sul do Brasil.

Nesse panorama de ocupação regional Imbituba se apresenta como um local de grande potencial arqueológico onde atualmente existem 43 (quarenta e três) sítios arqueológicos mapeados, sendo 42 (quarenta e dois) relacionados a povos pré-coloniais como os sambaquis e Tupi-guarani e 1 (um) relacionado com a ocupação colonial e a prática da caça da baleia. Entre os mais recentes podemos citar o sítio pré-colonial Aldeia Ribanceira I.

O sítio arqueológico Aldeia Ribanceira I editar

 
Anzol confeccionado em osso atribuido a Tradição Tupiguarani. Escavada por arqueólogos no sítio arqueológico Aldeia Ribanceira 1, em Imbituba SC. Foto: Sapienza Arqueologia

O sítio atribuído a Tradição Tupi-guarani foi mapeado por arqueólogos durante o levantamento arqueológico para a implantação de empreendimento residencial no bairro Vila Esperança. Situado em patamar geomorfológico de planície litorânea apresentou contexto de implantação diferenciado, com a camada arqueológica entre 0,60 e 2,0 metros de profundidade. Com a escavação se percebeu que a estratigrafia do sítio foi marcada por solo arenoso, composto por uma camada escurecida resultante de queima (manchas), cujos dados apontaram para duas grandes manchas de terra escura, com diversos focos de queima.

As datações obtidas para o sítio arqueológico mostraram datas entre 404-+40 e 802+-40 A.P..

 
Escavação de Vasilha da Tradição Tupiguarani. Escavada por arqueólogos no sítio arqueológico Aldeia Ribanceira 1, em Imbituba SC. Foto: Sapienza Arqueologia

Entre os elementos arqueológicos identificados no salvamento merecem destaques: anzol - confeccionado em osso, lâmina de machado – confeccionado em pedra, e a vasilha de tamanho grande confeccionada em argila, identificada entre 1,90 e 2,20 metros de profundidade, além de uma quantidade expressiva de fragmentos de afiadores líticos, pequenas lascas e peças cerâmicas de diversos tamanhos, que muitas vezes estavam associadas às estruturas de combustão.

Sambaquis editar

Os sambaquis são sítios arqueológicos que foram construídos lentamente, durante muitos anos. “É uma palavra de etimologia Tupi (...). 'Tamba' significa conchas e 'Ki' amontoado, que são as características mais marcantes desse tipo de sítio”. Os sambaquis destacam-se como os sítios arqueológicos mais antigos da costa litorânea brasileira.

 
Sepultamento escavado no sambaqui Cabeçuda-01 em Laguna, Santa Catarina. Foto: Alexandro Demathé. Acerto GRUPEP-Arqueologia
 
Sambaqui Garopaba do Sul em Jaguaruna, Santa Catarina. Foto: Alexandro Demathé
 
Zoólito em formato de peixe. Foto: Alexandro Demathé. Acerto GRUPEP-Arqueologia

As características mais marcantes de um sambaqui são a sua forma monticular e o fato de serem constituídos por conchas, berbigões, ostras e moluscos. Os vestígios das ocupações nos sambaquis revelam muitos aspectos de sua cultura, tais como a estratégia ocupacional com feições relacionadas a organização social quando se observam as evidências de sepultamentos por exemplo. É importante descartar também que nas estruturas dos sambaquis são encontradas ostras abertas que possivelmente serviram de alimento e também fechadas, o que demonstra que os sambaquis não são constituídos primordialmente de restos alimentares, e por isso não podem ser classificados como “lixo dos índios”, mas sim um local sagrado elaborado para fins ritualísticos onde eram sepultados os mortos juntamente com alguns objetos ou adornos.

Em sítios arqueológicos são encontrados objetos utilitários feitos em pedra e osso, tais como: quebra coquinho, peso de rede, lâmina de machado, amós e pontas de lança óssea que eram presas em hastes de madeira e utilizadas na captura de pescados. Além de artefatos utilitários, confeccionavam adornos diversos, tais como colares, coroas e tembetás, para isso utilizavam conchas e dentes de animais, como tubarão, porcos-do-mato e jacaré, para pingentes, o que pode ter um significado importante na vida dos sambaquieiros, pois são animais agressivos, apresentando dificuldades para a caça ou a pesca dos mesmos. Todos esses artefatos citados são encontrados dentro da estrutura monticular do sambaqui e muitas vezes estão associadas a sepultamentos humanos. Ainda, entre os objetos mas que raramente são encontrados podemos destacar as esculturas conhecidas como Zoólitos (zoo = animal, lito = pedra) que impressionam pela aparência fidedigna com os animais que representam tais como, peixes, aves, tatus e outros.[9][10]

Ceramista - Guarani editar

 
Cerâmica Guarani. Foto: Alexandro Demathé. Acerto GRUPEP-Arqueologia
 
Cerâmica Guarani restaurada. Vasilha escavada por arqueólogos no sítio arqueológico Aldeia Ribanceira 1, em Imbituba SC. Foto: Sapienza Arqueologia

Os Ceramistas Guarani chegaram a Santa Catarina por volta de 700 anos A.P. Migraram da Amazônia, seguindo o rio Paraguai e Paraná, até a foz do rio da Prata, voltando-se para o litoral sul do Brasil.

Os Guarani que habitavam o litoral Catarinense são da Tradição Tupiguarani, esta tradição é “fruto de uma relação complexa entre dois tipos de classificações, uma linguística e outra cerâmica, que tem origem na história da pesquisa etnográfica do país.”.

A busca por novos territórios foi motivada por uma série de fatores, nos quais se destacam: uma mudança social e política dentro do sistema organizacional do grupo e a escassez de recursos na região Amazônica gerada pelo fenômeno El Niño que pode ter sido responsável pela famigerada busca pela “Terra sem Males”.

 
Cerâmica Guarani. Vasilha escavada por arqueólogos no sítio arqueológico Aldeia Ribanceira 1, em Imbituba SC. Foto: Sapienza Arqueologia

Construíam suas aldeias geralmente em áreas de posições elevadas, nas encostas dos morros e próximos a rios, locais com boa visibilidade, que proporcionasse melhores condições naturais para sobrevivência do grupo, em especial, o desenvolvimento da agricultura de subsistência, pesca, caça e coleta. Confeccionavam seus artefatos em pedra, madeira e barro, entre os objetos feitos com pedra se destacavam as lâminas de machado polido, os enxós, os afiadores e os tembetás, este último, usado como adorno.  Entre os artefatos em madeira se podem citar as lanças e os arcos de lançar as flechas, esses objetos são raramente identificados nos sítios arqueológicos, uma vez que são constituídos de material degradável, e não resistem ao tempo. Contudo, o artefato cerâmico representado pelas vasilhas e potes são elementos determinantes para a caracterização de um sítio arqueológico Guarani. A confecção desses objetos representa muito além do utilitário cotidiano de cozinhar e armazenar alimentos servia como parâmetro de status social de uma tribo perante outras, e também poderiam servir de urna funerária, quando de tamanho grande, sendo esta sua última finalidade. Além disso, a confecção dessas vasilhas cerâmicas influenciava fortemente na escolha do espaço geográfico para o acampamento do grupo, uma vez que, por variar de tamanho (grande e médio porte) não eram de fácil mobilidade, dificultando o nomadismo e contribuindo para a fixação do grupo em lugares com matéria-prima (argila).[11][12][13][14][15][16][17]

Ceramista - Jê editar

 
Cerâmica Jê. Foto: Alexandro Demathé. Acerto GRUPEP-Arqueologia

Os ceramistas Jê, migraram do centro-oeste do Brasil e chegaram a Santa Catarina por volta de 1.000 anos A.P. Habitavam regiões da encosta e planalto, porém há registros arqueológicos e etnográficos de ocupação sazonal desses grupos no litoral Catarinense.[18] Desse modo, no inverno aproveitavam a safra de pinhão, e no verão, desciam para o litoral em busca de alternativas alimentares para a subsistência. Em Araranguá não há até o momento registro de sítios arqueológicos atribuídos a esses grupos, no entanto o que se sabe é que os municípios limítrofes localizados próximo a encosta da serra é comum a presença vestígios arqueológicos e dados etnohistóricos relacionados a eles.

Viviam em aldeias e possuíam uma média e baixa mobilidade territorial, uma vez que praticavam a horticultura, porém tinham forte dependência da caça e da coleta de frutos. Suas habitações eram basicamente de dois tipos: piso rebaixado e as mais duradouras construídas na superfície do chão. As estruturas de piso rebaixado são atualmente um importante indicador de sítio arqueológico atribuído a esses grupos, já que a depressão no solo é comumente evidenciada de forma rasa, aliada ou não a evidências de carvão e fragmentos líticos e cerâmicos.[18][19][20]

A matéria prima utilizada na confecção dos artefatos se resumia a pedra, o barro, e a madeira, esta última porém, não é encontrada em sítios arqueológicos, uma vez que é degradável e não resiste ao tempo. No entanto, como há registro documental de contato desses grupos com os colonizadores europeus, as informações relativas ao modo de vida são bastante abrangentes. Entre os artefatos confeccionados, podemos citar os utilitários feitos em pedra - enxó e lâmina de machado,  os de barro - vasilhas geralmente pequenas e de espessura fina, e os adornos em pedra e madeira conhecidos como tembetás.

Do período colonial até a emancipação político administrativa editar

Imbituba, localizada no estado de Santa Catarina, Brasil, tem um histórico que remonta ao século XVII. Inicialmente fazia parte da Capitania de São Vicente e pertencia à região de Laguna.[21][22] O processo de povoamento em Imbituba teve início com a presença de populações indígenas e de naufrágios, além de conflitos entre reinos de Portugal e Espanha[23] e a influência dos moradores de São Vicente.[21][24]

Em 1738, a Capitania de Santa Catarina foi criada para fins estratégicos político-militares, separando-se da jurisdição de São Paulo e tornando-se subordinada ao Rio de Janeiro.[21] Para aumentar a população de Santa Catarina, a imigração de pessoas das regiões dos Açores e da Madeira foi incentivada durante a segunda metade do século XVIII, ampliando assim o crescimento econômico e demográfico.[21]

 
Praia do Rosa, em 2017

Assim foi criada a Freguesia de Santa Ana de Vila Nova em 1753, seguindo-se a fundação da Freguesia de Vila Nova de Santana em 1755.[25] Segundo registos de 1796, a Freguesia tinha uma população de 1.104 indivíduos (915 livres e 194 escravizados), divididos em 242 famílias.[25] Seus limites geográficos e estruturais englobavam áreas que hoje pertencem aos municípios de Imbituba, Imaruí e São Martinho.[25]

No século XIX, Vila Nova tornou-se distrito do município de Laguna,[21] e a Freguesia de Mirim foi criada em 1856.[25][26] A economia de Imbituba nos séculos XVIII e XIX baseava-se principalmente na agricultura, bem como atividades artesanais e nas pescas baleeiras.[27] A força de trabalho para essas atividades dependia fortemente de indivíduos escravizados.[28][29][30]

Além disso, com a utilização do porto de Imbituba e a conclusão da estrada de ferro Theresina Cristina em 1884, a região conheceu um desenvolvimento secundário no transporte de carvão e outros recursos durante o final do século XIX.[21][31]

O Município de Imbituba foi criado em 30 de agosto de 1923, e instalado em 1 de janeiro de 1924, porém, em 6 de outubro de 1930, pelo decreto do Governador Provisório do Sul do Estado, foi suprimida sua autonomia como município.[32] Por fim, em 21 de junho de 1958 ocorreu a segunda emancipação de Imbituba, onde o município foi instalado em 5 de agosto de 1958 e separou-se oficialmente de Laguna em 6 de outubro de 1959.[32][33]

Armação baleeira editar

A pesca da baleia foi estabelecida oficialmente no Brasil no século XVII, quando em 1602, Felipe II, Rei da Espanha e Portugal, deu a concessão para o início da captura de baleias francas. No ano de 1796 por determinação do Marquês de Pombal foi instalada a quarta armação baleeira do Brasil localizada em Imbituba.[34][35]

Na época, a instalação na armação baleeira foi sinônimo de progresso regional. A gordura do animal derretida resultava em tonéis de óleo que eram utilizados como matéria-prima mantenedora da iluminação pública de São Paulo e Rio de Janeiro. A construção civil também se beneficiou dessa prática, já que o óleo também era utilizado como argamassa  para o reboco das edificações construídas naquele período.[34][35][36]

A decadência das armações baleeiras tem início quando em 1801, foi assinado um decreto que estipulou o fim dos monopólios e consequente perda dos subsídios do governo imperial para as armações. Entre os anos de 1867 a 1870 a descoberta do petróleo americano com a fabricação do querosene contribuiu ainda mais para esse processo, juntamente com a fabricação do cimento Portland, uma vez que o óleo da baleia que era adicionado à argamassa seria substituído pelo cimento, o que tornaria tudo mais prático.[34][36]

Contudo, somente no ano de 1973 efetivamente o ciclo de pesca da baleia franca chega ao fim, levando à espécie à beira da extinção. Em 1982 ambientalistas liderados por Ibsen de Gusmão Câmara, redescobriram no Estado de Santa Catarina as últimas baleias francas brasileiras e iniciaram uma ação pela preservação e recuperação da espécie.[37]

Atualmente Imbituba abriga o Projeto Baleia Franca, uma ONG, localizada na Praia de Itapirubá, que tem como objetivo realizar pesquisa e garantir à conservação e proteção a baleia franca.[38]

Porto de Imbituba editar

A história do Porto de Imbituba está diretamente ligada à descoberta do carvão mineral no sul de Santa Catarina. No ano de 1835 a Assembléia Provincial de Santa Catarina encaminhou ao governo imperial um projeto solicitando a abertura de uma companhia para explorar o carvão na região. Assim, atendendo a solicitação da Assembléia em 1837 Santa Catarina oficializou a descoberta do carvão mineral, o que gerou uma grande estruturação política e econômica para a implantação da Estrada de Ferro e do Porto para viabilizar o escoamento do mineral.[34]

No ano de 1876 a exploração das jazidas carboníferas tem início através do capital estrangeiro representado pelas empresas: “The Tubarão Coal Mining Company Limited”, responsável pela extração mineral e pelos estudos de viabilidade para implantação do porto em Imbituba e a “The Donna Thereza Cristina”, que foi a responsável pela construção da estrada de ferro que integrou os municípios de Imbituba, Laguna, Tubarão, Jaguaruna, Criciúma, Lauro Muller, Urussanga e Araranguá .[34][36]

No ano de 1871 o projeto para a construção do Porto de Imbituba estava em processo, sendo previstos além de uma estrutura básica administrativa, a construção de um quebra-mar com galerias arcadas submersas. Contudo, o projeto precisou ser alterado por determinação do governo, sendo construído apenas um trapiche com 70 metros de extensão na mesma enseada onde arpoavam as baleias .[34][36]

Em 1894 ocorreu a primeira crise que afetou o Porto de Imbituba, nela foi colocado em dúvida a qualidade do carvão extraído na região. Portanto, para diluir esse evento, políticos locais promoveram um movimento a fim de obter incentivos comerciais, que foram sancionados apenas em 1895. Depois dessa primeira crise a companhia inglesa “The Tubarão Coal Mining Company Limited”, foi vendida para a empresa “Lage & Irmãos” .[34][36]

A partir de 1889 o Porto de Imbituba já era considerado o principal centro de escoamento de carvão do sul do Brasil. Portanto, apenas no ano de 1919 que a obra de infraestrutura projetada inicialmente foi completamente efetivada dando maior aporte estrutural ao Porto.

Esportes editar

Imbituba ganhou notoriedade no cenário esportivo internacional após sua escolha como sede da etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe, o WCT que ocorreu no município entre 2003 e 2010, após a competição ser transferida de Saquarema, RJ para Florianópolis, capital do estado, com palco alternativo no município catarinense.

Como Florianópolis não apresentou ondas condizentes com o torneio naquele ano e a etapa acabou sendo realizada em Imbituba, nos anos seguintes Imbituba virou a sede oficial da etapa brasileira do WCT até 2010.

A partir de 2011 Imbituba perdeu para a cidade do Rio de Janeiro a sede do WCT porque o retorno financeiro para o evento é muito maior lá.[39]

A cidade também sedia etapas do campeonato brasileiro de Windsurf e do de Kitesurf que são realizadas na Lagoa de Ibiraquera, considerada um dos melhores locais para a prática do esporte no país.

Imbituba também é sede do Imbituba Futebol Clube, equipe de futebol profissional, que atualmente encontra-se na terceira divisão do futebol catarinense, mas nos anos 2010 e 2011 disputou a elite do certame estadual.

Imbituba também é o local de nascimento do jogador de futebol Jorginho da seleção italiana e atual jogador do arsenal(2023)

Ver também editar

Referências editar

  1. Prefeito e vereadores de Imbituba tomam posse; veja lista de eleitos em g1.globo.com
  2. IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  3. «IBGE Panorama». População no último censo 2022. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 8 de novembro de 2023. Consultado em 8 de novembro de 2023 
  4. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 15 de fevereiro de 2014 
  5. «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2020». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 8 de novembro de 2023 
  6. «Produto Interno Per Capita dos Municípios 2020». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 8 de novembro de 2023 
  7. «Praia do Rosa, em SC, está na lista das 30 baías mais belas do mundo». Verão 2014. 12 de dezembro de 2013 
  8. «IBGE». www.censo2010.ibge.gov.br. Consultado em 19 de julho de 2016 
  9. Gaspar, Madu (1999). Sambaqui: arqueologia do litoral brasileiro. [S.l.]: Editora Schwarcz - Companhia das Letras 
  10. Scunderlick Eloy de Farias, Deisi (2000). Arqueologia e Educação: uma proposta de preservação para os sambaquis do sul de Santa Catarina. (Jaguaruna, Laguna e Tubarão). Porto Alegre: Tese (Mestrado)-PUCRS. p. 167 
  11. ALVES, Claudia (1991). «A Cerâmica Pré - histórica Brasileira: Novas Perspectivas Analíticas». Clio Arq. Recife V.1 (7): 11-60 
  12. SCHMITZ, Pedro Inácio (1991). Pré-História do Rio Grande do Sul (PDF). São Leopoldo, RS: Instituto Anchietano de Pesquisas – UNISINOS 
  13. SCHMITZ, Pedro Ignácio (1999). «Caçadores-coletores do Brasil Central». Editora UFRJ. Pré-História da Terra Brasilis 
  14. Prous, André (1991). Arqueologia brasileira. [S.l.]: Editora Universidade de Brasília 
  15. Noelli, Francisco Silva (1999). «A OCUPAÇÃO HUMANA NA REGIÃO SUL DO BRASIL: ARQUEOLOGIA, DEBATES E PERSPECTIVAS - 1872-2000». Revista USP (44): 218–269. ISSN 2316-9036. doi:10.11606/issn.2316-9036.v0i44p218-269. Consultado em 6 de janeiro de 2022 
  16. Chmyz, Igor. «TERMINOLOGIA ARQUEOLÓGICA BRASILEIRA PARA A CERÂMICA». Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  17. Brochado, José Proenza (1984). An Ecological Model of the Spread of Pottery and Agriculture Into Eastern South America (em inglês). [S.l.]: University of Illinois at Urbana-Champaign 
  18. a b SCHMITZ, Pedro Ignácio;; et al. (2002). «O Projeto Vacaria: as casas subterrâneas no Planalto Rio-grandense». Unisinos. São Leopoldo - RS. Casas subterrâneas nas terras altas do sul do Brasil 
  19. BEBER, Marcus Vinícius (2005). «O sistema de Assentamento dos Grupos Ceramistas do Planalto Sul-brasileiro: o caso da Tradição Taquara/Itararé» (PDF). Unisinos. São Leopoldo - RS. Arqueologia do Rio Grande do Sul. Documentos 10 
  20. DIAS, Jefferson Luciano Zuch (2005). «A tradição Taquara e sua ligação com o índio Kaingang» (PDF). Unisinos. São Leopoldo - RS. Arqueologia do Rio Grande do Sul. Documentos 10 
  21. a b c d e f de, Avellar, Maria de Lourdes Campos (1993). «Ibiraquera : historia de um lugar... um movimento singular e universal». Consultado em 6 de junho de 2023 
  22. Mamigonian, Beatriz Gallotti; Sayão, Thiago Juliano, eds. (2021). Revisitar Laguna: histórias de conexões atlânticas. Florianópolis, SC: Editora UFSC 
  23. MELLO FILHO, Dorvalino Pedro de. Porto de Don Rodrigo: uma história do brasil meridional. [S. I.]: Scortecci Editora, 2009. 164 p.
  24. Prefeitura de Imbituba. História, Cultura e Tradição. 10/03/2020. “Exposição Comemorativa aos 163 anos da Freguesia de Mirim”. Disponível em:
  25. a b c d MARTINS, Almir. A História de Imbituba. Imbituba: Livropostal, 2017, p.163.
  26. NEU, Márcia Fernandes Rosa. As Cidade Catarinenses e seus Portos. Observatório Geográfico de América Latina, [S. I.], p. 1-26. http://www.observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal12/Geografiasocioeconomica/Ge+ografiadeltransporte/09.pdf
  27. DELFINO, Deisiane. Os Valores do Território na APA da Baleia Franca: para além dos valores naturais e ecológicos. Icmbio, [S. I.], p. 1-9, nov. 2018. Disponível em: https://www1.icmbio.gov.br/portal/images/stories/plano-demanejo/2_valores_apa_da_baleia_franca.pdf.
  28. Mombelli, Raquel (2013). «Comunidade tradicional dos Areais da Ribanceira, Imbituba (SC): desenvolvimento, territorialidade e construção de direitos». Estudos de Sociologia (35). ISSN 1982-4718. Consultado em 6 de junho de 2023 
  29. Souza, Miriam Querino De (3 de agosto de 2012). «Lagoas de Imbituba, SC: Margens encantadas que contribuem para um estudo etnoponímico». São Paulo. doi:10.11606/d.8.2012.tde-25102012-100314. Consultado em 6 de junho de 2023 
  30. Coelho, Mariane da (2020). «Memórias do negro em Imbituba/SC: narrativas e silenciamentos». Consultado em 6 de junho de 2023 
  31. «História – Porto de Imbituba». portodeimbituba.com.br. Consultado em 6 de junho de 2023 
  32. a b «História - História - Município de Imbituba». www.imbituba.sc.gov.br. Consultado em 6 de junho de 2023 
  33. MARTINS, Manoel de Oliveira. Imbituba: história e desenvolvimento. Sem data. 1ª ed. Criciúma: Editora Ribeiro.
  34. a b c d e f g SERAFIM, Armando. Redescobrindo Imbituba Origem e Evolução. Laguna: OPINIÃO – Editores Associados, 2006. 204 p.
  35. a b MARTINS, Almir. Presença da baleia no sul. Imbituba: Lex Graf, 1998.
  36. a b c d e Neu, Márcia Fernandes Rosa (2003). Porto de Imbituba: de armação baleeira a porto carbonífero. Tubarão: Editora Unisul. p. 118 
  37. «A baleia - A matança». Programa de Pesquisa e Conservação da Baleia Franca. Consultado em 12 de junho de 2023 
  38. ALVES, Luana.  Cultura Escolar e Identidades: Pesquisa com Alunos e Professores do Ensino Médio Inovador da Escola de Ensino Médio Annes Gualberto, Imbituba – SC. (Dissertação de mestrado) Unisul, 2015.
  39. SUL, DIARIO DO. «Volta do WCT a Imbituba é um sonho quase impossível». diariodosul.com.br. Consultado em 31 de agosto de 2017 

Ligações externas editar

 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Imbituba