Inhambuguaçu

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O inhambuguaçu[1] (nome científico: Crypturellus obsoletus) é uma espécie de ave da família dos tinamídeos. Habita a Mata Atlântica no Brasil em praticamente todos os níveis de altitude, sendo sua presença mais marcante acima dos 400 metros. Na América do Sul ocorrem algumas subespécies. Mede entre 28 e 32 cm. Alimenta-se de sementes, pequenos frutos, insetos e vermes. Ocorre nos estados brasileiros da Bahia (extremo sul) ao Rio Grande do Sul.[2][3]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaInhambuguaçu


Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Tinamiformes
Família: Tinamidae
Género: Crypturellus
Espécie: C. obsoletus
Nome binomial
Crypturellus obsoletus
(Temminck, 1815)
Distribuição geográfica

Inhambuguaçu

É encontrado na mata primária, nos trechos de vegetação densa e sub-bosque, e em matas secundárias. Possui vocalização em escala ascendente fortíssima, sendo a vocalização da fêmea mais longa que a do macho. É uma ave cinegética.

Acasala de setembro a dezembro. Seu ninho no solo é muito pouco elaborado, constituído de algumas folhas secas, sob alguma folhagem ou ao lado de algum tronco; e sua postura consiste em 2 a 3 ovos de coloração rosa-púrpura, incubados num período médio de 19 dias pelo macho.

Apresenta camuflagem eficiente, em tons de marrom-acinzentado, com desenho críptico nas penas traseiras (rectrizes). A coloração da fêmea tende a uma tonalidade mais avermelhada. Possui rápido voo de fuga.

A raça geográfica Crypturellus obsoletus griseiventris, também chamada de inhambu-poca-taquara (foto superior à direita), ocorre no Brasil na região Amazônica; apresentando poucas diferenças quanto ao colorido geral; notadamente o ventre e cabeça mais acinzentados e bico pouco mais longo. Mas de vocalização bem diferenciada, lembrando vagamente a da espécie C. obsoletus obsoletus, do Sudeste e Sul do Brasil.[4]

Nessas duas regiões do Brasil, dada a grande redução das áreas da Mata Atlântica primária, substituída por florestas secundárias e plantações de Pinus e Eucalyptus(contendo sub-bosques da mata nativa), o inhambuguaçu apresentou um grande crescimento populacional, dada a maior oferta de habitat favorável, em detrimento, por sua vez, de outro tinamídeo como o macuco (Tinamus solitarius), o qual ocorre exclusivamente na Mata Atlântica primária.

É também chamado de inhambu-açu e perdiz (litoral sul do estado de São Paulo/BR).

Subespécies editar

Possui 8 subespécies:[5]

  • Crypturellus obsoletus ochraceiventris - no Peru central subtropical (Huánuco a Cuzco);
  • Crypturellus obsoletus traylori - no sudeste do Peru subtropical (vale Marcapata de Cuzco);
  • Crypturellus obsoletus punensis - no extremo sudeste do Peru e yungas no norte da Bolívia);
  • Crypturellus obsoletus cerviniventris - no norte da Venezuela;
  • Crypturellus obsoletus knoxi - no noroeste subtropical da Venezuela;
  • Crypturellus obsoletus griseiventris - no centro-norte do Brasil (região de Santarém ao longo do rio Tapajós); também chamado de inhambu-poca-taquara, apresenta algumas diferenças quanto à coloração geral da plumagem, notadamente o ventre e cabeça mais acinzentados e bico um pouco mais longo. Possui vocalização diferenciada e mais curta, lembrando vagamente a da subespécie C. obsoletus obsoletus.
  • Crypturellus obsoletus hypochraceus - no sudoeste do Brasil (alto rio Madeira em Rondônia);
  • Crypturellus obsoletus obsoletus - do leste do Paraguai ao sudeste do Brasil e nordeste da Argentina (Misiones).

Referências

  1. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022 
  2. Gomes, Wagner. Lista das espécies de aves brasileiras com tamanhos de anilha recomendados. 7/2/2013, CEMAVE
  3. Lista das espécies de aves brasileiras com tamanhos de anilha recomendados - Ordem sistemática e taxonômica segundo lista primária do CBRO, DOU, Nº 249, 24 de dezembro de 2013, ISSN 1677-7042, p.121
  4. «Wikiaves, a Enciclopédia das Aves do Brasil». Consultado em 3 de setembro de 2021 
  5. Clements, JF. «The eBird/Clements checklist of Birds of the World: v2021.». 2021-08. Consultado em 30 de agosto de 2021 
 
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