Instituto Polis
Polis – The Jerusalem Institute of Languages and Humanities Polis – O Instituto de Línguas e Humanidades de Jerusalém é uma instituição acadêmica sem fins lucrativos com sede em Jerusalém. Foi fundado em 2011 por um grupo internacional de numerários do Opus Dei que, segundo o lema, “buscaram uma renovação das humanidades através do estudo das fontes da cultura ocidental e oriental”. esses funcionários perceberam a necessidade de uma mudança na forma como as línguas antigas eram ensinadas desde o século XIX. Nesse sentido, estão desenvolvendo um método de ensino que visa permitir uma aquisição profunda e verdadeira da linguagem.
Instituto Polis | |
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Fundação | 9 de Maio de 2011 |
Tipo de instituição | Instituição de ensino focada nas linguagens antigas. |
Localização | 8 HaAyin Het St., Musrara, Jerusalem, Israel
31°46'59.2"N, 35°13'35.6"E, Israel |
Diretor(a) | Prof. Dr. Christophe Rico |
Página oficial | https://www.polisjerusalem.org/ |
Com base nos desenvolvimentos mais recentes em Linguística Aplicada e na experiência de ensino de Hebraico Moderno (o método Ulpan) em Israel, o método Polis tenta ensinar as chamadas "línguas mortas" da mesma forma que as línguas modernas geralmente são ensinadas: num ambiente monolingue e totalmente imersivo.
O instituto está localizado em Musrara, próximo à Cidade Antiga de Jerusalém.
História editar
O Instituto foi registado em 2011 (cfr. Registro de Organizações Sem Fins Lucrativos, em Hebraico) e iniciou com os cursos de Hebraico Moderno e Árabe juntamente com o de Grego Antigo, durante esse ano. A principal intenção era a de ensinar línguas antigas como línguas vivas e a de reunir professores de diferentes línguas que compartilhassem metodologias e técnicas entre si. Rapidamente reconheceram a importância da total imersão no idioma ensinado durante as aulas, tanto nas línguas modernas, quanto nas as antigas. Recorreram sobretudo aos métodos de ensino do Hebraico Moderno em Israel e à experiência do Professor Doutor Christophe Rico no ensino do Grego Antigo.
A principal razão para desenvolver esta actividade como uma organização sem fins lucrativos foi a de promover, para o maior número de pessoas possível, a cultura do diálogo através das diferentes línguas. Depressa esta tornou-se uma contribuição para uma melhor compreensão dos diferentes grupos étnicos e religiosos presentes em Jerusalém.
Em 2013, o Instituto Polis inaugurou um plano de estudos em Filologia Antiga, que reunia diversos alunos e académicos dos Estados Unidos e Europa. O programa hoje conta com alunos da Ásia, Europa, América do Norte e América do Sul.
Com o objectivo de divulgar o método Polis e o interesse pela línguas, literaturas e culturas antigas noutros países, a Polis e seu corpo docente tem organizado cursos intensivos, seminários e palestras em Itália,[1] Peru, Argentina,[2] Estados Unidos,[3] Espanha,[4] Marrocos, Finlândia,[5] Suécia[6] e Filipinas.[7]
Nos países de língua portuguesa, têm vindo a crescer as ligações com o instituto e o seu reconhecimento, chegando os seus livros a ser referenciados por académicos.[8][9]
O Método Polis editar
Princípios Teóricos editar
O Método Polis[10] engloba uma variedade de abordagens e técnicas que se unificam sob dois princípios maiores:
Total imersão editar
Abundantes pesquisas[11][12] têm corroborado o princípio de que a aprendizagem das línguas é tanto mais proveitosa quando ocorre num ambiente de total imersão, isto é, onde apenas o idioma de destino é ouvido, lido, falado e escrito. Este princípio teórico marca a diferença essencial entre o método Polis e os métodos tradicionais de tradução de base gramatical, e é o principal pilar para inclusão de determinadas técnicas práticas na nossa metodologia.
Desenvolvimento de linguagem dinâmica editar
A Polis defende que as estruturas gramaticais devem ser aprendidas de acordo com sua ordem natural de aquisição. Deste modo, reconhece não só a progressão contínua do aluno na aquisição da linguagem com base nas quatro habilidades linguísticas básicas (ouvir, falar, ler e escrever), mas também os modos de discurso ou géneros literários (diálogo > narração > argumentação > poesia) historicamente envolvidos no progressivo processo de aquisição de linguagem.
Com base nestes princípios, a Polis reúne e adapta uma ampla gama de abordagens e técnicas de ensino que foram desenvolvidas desde os anos 70 nos Estados Unidos e no Canadá[13] e, mais recentemente, na França.[14] De acordo com um de seus principais proponentes e promotores, o linguista Christophe Rico: "A principal inovação do método Polis é a aplicação destes dois princípios, para ensinar as chamadas línguas mortas como se fossem vivas."[15]
Técnicas Práticas de Ensino editar
Resposta Física Total editar
Total Physical Response (TPR) é uma técnica de ensino de línguas desenvolvida pelo psicólogo James John Asher (San José State University) baseada nas suas observações de aquisição de linguagem em crianças pequenas. Embora a teoria por detrás da TPR e o próprio termo apenas tenham alcançado o público em geral no final dos anos 70, quando o professor Asher publicou um livro intitulado Learning Another Language through Actions,[16] muitas das ideias de Asher se aproximam daquelas defendidas no final do século XIX e início do século XX por W. H. D. Rouse, conhecido por seu Método Directo ou Natural.
No contexto do Método Polis, a TPR inicia-se desde logo na primeira aula e permanece presente em todas as etapas do processo de aprendizagem. Na primeira sessão, o aluno apenas reage fisicamente a uma série de comandos dados pelo instrutor e nenhuma interacção verbal é esperada. Os alunos mais avançados, no entanto, são solicitados a descrever suas acções à medida que são realizadas, para antecipar verbalmente as acções ou para descrever o que acabaram de ver. Embora as actividades de TPR tendam a diminuir à medida que o curso avança, isso tem se mostrado bastante frutífero mesmo nos estágios mais avançados, quando os alunos se deparam com algumas estruturas particularmente complexas, como o Genitivo absoluto em Grego ou o Accusativus cum infinitivo.
Leitura ou Narração de Histórias editar
Teaching Proficiency through Reading and Storytelling (TPRS) ou simplesmente Storytelling é uma técnica criada nos anos 90 pelo professor de espanhol Blaine Ray, inspirada na teoria de Steven Krashen sobre a aquisição de uma língua estrangeira, que enfatiza o papel do "input compreensível" com vista a um domínio da elocução (output) por parte do aluno. Segundo Krashen, é fundamental que os alunos sejam expostos a frases cujo significado possam compreender plenamente. Característica esta que exige um controlo estrito de como e quando são apresentadas novas palavras e estruturas, com a finalidade de limitar as novas palavras a uma pequena percentagem da mensagem inteira.[17]
A fim de proporcionar aos alunos um ambiente de ensino onde um "input compreensível" pudesse ocorrer, Blaine Ray criou uma série de histórias e narrações nas quais os alunos se pudessem envolver activamente. Ao longo da narração, os alunos são apresentados a mensagens que correspondem ao seu nível linguístico, o que permite a introdução de novo vocabulário.[18]
Adaptando a prática de contar histórias, o Método Polis exclui completamente traduções e explicações em qualquer idioma diferente daquele que está a ser ensinado. Outro desenvolvimento do Método Polis consiste em pedir frequentemente aos alunos que respondam numa frase completa em vez de apenas palavras isoladas, incentivando-os a interiorizar as competências discursivas.
Construção de Narrativas editar
A técnica Story Building foi desenvolvida pela primeira vez por Greg Thomson (University of Alberta) em 2007 e está incluída no seu método Growing Participator Approach (GPA). A sua teoria baseia-se na apresentação de vinhetas que formam uma história consistente, na sua sucessão de imagens. Os alunos são então convidados a descrever as imagens apresentadas, utilizando o vocabulário que conhecem. Este exercício não só revigora a retenção dos conteúdos, como também permite a inserção de novas estruturas gramaticais vinculadas às imagens e ao vocabulário.[19]
Dentro do método Polis, a técnica de construção de histórias é frequentemente usada como forma de exercitar a mudança de tempo verbal do presente para o passado.
Imagens e acessórios editar
Uma vez que a memória humana é amplamente dependente da experiência sensorial, o uso de imagens e adereços é uma ferramenta muito eficaz para apresentar novo vocabulário, permitindo aos alunos associar directamente uma nova palavra a uma experiência sensorial.[20][21]
Conversa a pares ou pequenos grupos editar
O diálogo entre os alunos durante as aulas é uma característica comum no ensino de línguas modernas e que é aplicada, através do Método Polis, ao ensino de línguas antigas. Esta interacção é uma ferramenta muito eficaz em níveis mais avançados, pois à medida que o aluno pratica a produção de discurso, ele também progride na aquisição da linguagem. As conversas guiadas podem envolver entre dois a cinco alunos de cada vez e são cuidadosamente projectadas de forma a maximizar o tempo de fala de cada aluno e minimizar os erros.[22][23][24]
Expressão Sequencial editar
Living Sequential Expression (LSE) é a mais recente estratégia de ensino que os instrutores da Polis desenvolveram e que estão agora a começar a aplicar.[14] Esta abordagem foi inspirada no trabalho do educador francês e professor de línguas estrangeiras, François Gouin (1831-1896), que desenvolveu Método de Série de aquisição de línguas.[25][26] Na abordagem à técnixa LSE que a Polis faz, os alunos “aprendem a descrever e relatar sequências de acções logicamente conectadas”.[27]
Outras actividades e técnicas editar
Uma vez que as actividades que exigem o idioma como o seu único veículo podem contribuir muito para a criação de uma experiência de imersão mais natural, os alunos são também incentivados a participar em actividades fora da sala de aula: como almoços em total imersão, nos quais alunos e professores tomam uma refeição juntos enquanto falam exclusivamente na língua alvo.
A música é também um outro recurso que auxilia os alunos da Polis a reter vocabulário e gramática. Durante o primeiro ano do curso de Grego Antigo, por exemplo, cerca de dez canções são ensinadas.[28][29][30]
Oferta Académica editar
Mestrado em Filologia Antiga editar
O que anteriormente era apenas um curso certificado de dois anos em Filologia Antiga, é actualmente um completo programa de mestrado. O grau de mestre é atribuído pelas conceituadas universidade europeias parceiras da Polis, a Universidade Pontifícia de Santa Croce em Roma e a Universidade Internacional da Catalunha em Barcelona.[31]
O Mestrado em Filologia Antiga (Master of Arts in Ancient Philology) é um programa de dois anos dedicado ao estudo do Grego Antigo e ao Hebraico Bíblico. Os alunos inscritos no segundo ano do mestrado podem candidatar-se ao percurso opcional Ênfase no Ensino de Línguas Antigas e Modernas e assim obter experiência em primeira mão no ensino, aprofundar o estudo da metodologia e participar em workshops; esta ramificação do curso foca-se sobretudo nas “particularidades do ensino das línguas antigas num ambiente de total imersão” .
O programa do curso abrange as áreas de Linguística, Filologia, Filosofia, Paleografia, História e Literatura.
Este programa é ideal para interessados em seguir carreira como professores de grego e hebraico, bem como para académicos interessados em: Antiguidade, Filosofia Clássica, Filologia Clássica, Estudos Religiosos ou na relação entre a Antiguidade Grega e a herança Judaico-Cristã.
Mestrado em Línguas do Médio Oriente editar
O que anteriormente era apenas um curso certificado de dois anos em Línguas do Médio Oriente, é actualmente um completo programa de mestrado. O grau de mestre é atribuído pelas conceituadas universidade europeias parceiras da Polis, a Universidade de Navarra em Pamplona e a Universidade Internacional da Catalunha em Barcelona.[31]
O Mestrado em Línguas do Médio Oriente (Master of Arts in Near Eastern Languages) é um programa de dois anos dedicado ao estudo intensivo de línguas modernas e antigas como Hebraico moderno, Árabe, Hebraico Bíblico, Aramaico e Siríaco, bem como ao estudo de História, Filosofia e Literatura do Oriente Próximo antigo e contemporâneo. O programa foi delineado para aqueles que desejam seguir uma carreira em Filologia Semítica, Jornalismo, História, Línguas ou dedicar-se ao estudo da história do Médio Oriente, Cristianismo Oriental, Judaísmo ou Islamismo. Os alunos inscritos no segundo ano do mestrado podem candidatar-se ao percurso opcional Ênfase no Ensino de Línguas Antigas e Modernas e assim obter experiência em primeira mão no ensino, aprofundar o estudo da metodologia e participar em workshops; esta ramificação do curso foca-se sobretudo nas “particularidades do ensino das línguas antigas num ambiente de total imersão”.
Este programa é ideal para interessados em áreas como: Bíblia Hebraica, herança árabe e estudos de manuscritos.
Programas de um ano editar
A Polis também oferece versões mais reduzidas dos Mestrados em Filologia Antiga e em Línguas do Médio Oriente, para aqueles que preferem ficar apenas um ano a estudar em Jerusalém. Os programas de um ano estão abertos a qualquer pessoa com diploma de licenciatura ou superior. Os alunos que concluírem o programa com sucesso receberão um certificado em One Year Program (OYP) pelo Instituto Polis.
Programa de Fluência em Grego Antigo editar
O programa de Fluência em Grego Antigo (Fluency in Ancient Greek) tem a duração de dois anos e foca-se exclusivamente no estudo do Grego Antigo. Este programa oferece a alunos de licenciatura, pós-graduação, professores e académicos de qualquer área a possibilidade de dominar uma das línguas mais importantes da Antiguidade. Os alunos serão capazes de atender a todos os níveis do idioma, a partir do nível 0 de iniciação total, a fim de adquirir proficiência na leitura, escrita e conversação, com a opção de fazer também cursos teóricos e práticos adicionais intimamente ligados ao seio cultural a que o Grego Antigo nos permite aceder.
Programa de Fluência em Árabe editar
O Programa de Fluência em Árabe (Fluency in Arabic) abrange tanto o árabe moderno padrão quanto o árabe falado no levante, uma das cinco principais variedades de árabe sob a qual é classificado o tipo de árabe falado na Palestina, Israel (também conhecido como árabe palestino). Para a obtenção do certificado, os estudantes devem fazer também as disciplinas teóricas e práticoas adicionais que contribuirão para uma melhor compreensão do meio cultural do idioma de destino.[32]
Cursos de Verão editar
Durante o Verão, a Polis oferece vários cursos, tanto em Jerusalém, como no exterior.[33] Seminários sobre a metodologia de ensino e cursos intensivos de idioma, que permite ao aluno completar um nível de aprendizagem num curto período, foram realizados em Itália e nos EUA[34] em Grego Antigo, Hebraico Bíblico, Latim, Árabe moderno padrão e Métodos de ensino de línguas antigas. No próprio Instituto Polis, durante o verão, além dos cursos de línguas mencionados, o siríaco clássico e o árabe falado também são ensinado. Os cursos no estrangeiro tiveram lugar na Pontifícia Universidade da Santa Cruz em Roma,[35] Christendom College em Virgínia,[36] Ave Maria University na Flórida,[37] Bridgewater State University em Massachusetts[38] e a University of Kentucky em Lexington.[39]
Cursos singulares de Línguas editar
Todos os nossos cursos de línguas são dados usando o Método Polis, onde os alunos interagem com seus professores apenas na língua-alvo. O objectivo é criar um ambiente onde os alunos aprendam também com os seus colegas e entendam melhor o idioma. A Polis também oferece cursos online para alunos que não podem vir ao nosso campus em Jerusalém.
O ano lectivo é dividido em dois semestres — o de Outono e o de Primavera. Os cursos de idiomas são leccionados durante um semestre inteiro permitindo que os alunos avancem um nível ao longo de quatro meses.
A nossa oferta de cursos regulares e singulares consiste nos idiomas: Grego Antigo, Hebraico Bíblico, Hebraico Moderno, Latim, Árabe moderno padrão, Árabe falado (dialecto palestino), Siríaco Clássico, Cóptico. No passado, o Sumério também foi ensinado[40][41] e, muito recentemente, um curso teórico de introdução ao Hitita começou a ser oferecido aos alunos.
Cursos online editar
A conjuntura global provocada pela Covid-19 tornou-se uma oportunidade para o Instituto Polis testar a viabilidade do Método Pólis em plataformas de ensino online via vídeo. O desafio começou em Março de 2020, quando o segundo semestre foi interrompido pela pandemia. Desde então, o Instituto despendeu “milhares de horas de experiência de ensino online” e ganhou conhecimento e experiência na adaptação de seus princípios de ensino de Total Imersão (Total Immersion) e Desenvolvimento Dinâmico de Linguagem (Dynamic Language Development) para um público online. Pela primeira vez na história do Instituto, comprovou-se o ensino bem-sucedido dos cursos de línguas online, que receberam feedback positivo dos alunos, nos idiomas: Grego Antigo, Hebraico Bíblico, Hebraico Moderno, Latim, Árabe moderno padrão, Árabe falado (dialecto palestino), Siríaco Clássico, Cóptico. A migração para uma plataforma online também permitiu à Polis abrir seus cursos teóricos para o público mundial na internet.[42]
Conferências editar
O Instituto Polis acolhe conferências internacionais sobre vários temas da área das Humanidades. Até hoje foram realizadas as seguintes conferências:
2013 — As Origens do Alfabeto editar
A Primeira Conferência Interdisciplinar do Instituto Polis foi realizada em Fevereiro de 2013, sob o título The Origins of the Alphabet.[43] Alguns dos principais especialistas neste tópico reuniram-se no instituto promovendo um debate interdisciplinar sobre o tema, abordando a discussão a partir das perspectivas linguística, sociológica e psicológica do desenvolvimento da escrita. Tendo em mente o facto amplamente aceite de que o conceito de alfabeto é identificado inicialmente na área entre o Egipto e a Fenícia, ainda que a escrita surgisse em diferentes partes do mundo de forma independentemente umas das outras, os investigadores conferencistas procuraram fornecer uma resposta, não apenas à questão de Como é que o alfabeto surgiu? , mas também à questão mais difícil Porque é que ele surgiu?.
2015 — A Biblioteca de Alexandria editar
A Segunda Conferência Interdisciplinar do Instituto Polis foi realizada em Janeiro de 2015, sob o título The Library of Alexandria: A Cultural Crossroads of the Ancient World.[44][45] Além de linguistas e especialistas na Septuaginta e Literatura Grega, historiadores e arqueólogos reuniram-se no Instituto Polis para discutir questões permanentes em torno daquele que foi considerada o principal centro de estudos do mundo, desde o século III a.C. até pelo menos ao reinado de Cleópatra (48-30 a.C.), a Biblioteca de Alexandria. Onde a gigantesca biblioteca estava localizada exactamente e que tipo de textos havia nela? Até que ponto a Biblioteca Real se tornou um ponto de encontro para diferentes línguas e culturas? E finalmente, o porquê do silêncio de alguns autores antigos sobre seu desaparecimento? Estas foram algumas das questões-chave a que a conferência procurou respostas.
2016 — O Cours de Linguistique Générale revisitado: 1916-2016 editar
Para marcar o 100º aniversário do livro histórico — Cours de Linguistique Générale (CLG) — que compilava os apontamentos das aulas do reconhecido "pai da linguística", Ferdinand de Saussure, a Terceira Conferência Interdisciplinar do Instituto Polis foi realizada no complexo do Instituto a 31 de Março e 1 de Abril de 2016, sob o título The Cours de Linguistique Générale revisited: 1916-2016.[46][47][48][49] Mais de uma dezena de especialistas internacionais em linguística geral, pragmática, filologia, dialectologia, estudos de tradução, terminologia e filosofia reuniram-se para discutir temas relacionados ao trabalho seminal de Saussure que deu início a uma disciplina científica que influenciou profundamente o campo das humanidades. Os estudiosos discutiram não apenas o trabalho de Saussure em si, mas também seus antecedentes e recepção, bem como seu impacto no século XX e XXI.
2018 — A Transmitir uma Herança editar
A quarta Conferência Interdisciplinar do Instituto Polis, realizou-se de 16 a 17 de Abril de 2018, sob o título Transmitting a Heritage: The Teaching of Ancient Languages from Antiquity to the 21st Century.[50] Na edição deste ano da conferência, mais de 30 investigadores e profesores de línguas reuniram-se ou enviaram artigos para as várias palestras e apresentações, cobrindo várias áreas como: o ensino do Latim, Grego Antigo e Hebraico ao longo dos séculos; aprender a escrever na antiga Suméria; a representação de professores de latim em cinema e temas históricos; entre outros. Quatro continentes estiveram representados nesta conferência que contou com investigadores vindos da Holanda, Croácia, Reino Unido, Bulgária, Polônia, Suécia, França, Itália, Estados Unidos, Brasil, Argentina, Israel e Japão.
Polis Editora editar
O Instituto Polis possui uma editora própria que publica livros que se articulam com o Método Polis de ensino de línguas. A par disto, publica também trabalhos de investigação nas áreas promovidas pelo Instituto, como línguas e cultura antigas, ensino de línguas e história da língua.
Livros escolares de línguas antigas editar
Polis: Speaking Ancient Greek as a Living Language: Level One, Student's Volume editar
- Rico, Christophe (2015). Speaking Ancient Greek as a Living Language: Level One, Student's Volume. Jerusalem: Polis Institute Press.[51][52]
Πόλις: Λαλεῖν τῇ κοινῇ διαλεκτῳ τῇ ζώσῃ (Polis: Falar Grego Koine como uma Língua Viva) é o primeiro de uma série de livros didáticos em inglês publicados pelo Polis Institute Press. O livro apresenta textos originais de conversação em grego antigo redigidos pelo linguista Christophe Rico, docente da Polis, e ilustrações originais de Pau Morales. Contém sete canções originais escritas em grego antigo por vários colaboradores e que podem ser ouvidas no site do Instituto Polis. As publicações anteriores deste volume incluem versões em francês (Editions du Cerf, 2009), italiano (Edizioni San Paolo, 2010) e alemão (Helmut Buske, 2011), todas estas eram compostas apenas de doze capítulos. A edição em inglês é uma versão expandida e consta de vinte capítulos. De acordo com o princípio de imersão total, que é o pilar fundamental do Método Polis, quase todo o livro foi escrito em grego antigo. Exceções foram feitas para a introdução, os principais termos gramaticais e instruções para os exercícios que requerem um conhecimento avançado do grego antigo, que estão escritos também em inglês.
Polis: Speaking Ancient Greek as a Living Language: Level One Teacher's Volume editar
- Rico, Christophe (2015). Speaking Ancient Greek as a Living Language: Level One Teacher's Volume. Jerusalem: Polis Institute Press.[53][54]
Polis: Speaking Ancient Greek as a Living Language: Level Three (Part One), Student's Volume editar
- Rico, Christophe (2020). Polis: Speaking Ancient Greek as a Living Language: Level Three (Part One), Student's Volume. Jerusalem: Polis Institute Press.[55][56]
Forum: Speaking Latin as a Living Language editar
- Rico, C., Morassut, S., Daniel, B. (2017). Forum: Lectiones Latinitatis Vivae. Jerusalem: Polis Institute Press.[57][58]
Forum: Lectiones Latinitatis Vivae (Fórum: Falar Latim como uma Língua Viva) é o primeiro livro didático a complementar um método — o Método Polis — que "aplica os principais métodos de ensino para a aquisição da língua moderna ao latim".[59] Publicado em 2017, este livro tira inspiração e experiências do livro Polis: Speaking Ancient Greek as a Living Language , publicação anterior dedicada ao estudo da língua grega. Ao contrário do livro que lhe antecede, o livro latino Forum é escrito pelo autor de Polis, Christophe Rico, juntamente com uma equipe internacional da França, Áustria, Holanda e Espanha.
Livros Académicos editar
Origins of the Alphabet: Proceedings of the First Polis Institute Interdisciplinary Conference editar
- Rico, C., Sigrist, M., et al. (2015). Origins of the Alphabet. Cambridge: Cambridge Scholars Publishing.[60][61]
As Origens do Alfabeto: Registos da Primeira Conferência Interdisciplinar do Instituto Polis, reúne trabalhos apresentados durante a primeira conferência interdisciplinar organizada pelo Instituto Polis. Editado por Christophe Rico e Claudia Attucci, este volume demonstra que "um amplo consenso está a emergir sobre os principais factores e circunstâncias que envolveram o nascimento do alfabeto." Os artigos colectados estão em inglês e francês com contribuições de Aaron Demsky, Maria Vittoria Tonietti, Emile Puech, Orly Goldwasser, Pascal Vernus, Christophe Rico, Clotilde Pontecorvo e Franca Rossi.
The Library of Alexandria — A Cultural Crossroads of the Ancient World: Proceedings of the Second Polis Institute Interdisciplinary Conference editar
- Rico, C., Cusset, C.,et al. (2017). The Library of Alexandria: A Cultural Crossroads of the Ancient World. Jerusalem: Polis Institute Press.[62][63]
A Biblioteca de Alexandria — Uma Encruzilhada Cultural do Mundo Antigo: Registos da Segunda Conferência Interdisciplinar do Instituto Pólis assinala a conferência que explorou as grandes questões em torno daquela que é a mais famosa biblioteca do mundo antigo. O livro apresenta artigos de Hélène Fragaki, Emmanuel Friedheim, Sylvie Honigman, Christophe Cusset, Anca Dan, Daniela Dueck, Jan Joosten, Jane L. Lightfoot, Christophe Rico e Étienne Nodet, e cobre uma variedade de tópicos, como a arquitetura da Biblioteca, o seu conteúdo, as relações da Biblioteca com a Septuaginta e os mistérios que cercam seu incêndio. Esta publicação foi editada por Christophe Rico e Anca Dan.
The Cours de Linguistique Générale Revisited: 1916-2016: The Third Polis Institute Interdisciplinary Conference editar
- Rico, C., Kirchuk, P. (2018). The Cours de Linguistique Générale Revisited: 1916-2016. Jerusalem: Polis Institute Press.[64][65]
O Cours de Linguistique Générale revisitado: 1916-2016 — A Terceira Conferência Interdisciplinar do Instituto Polis, editado por Christophe Rico e Pablo Kirtchuk, apresenta as actas da Terceira Conferência Interdisciplinar do Instituto Polis. Os autores e estudiosos que colaboraram com este volume, vindos de Israel, Alemanha, França, Espanha e Bélgica, são Elitzur Bar-Asher Siegal, Cyril Aslanov, Gerda Haßler, Eran Cohen, Gilbert Lazard, Herman Parret, François Jacquesson, Georges Kleiber, Maurice Pergnier, Georges-Elia Sarfati, Pablo Kirtchuk, Loïc Depecker, Christophe Rico e José Ignacio Murillo. Uma rápida leitura do índice do livro sugere as três áreas gerais cobertas pelas discussões tomadas na conferência: a reavaliação das fontes do Cours de Linguistique Générale (CLG) e a sua influência na linguística moderna; os principais conceitos e dicotomias do CLG; possíveis vias de estudo ainda não previstas pelo próprio CLG.[66]
Comunidade Académica editar
Corpo Estudantil editar
Carácter internacional e diversificado editar
Com base nos dados fornecidos pelo Instituto, os alunos e colaboradores da Polis formam uma comunidade ricamente diversificada. Estudantes e ex-alunos vêm de mais de trinta países dos cinco continentes.[67]
- África : Egipto, Nigéria, África do Sul;
- Ásia: China, Índia, Indonésia, Israel, Filipinas, Coreia do Sul, Taiwan, Turquia;
- Europa : Áustria, Finlândia, França, Alemanha, Itália, Holanda, Polónia, Portugal, Rússia, Espanha, Suíça, Reino Unido;
- América do Norte : Canadá, Estados Unidos, México;
- América do Sul : Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Peru, Colômbia;
- Oceânia: Austrália.
Iniciativas de alunos e alumni editar
DiaLogo Academy: Tendo começado como uma iniciativa estudantil em Janeiro de 2018 sob o auxílio da Polis, a DiaLogo Academy é agora uma plataforma de aprendizagem de línguas completa. Foi fundada por dois ex-alunos que estudaram línguas antigas e semíticas no Instituto Polis, e procura ensinar línguas modernas como o espanhol e inglês através do Método Polis.[68] A Academia DiaLogo tem uma parceria académica com o Instituto Polis.[69]
Corpo Docente editar
Entre os professores que leccionam na Polis, encontramos:[70]
- Prof. Dr. Christophe Rico
- Dr. Mercedes Rubio
- Dr. Tania Notarius
- Henri Gourinard
- Eyal Nahum
- Taghreed Constantinides
- Rogelio Toledo (Candidato de Doutoramento)
- Dr. Julie Ethioux
- Prof. Jerónimo Leal
- Prof. Juan Chapa
- Dr. Shukri Abed
- Dr. Reuven Kipperwasser
- Dr. Elias Salfity
- Halely Harel
- Nikolaus Wildner (Candidato de Doutoramento)
- Hiba Aburamouz
Localização editar
O Instituto Polis localiza-se no bairro Musrara, na fronteira entre Jerusalém Oriental e Ocidental. Este é um bairro muito famoso na cidade pelo seu protagonismo na história da cidade. São, por isso, frequentemente realizadas visitas guiadas neste lugar.[71][72][73] O nome da rua em que o Instituto Polis se encontra, Ha Ayin-Het, homenageia os 78 judeus mortos no ataque pela escolta Hadassah que ocorreu a 13 de Abril de 1948.[74][75]
Mas se anteriormente o bairro de Musrara foi um local de conflitos étnicos, ao longo dos anos foi se renovando e atraindo artistas, intelectuais e voluntários internacionais. A localização central do bairro, no cruzamento de várias culturas diferentes, a sua história e beleza pitoresca são outras suas características. Juntamente com a Polis, outras instituições culturais e académicas como a Escola Naggar de Fotografia, Média e Nova Música (ou simplesmente Escola de Arte de Musrara) e o Museum on the Seam contribuem para a nova imagem do bairro. A Academia de Arte Bezalel (Bezalel Academy of Arts and Design) planeia também mudar-se para este bairro, no Complexo Russo, no centro de Jerusalém.[76][77] O Instituto localiza-se próximo de outros centros de investigação bíblica em Jerusalém, como a École Biblique (Escola Bíblica e Arqueológica Francesa) e o Instituto Teológico Sueco.
Ver também editar
Referências
- ↑ «Master & Summer courses | Pontificia Università della Santa Croce». en.pusc.it. Consultado em 16 de outubro de 2020
- ↑ «Language, Writing and Alphabet: an Interview with Christophe Rico»
- ↑ «Wayback Machine» (PDF). web.archive.org. 2 de outubro de 2015. Consultado em 16 de outubro de 2020
- ↑ «UIC». Cópia arquivada em 29 de outubro de 2020
- ↑ «Reason and Religious Recognition.»
- ↑ «The Polis Method: Speaking Ancient Greek as a Living Language»
- ↑ «CRC Research Catalog»
- ↑ «Universidade Federal do Rio Grande do Sul» (PDF)
- ↑ «Ler Grego»
- ↑ «The Polis Method»
- ↑ «The Immersion Approach: Principle and Practice.»
- ↑ «What the Research Says About Immersion»
- ↑ Nauka jezyka starogreckiego w sposob czynny - metoda POLIS (Michal Kabat), pages 134-136, Nowy Filomata XIX 2015
- ↑ a b «Living Sequential Expression»
- ↑ «Interviews with Communicative Greek Teachers: Christophe Rico»
- ↑ «Learning Another Language Through Actions»
- ↑ «Comprehensible and Compelling: The Causes and Effects of Free Voluntary Reading»
- ↑ «Current Perspectives on Vocabulary Learning and Teaching»
- ↑ «Growing Participator Approach: Our Experience as Amharic Students and Teachers of Spanish and Russian Languages»
- ↑ «Effective Teaching Strategies for English Language Learners»
- ↑ «How artefacts mediate small‐group co‐creation activities in a mobile‐assisted seamless language learning environment?»
- ↑ «Why Talk Is Important in Classrooms»
- ↑ «Conversation and Language Learning in the Classroom»
- ↑ «In Language Classrooms, Students Should Be Talking»
- ↑ «Series Method»
- ↑ Gouin, François. «The Art of Teaching and Studying Languages»
- ↑ «The Polis Method»
- ↑ «The Effect of Using Songs On Young Learners and Their Motivation for Learning English»
- ↑ «The Effectiveness of Music in Grammar Teaching on the Motivation and Success of the Students at Preparatory School at Uludağ University»
- ↑ «Combining Song—And Speech-Based Language Teaching: An Intervention With Recently Migrated Children»
- ↑ a b «Polis - the Jerusalem Institute of Languages and Humanitiec. Academic Programs 2020/21»
- ↑ «Academic Programs» (PDF)
- ↑ «Polis Institute: Conversational Ancient Greek». Society for Classical Studies. 16 de maio de 2017. Consultado em 18 de outubro de 2020
- ↑ «Brochura Polis» (PDF)
- ↑ «Pontifícia»
- ↑ «Christendom College»
- ↑ «Ave Maria University»
- ↑ «Summer Classics»
- ↑ «Summer Classics»
- ↑ «Spelling out Harry Potter in Arabic, Greek and Hebrew»
- ↑ «The Sumerian Verb: A Workshop for the Non-Sumerian Speaker»
- ↑ «Cursos online»
- ↑ «Origins of the Alphabet « Polis». Polis (em inglês). Consultado em 18 de outubro de 2020
- ↑ «The Library of Alexandria « Polis». Polis (em inglês). Consultado em 18 de outubro de 2020
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- ↑ «The Cours de linguistique générale Revisited: 1916–2016»
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- ↑ «Hadassah-massacre»
- ↑ «The Hadassah convoy massacre»
- ↑ «Bezalel's restored architecture faculty is the first step to its return to the city center.»
- ↑ «Evento cultural promovido pelo bairro apresentado no Instituto Polis»