J. Ribeiro dos Santos

J. Ribeiro dos Santos foi uma das primeiras editoras e livrarias brasileiras, que iniciou suas atividades no fim do século XIX e se localizava na Cidade do Rio de Janeiro.

J. Ribeiro dos Santos
Editora e Livraria
Fundador(es) Jacintho Ribeiro dos Santos
Sede Rio de Janeiro
Produtos Livros
Antecessora(s) Livraria popular (Livraria Cruz Coutinho)

Histórico editar

Panorama do mercado editorial no fim do século XIX editar

Por volta das décadas de 1870-1880 há um florescer do mercado livreiro e editorial brasileiro, na cidade do Rio de Janeiro, com o surgimento de inúmeros estabelecimentos que vendiam, editavam e “fabricavam” livros didáticos. Na década de 1890, ocorre uma concentração dessa produção com a Livraria Francisco Alves, que se expande para outros Estados, com filiais em São Paulo e Minas Gerais. Enquanto a Livraria Francisco Alves concentrava a produção de livros didáticos, editores como Pedro da Silva Quaresma investiam em livros mais baratos que os didáticos. Após a morte de Francisco Alves, houve livros didáticos de história do Brasil publicados por editoras diferentes: J. Castilho, Jacintho Ribeiro dos Santos e Editora Melhoramentos (gráfica e tipografia que virou editora em São Paulo, mas que antes imprimia os livros de Francisco Alves também).

Jacintho Ribeiro dos Santos editar

Por volta de 1920, outro editor, Jacintho Ribeiro dos Santos, começou a se destacar na publicação de livros didáticos. Jacintho comprara o ponto de sua livraria de Francisco Rodrigues da Cruz, herdeiro da Livraria Cruz Coutinho, a Livraria Popular, a qual foi criada por Antonio Augusto da Cruz Coutinho.

Através do do catálogo, o público poderia conhecer a Gramática da Língua Nacional e a História do Brasil, de Osório Duque-Estrada; a Chorografia do Brasil, “pelo Dr Mario da Veiga Cabral (Correta e aumentada), adotada no Colégio Pedro II e nos demais colégios”; Lições de História Geral, “de acordo com o último programa da Instrução Pública de 1918 pelo Dr Mario da Veiga Cabral, 2ª Edição correta e aumentada”; História Universal, pelo Dr João Ribeiro, “tendo sido feito pelo último programa de 1918 do Colégio Pedro II, adotado em todos os colégios do país (2ª edição correta e aumentada, com gravuras)”; Pontos de História do Brasil, de Pedro Couto; História do Brasil, de Mário da Veiga Cabral, dentre outros.[1]

A Livraria Jacintho Ribeiro dos Santos destacava-se pelo bom acabamento dos livros didáticos, uso de imagens, e elevado número de tiragens em alguns de seus livros, que chegavam à marca de mais de 100.000 exemplares em 1924, numa população de 1.157.141 na cidade[2]

Obras publicadas editar

  • As fatalidades de dous jovens: recordações dos tempos coloniaes, Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa (1812-1861), publicado em 1895
  • Os Bruzundangas, sátiras, Lima Barreto, publicado em 1922, um mês após a morte do autor.
  • Compendio de Chorographia do Brasil, Mario da Veiga Cabral (1894-1969), em 1941 alcançou sua 26ª edição
  • Código commercial brasileiro, Antônio Bento de Faria
  • Estrada de Damasco, Castro Menezes, Poesias, Publicação Póstuma, 1922.[3]
  • Estudos de direito publico, Augusto Olympio Viveiros de Castro, 1914.
  • Curso elementar de pratica do processo, Manoel Martins da Costa Cruz, 1929.
  • Nova lei de fallencias, Américo Ferreira Lopes, 1929.
  • Consolidação das leis civis, Augusto Teixeira de Freitas (1817-1883), 1915.
  • Elementos de Direito Romano, Antônio Bento de Faria, 1907
  • Das Marcas de Fabrica e de Commercio e do Nome Commercial, Antônio Bento de Faria, 1906
  • Princípios de Direito Internacional, Vols. I-II, Lafayette Rodrigues Pereira., 1902-1903
  • Cyrano de Bergerac, Edmond Rostand, A tradução saiu primeiro em fascículos no “Jornal de Pernambuco”, e depois em livro, sendo a primeira edição provavelmente de 1902. A Livraria J. Ribeiro dos Santos lançou várias edições cariocas da obra, em 1907, 1912 e 1922, todas sob a tradução de Carlos Porto Carreiro. Posteriormente foram lançadas várias edições pela Editora Pongetti (hoje extinta).[4]

Ver também editar

Notas e referências editar

  1. SILVA, Alexandra Lima da, 2004. In: Mercado Editorial de Livros Didáticos de História do Brasil na Cidade do Rio de Janeiro (1870-1920)
  2. Idem, ibidem
  3. CAMPOS, Humberto (15 de março de 1942). «Castro Menezes» (PDF). Autores e Livros - Suplemento Literário de "A Manhã". Consultado em 27 de janeiro de 2019 
  4. BARROSO, Ivo. In: Um Cyrano sem Penacho, Jornal de Poesia

Referências bibliográficas editar

  • ROSTAND, Edmond (1922). Cyrano de Bergerac. Rio de Janeiro: J. Ribeiro dos Santos Editor. [S.l.: s.n.] ISBN tradução de Carlos Porto Carreiro, comentários de José Veríssimo Verifique |isbn= (ajuda) 
  • BARROSO, Ivo. Um Cyrano Sem Penacho. Revista Agulha. [S.l.: s.n.] ISBN [[Special:BookSources/Jornal de Poesia, [1]|Jornal de Poesia, [http://www.revista.agulha.nom.br/ibarroso4.html]]] Verifique |isbn= (ajuda) 
  • SILVA, Alexandra Lima (2004). Mercado Editorial de Livros Didáticos de História do Brasil na Cidade do Rio de Janeiro (1870-1920). Rio de Janeiro: II Seminário Brasileiro Livro e História Editorial. [S.l.: s.n.] ISBN [[Special:BookSources/[2]|[http://www.livroehistoriaeditorial.pro.br/ii_pdf/Alexandra_Lima_Silva.pdf]]] Verifique |isbn= (ajuda)