Japeri

município brasileiro do estado do Rio de Janeiro

Japeri é um município da Baixada Fluminense,[4][5] na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, estado do Rio de Janeiro, Brasil.[5] Localiza-se a 22º38'35" de latitude sul e 43º39'12" de longitude oeste, a 30 metros de altitude. A população estimada em 2021 pelo IBGE foi de 106 296 habitantes[6], é considerado o município mais pobre da região metropolitana do Grande Rio.

Japeri
  Município do Brasil  
Centro comercial de Engenheiro Pedreira.
Centro comercial de Engenheiro Pedreira.
Centro comercial de Engenheiro Pedreira.
Símbolos
Bandeira de Japeri
Bandeira
Brasão de armas de Japeri
Brasão de armas
Hino
Gentílico japeriense
Localização
Localização de Japeri no Rio de Janeiro
Localização de Japeri no Rio de Janeiro
Localização de Japeri no Rio de Janeiro
Japeri está localizado em: Brasil
Japeri
Localização de Japeri no Brasil
Mapa
Mapa de Japeri
Coordenadas 22° 38' 34" S 43° 39' 10" O
País Brasil
Unidade federativa Rio de Janeiro
Região metropolitana Rio de Janeiro
Municípios limítrofes Miguel Pereira, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados e Seropédica
Distância até a capital 70 km
História
Fundação 30 de junho de 1991 (32 anos)
Administração
Prefeito(a) Fernanda Ontiveros (PT, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 82,832 km²
População total (estimativa IBGE/2021[2]) 106 296 hab.
Densidade 1 283,3 hab./km²
Clima Tropical (Aw)
Altitude 30 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010) 0,659 médio
 • Posição RJ: 84º
PIB ([3]) R$ 1 294 646,07 mil
PIB per capita (IBGE/2016[3]) R$ 12 874,11
Sítio https://www.japeri.rj.gov.br/ (Prefeitura)
https://www.camarajaperi.rj.gov.br/ (Câmara)

Ocupa uma área de 82,954 km², limitada pelos municípios de Paracambi, Seropédica, Queimados, Miguel Pereira e Nova Iguaçu. Banhado pelos rios Guandu, Santana, Rio dos Poços, Rio d'Ouro, Santo Antônio, Ribeirão das Lages e São Pedro, é cortado pelo Ramal de Japeri e pelo Ramal de Paracambi da Supervia, pela Linha do Centro e pela Linha Auxiliar da Estrada de Ferro Central do Brasil, pela RJ-125 ou Rodovia Ary Schiavo (denominada a partir de 9 de fevereiro de 1993, segundo a Lei 2.069) e também pelo Arco Metropolitano.[7].

Emancipou-se de Nova Iguaçu em 1991.

Topônimo editar

Existem duas etimologias tupis propostas para "Japeri":

1) teria se originado de yaperi, termo tupi que significa "aquilo que flutua" e que designava uma planta semelhante ao junco que abundava nos pântanos da região;[8]

2) significaria "rio dos japis", pela junção dos termos tupis îapim (japi) e y (rio).[9]

História editar

 
Japeri

O primeiro nome conhecido da região hoje ocupada pela cidade foi "Engenho de Pedro Dias". Em seguida, mudou seu nome para "Belém",[10] sendo pertencente à Freguesia da Sacra Família do Caminho Novo do Tinguá. O primeiro núcleo de povoamento da região se formou ao redor da Capela de Nossa Senhora de Belém e do Menino Deus[11].

É conhecido, principalmente, por estar localizado e ser a última estação do maior ramal da Estrada de Ferro Central do Brasil, cujo edifício histórico, além de inspirar uma das imagens do brasão municipal, já foi estampa de selos no Brasil. A construção data de 1858 e foi incorporada à Estrada de Ferro Central do Brasil em 1903. Foi a primeira parada das composições para São Paulo (entre elas, o Trem de Prata). Um raio destruiu parte do prédio histórico, nos meados dos anos 1980.

A Lei 1 472, de 28 de abril de 1952, elevou a região à condição de distrito do município de Nova Iguaçu, já com o seu atual nome: Japeri. A Lei 1 902, de 2 de dezembro de 1991, conferiu-lhe a condição de município independente[11].

Política editar

Na figura do 6º distrito de Nova Iguaçu, Japeri emancipou-se daquela cidade em 2 de dezembro de 1991,[12] através de plebiscito estabelecido anteriormente pela Constituição Estadual de 1988. Desde então, a localidade tem experimentado os desafios da autonomia política. Os prefeitos e as legislaturas que governaram o município não conseguiram barrar o crescimento desordenado, prevalecendo ainda problemas com trânsito, transporte, água e esgoto, habitação, e educação.[13][14][15] Moradores apontam como causa principal dos problemas locais a inércia para o interesse público e a corrupção muito forte. A crise político-econômica que sucedeu a Copa do Mundo de 2014, acentuou drasticamente problemas de segurança, trazendo para a até então pacata cidade do limiar da Baixada Fluminense, os flagelos de outras grandes cidades como noticiário de ônibus queimados, roubos e assaltos

Atualmente Japeri possui 11 (onze) vereadores distribuídos em 7 partidos, e a atual prefeita é Fernanda Ontiveros.

Economia editar

Hoje, o município dispõe de crescente número de lojas comerciais e serviços importantes, como comércio e bancos, não obstante todas as agências estarem localizadas no bairro de Engenheiro Pedreira, a 10 km do Centro e sede da cidade. Apresenta certa aptidão para o lazer, em virtude de sua localização às portas da Serra do Mar, a caminho de cidades importantes do Centro-Sul, como Miguel Pereira, Paty do Alferes e microrregião de Vassouras, do Pico da Coragem, com rampas utilizadas para prática de voo livre, e de sua destacada bacia hidrográfica, já que em seu território passa a maior parte das águas que abastece a região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, incluindo o Rio Guandu que ganha seu nome a partir da divisa com Paracambi. Há diversas opções de lazer ecológico, como trilhas e cachoeiras. Paradoxalmente, diversos bairros da cidade, incluindo o Centro, sofrem com falhas duradouras do serviço de distribuição de água por parte da CEDAE, companhia estadual responsável, obrigando moradores a recorrer a carros-pipa com frequência, especialmente aquele atendidos pelo antigo Sistema do Rio São Pedro, cuja construção remonta ao Imperador Dom Pedro II nas obras empreendidas pelo Engenheiro Francisco de Paula Bicalho, em 1877, a fim de ampliar o sistema de abastecimento na capital. Nas proximidades de Engenheiro Pedreira, encontra-se o primeiro campo de golfe público do país, abonado pela Federação de Golfe do Estado do Rio de Janeiro, cujas dimensões foram reduzidas após as obras de construção do Arco Metropolitano, que divide o território da cidade ao meio. A atividade industrial tem aparecido no município, nos últimos anos, graças às políticas públicas de incentivo, que levaram em conta a permissão de desgaste social e ambiental, a renúncia fiscal e a participação estatal. Em Japeri, situa-se uma planta da Casa Granado, tradicional empresa de cosméticos e produtos farmacêuticos.

Educação editar

Há escolas de ensino fundamental e médio, públicas e particulares, porém nenhum campus universitário. No setor educacional, os resultados do IDEB têm sido apontados como ruins, o que é compartilhado por vizinhos da região metropolitana. Em 2016, a rede de ensino fundamental não atingiu as metas estipuladas no Índice de Desenvolvimento. O Estado, como um todo, apresentou resultados que revelam estagnação das notas obtidas anteriormente. O índice de desenvolvimento humano, índice da Organização das Nações Unidas que mensura o desenvolvimento social, baseado em avaliações de renda, educação e longevidade, posiciona o município entre as 10 piores colocações no Rio de Janeiro, o qual possui 92 municípios.[16]

Transporte editar

 
Saída do centro de Japeri, próximo ao cruzamento com a linha férrea (ramal de Paracambi).

Cortam o município as rodovias RJ-125 (Ary Schiavo), que liga a BR-493 (Arco Metropolitano) e BR-116 (Dutra) à microrregião de Vassouras, a RJ-093, que liga a Dutra à cidade vizinha de Paracambi, com mais acessos a BR-493 que atravessa a cidade, na altura do Bairro Santa Inês, onde está a Prefeitura Municipal, o Fórum e a 63ª Delegacia Policial. Há linhas de ônibus regulares ligando Japeri a cidades da região Centro-Sul, como Miguel Pereira e Paty do Alferes (Arcozelo), serviço provido pela empresa Linave. Existem também linhas rodoviárias para Nova Iguaçu, Queimados e Paracambi, operados ainda pelas empresas Expresso São Francisco, Fazeni e Transportes Blanco (com linhas para Nova Iguaçu, Paracambi e ao Centro do Rio de Janeiro), para onde há concorrência com o serviço de trens urbanos, existente na cidade há mais de um século e hoje administrado pela Supervia. Servem ao município duas estações: O Terminal Japeri, com ramais para a Central do Brasil e Paracambi, e a estação Engenheiro Pedreira, bairro que concentra a maior parte dos serviços e todas as agências bancárias da cidade. Ambas as estações possuem bicicletários.

Estação Ferroviária de Japeri[17]
  • Operadoras:
1858 - 1889: Estrada de Ferro Dom Pedro II
1889 - 1975: Estrada de Ferro Central do Brasil;
1975 - 1998: RFFSA Rede Ferroviária Federal S/A;
1994 - 1998: Flumitrens Companhia Fluminense de Trens Urbanos S/A;
1998 - Atual: Supervia.
  • Nome original: Estação de Belém
  • Inauguração: 8 de novembro de 1858
  • Trânsito: Paracambi - Engenheiro Pedreira.
  • Distância da Capital: 61,749 km.
  • Situação: Operante.

Cultura editar

Feriados municipais

Os feriados municipais ocorrem em 30 de junho (aniversário da cidade) e 8 de dezembro (dia de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade).

Subdivisões editar

Bairros editar

 
Bairro da Chacrinha, próximo ao centro de Japeri.
  • Alecrim
  • Aljezur
  • Beira-Rio
  • Belo Horizonte
  • Cajuri
  • Caramujos
  • Centro
  • Chacrinha
  • Cosme e Damião
  • Delamare
  • Engenheiro Pedreira
  • Esperança
  • Eucaliptos
  • Fazenda Americana
  • Granja Iguaçu
  • Guandu
  • Jardim Marajoara
  • Lagoa do Sapo
  • Laranjal
  • Mucajá
  • Nova Belém
  • Pedra Lisa
  • Proletário
  • Rio d'Ouro
  • Santa Amélia
  • Santa Inês
  • Santo Antônio
  • São Jorge
  • São Pedro
  • Teófilo Cunha
  • Virgem de Fátima

Ver também editar

Referências

  1. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  2. name=Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (30 de agosto de 2017). «Estimativas da população residente no Brasil e unidades da federação com data de referência em 1º de julho de 2017» (PDF). Consultado em 26 de fevereiro de 2018 
  3. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2016». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 7 de março de 2019 
  4. https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/RJ/Anexos/Sebrae_INFREG_2014_BaixadaFlum.pdf
  5. a b https://journals.openedition.org/espacoeconomia/5980?lang=fr
  6. «Estimativas da população para 1 de julho de 2009». Estimativas de População. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 out. 2010. Consultado em 16 de agosto de 2009 
  7. Lucas, Jorge Alexandre (1 de janeiro de 2014). «Somos todos cariocas: identidade e pertencimentos no mundo globalizado». Revista Científica Ciência em Curso (em francês). 3 (2): 111–123. ISSN 2317-0077 
  8. http://www.cidades.com.br/cidade/japeri/003218.html
  9. NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 580.
  10. Revista Motor 1 (ed.). «História Automotiva: primeira viagem Rio-SP levou 36 dias - No quinto dia de viagem, o automóvel ainda estava se arrastando por Belém (atual município de Japeri». Consultado em 16 de setembro de 2021 
  11. a b http://www.japeri.rj.gov.br/omunicipio.htm
  12. http://educacao.globo.com/artigo/municipios-do-rio-de-janeiro.html
  13. https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/07/13/rio-esta-entre-as-10-metropoles-mais-desiguais-do-mundo-diz-estudo-da-casa-fluminense.ghtml
  14. https://www.casafluminense.org.br/wp-content/uploads/2020/07/mapa-da-desigualdade-2020-final_compressed.pdf
  15. https://casafluminense.org.br/wp-content/uploads/2017/05/Mapa-2-%E2%80%93-Pessoas-que-trabalham-fora-do-munic%C3%ADpio-onde-moram-1.jpg
  16. «Declaração do Prefeito Eleito». Jornal O Dia. Consultado em 2 de janeiro de 2009. Arquivado do original em 22 de maio de 2011 
  17. «Estações do Rio de Janeiro - Japeri». Site Estações Ferroviárias do Brasil. Consultado em 9 de setembro de 2008 

Ligações externas editar

Tópicos relacionados editar