Nota: Este artigo é sobre o capítulo da Bíblia. Para o papa de mesmo nome, veja João XIX.

João 19 é o décimo-nono capítulo do Evangelho de João no Novo Testamento da Bíblia. Depois que os judeus se recusaram a libertar Jesus preferindo Barrabás no capítulo anterior, Pilatos mandou chicoteá-lo e castigá-lo para depois reapresentá-lo à multidão utilizando a famosa frase «Eis o homem!» (João 19:5) (em latim: Ecce homo) na esperança de soltá-lo. Porém, sem conseguir convencer os irados judeus, acabou tendo que condenar Jesus morte pela crucificação. O próprio Jesus carregou sua cruz segundo João e foi crucificado entre o bom e o mau ladrão. O capítulo termina com a deposição da cruz depois que José de Arimateia conseguiu autorização para sepultar Jesus.

Jesus crucificado entre os ladrões, o tema central de João 19.
Calvário em Lampaul-Guimiliau, França.

Corte de Pilatos editar

 Ver artigo principal: Corte de Pilatos
 
Cristo perante Pôncio Pilatos.
1881. Por Mihály Munkácsy, atualmente no Museu d'Orsay, em Paris.

Este trecho do relato de João (João 19:1–15) inicia imediatamente depois que Pôncio Pilatos não consegue libertar Jesus utilizando o costume do indulto da Páscoa. Depois de mandar flagelá-lo e de seus soldados o terem coroado "rei dos judeus" com uma coroa de espinhos, ele tenta novamente apresentar Jesus à multidão bem castigado (Ecce homo). Depois de interrogá-lo mais uma vez, acaba por condená-lo à morte por crucificação (sem mencionar Pilatos lavando as mãos).

Crucificação de Jesus editar

 
"Deposição da Cruz", com o "Desmaio da Virgem".
1435. Por Rogier van der Weyden, no Museu do Prado, em Madrid.
 Ver artigo principal: Crucificação de Jesus

Em seguida (João 19:16–30), João conta que o próprio Jesus carregou sua cruz (não há menção de Simão Cireneu) e que ele foi crucificado entre "dois ladrões" (que ficariam conhecidos como bom ladrão e mau ladrão). Confeccionada à pedido do próprio Pilatos, segundo João, sobre a cabeça de Jesus foi pregado título dizendo "Jesus Nazareno, Rei dos Judeus" em hebraico, latim e grego ((INRI em latim - Iesus Nasarenus Rex Iudaeorum).

Depois da crucificação, diversos eventos se realizam para «cumprir a Escritura» (João 19:24) segundo João:

  • Os soldados disputam a sorte para levar suas vestes.
  • Jesus disse: «Tenho sede» (João 19:26) (ao que lhe deram vinagre)
  • Não lhe quebraram as pernas como era o costume (e como foi feito com os ladrões) «para se cumprir a Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado.» (João 19:36)
  • O trespassaram com uma lança, pois «Diz ainda outra passagem: Olharão para aquele a quem traspassaram.» (João 19:37)

Segundo João, acompanharam a morte de Jesus Maria, a irmã dela (provavelmente Salomé), Maria de Cléopas, e Maria Madalena (vide Três Marias). É também neste capítulo que Jesus entrega sua mãe aos cuidados de seu discípulo amado (Stabat mater).

Deposição da cruz editar

 Ver artigos principais: Deposição da cruz e Sepultamento de Jesus

Encerrando o relato deste capítulo (João 19:38–42), João conta que José de Arimateia conseguiu autorização de Pilatos para enterrar Jesus e, com a ajuda de Nicodemos, retiraram o corpo da cruz e o prepararam para ser sepultado de acordo com os costumes judaicos da época. Por causa da Páscoa que se aproximava, enterraram Jesus rapidamente num túmulo não utilizado nas redondezas.

Manuscritos editar

Ver também editar


Precedido por:
João 18
Capítulos da Bíblia
Evangelho de João
Sucedido por:
João 20

Bibliografia editar

Ligações externas editar