Johannes Agricola

reformador protestante e humanista alemão

Johannes Agricola (Eisleben, 20 de abril de 1494 – Berlim, 22 de setembro de 1566)[1] foi um reformador protestante e humanista alemão. Foi seguidor e amigo de Martinho Lutero, de quem tornou-se antagonista na questão da imposição da Lei sobre os cristãos.

Johannes Agricola
Johannes Agricola
Xilogravura de Johannes Agricola por Balthasar Jenichen, 1565. Coleção do Germanisches Nationalmuseum, Nuremberg
Nascimento 20 de abril de 1494
Eisleben
Morte 22 de setembro de 1566 (72 anos)
Berlim
Alma mater
Ocupação teólogo, filósofo, professor universitário, escritor, reformador protestante
Empregador(a) Universidade de Wittenberg
Movimento estético Renascimento na Alemanha
Religião luteranismo

As variações comumente usadas de seu nome são: Johann Schneider (ou Schnitter, Sneider, Schneyder),[2] Johannes Eisleben ou Magister Islebius (com relação ao nome de sua cidade natal).

Juventude editar

Agricola nasceu em Eisleben,[1] devido a isso, às vezes, é chamado de Magister Islebius. Estudou em Wittenberg, onde logo ganhou a amizade de Martinho Lutero.[1] Em 1519 acompanhou Lutero à grande assembleia de teólogos alemães em Leipzig,[1] e atuou como secretário de registros. Depois de lecionar por algum tempo em Wittenberg, foi para Frankfurt em 1525, para implantar o modo de culto protestante. Residia lá há apenas um mês, quando foi chamado para Eisleben, onde permaneceu até 1526 como professor na escola de Santo André, e pregador na igreja Nicolai.

Controvérsia editar

Em 1536 Agricola foi chamado a ensinar em Wittenberg, e foi recebido por Martinho Lutero.[3] Quase que imediatamente, porém, uma controvérsia, que havia sido iniciada dez anos antes e que estava temporariamente silenciada, eclodiu mais violentamente do que nunca. Agricola foi o primeiro a ensinar os pontos de vista que Lutero foi o primeiro a estigmatizar pelo nome de Antinomismo, sustentando que, enquanto os não-cristãos ainda estavam submetidos à "Lei de Moisés", os cristãos estavam inteiramente livres dela, devendo apenas obediência ao Evangelho. Depois que Agricola escreveu uma crítica a Lutero, pouco tempo após Lutero ter-lhe dado abrigo, quando este fugia de uma perseguição, Lutero não quis mais saber dele.

Retratação e velhice editar

Em consequência da controvérsia que teve com Martinho Lutero, Agricola em 1540 deixou secretamente Wittenberg e foi morar em Berlim, onde publicou uma carta dirigida a Frederico III da Saxônia, que foi interpretada como uma retratação de suas ideias antipáticas. Lutero, no entanto, parece não tê-la aceito, e Agricola permaneceu em Berlim.

Joaquim II Heitor, Eleitor de Brandemburgo, simpatizou-se com Agricola e nomeou-o pregador da corte e superintendente geral. Agricola manteve os dois cargos até sua morte em 1566, e sua carreira na Marca de Brandemburgo foi de grandes atividades e influência.

Juntamente com Julius von Pflug, bispo da diocese de Naumburg-Zeitz e Michael Helding, bispo-titular de Sídon, Agricola preparou o Interim de Augsburgo, de 1548, uma proposta na qual os protestantes aceitariam todas as autoridades católicas, sendo permitido manter o ensino protestante da Justificação, mas por sua vez, obrigados a aceitar a doutrina e a prática católicas. A partir desse momento, Agricola foi um pária entre os teólogos protestantes. Foi uma ironia, que um dos reformadores mais radicais terminasse a vida visto como tendo capitulado perante os católicos.

Agricola procurou, em vão, apaziguar a controvérsia adiaforística. Morreu durante uma epidemia de peste negra em 22 de setembro de 1566, em Berlim.

Escritos editar

Agricola escreveu uma série de obras teológicas. Foi o primeiro a fazer uma coleção de provérbios alemães, que ilustrou com um comentário. A edição mais completa, que contém setecentos e cinquenta provérbios, foi publicada em Wittenberg, em 1592.

Na literatura editar

Em 1836, Robert Browning usou-o como tema para um monólogo dramático, Johannes Agricola in Meditation.

Referências

  1. a b c d John Julian: Dictionary of Hymnology, 2ª edição, página 19. Londres: John Murray, 1907.
  2. Chris Windhorst; Helmut Burkhardt e Uwe Swarat (1992), R. Brockhaus, ed., Agricola, Johann, ISBN 3417246415, 1, Wuppertal, p. 26 
  3. Lutheran Cyclopedia entrada em Agricola, John.

Fontes editar

Ligações externas editar