José Ascenção Contreiras

José Aboim de Ascenção Contreiras, igualmente conhecido como Dr. Ascensão Contreiras (Tavira, 1 de Julho de 1895 - Lisboa, 8 de Abril de 1975), foi um médico português, que se destacou pelo seu contributo no campo da hidroterapia.

José Ascenção Contreiras
Nome completo José Aboim de Ascenção Contreiras
Nascimento 1 de Julho de 1895
Tavira
Morte 8 de Abril de 1975
Lisboa
Ocupação Médico
Área Cirurgia e hidroterapia
Instituições Caldas de Moledo
Termas de Monte Real
Termas de Alcaçarias do Duque
Alma mater Universidade de Lisboa

Biografia editar

Nasceu na cidade de Tavira, em 1 de Julho de 1895.[1] Tirou o curso liceal em Faro, tendo durante este período começado a colaborar na imprensa regional, nomeadamente no jornal académico A Mocidade.[1]

Frequentou a Universidade de Lisboa, onde se formou em medicina e cirurgia[2] em 1920,[1] e concluiu os cursos de medicina na Faculdade de Medicina de Lisboa em 1920, e de hidrologia no Instituto de Hidrologia de Lisboa de 1925.[2] Durante a sua passagem pela Faculdade de Medicina frequentou os serviços de neurologia, onde preparou a sua dissertação Sobre um caso de sindroma de paralisia lábio-grosso laríngea, progressivo e infantil e com perturbações cerebelobosas (poli-encefalite crónica), apresentada em 1922.[2] Ainda durante os seus estudos participou no combate às epidemias de pneumónica e tifo exantemático, que atingiram Lisboa em 1918.[2]

Começou depois a exercer, ocupando em 1937 os cargos de médico de saúde escolar e de assistência pública.[2] Trabalhou igualmente como médico para a Direcção-Geral de Educação Física.[2] Durante cerca de meio século manteve um consultório na Rua de São Pedro de Alcântara, em Lisboa.[1] Teve uma carreira notória principalmente na área da hidroterapia, tendo sido director clínico nas Termas de Monte Real e das Alcaçarias do Duque, e nas Caldas de Moledo.[2] Participou em vários congressos sobre a medicina, hidroterapia e outros assuntos, tanto em Portugal como no estrangeiro,[1] incluindo por exemplo no XIII Congresso Internacional de Hidrologia, Climatologia e Geologia Médicas, em 1930.[2] Também fez parte da comissão organizadora e foi orador nas primeira e segunda edições do Congresso Luso-Espanhol de Hidrologia, em 1947 e 1960, tendo neste último representado a Sociedade de Geografia de Lisboa.[1] Em 1950 participou no II Congresso Regional Algarvio, em 1953 no XXII Congresso Luso-Espanhol para o Progresso das Ciências, e em Junho de 1962 nas Jornadas Internacionais de Medicina Hidrológica e Climática.[1] Foi membro de várias organizações nacionais e estrangeiras, como a International Society of Medical Hydrology, sedeada em Londres, e foi um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Hidrologia Médica, em 1950, e da Casa do Algarve, em Lisboa.[1] Em 1946 fez uma visita de estudo ao estrangeiro sobre a crenoterapia, como bolseiro do Instituto de Altos Estudos.[1]

Foi também o autor de mais de cinquenta trabalhos sobre hidroterapia e outros campos da medicina, principalmente através da colaboração em várias obras e da publicação de artigos em jornais e revistas.[1] Estas incluem a conferência Higiene Social em 1923, o discurso Sobre puericultura na Sociedade Protectora da Primeira Infância em 1924, Águas Termais das Alcaçarias do Duque em 1927, em conjunto com o distinto professor Charles Lepierre,[2] Fontes Termais do Império em 1929,[1] a conferência A água como agente terapêutico - Termas e praias do Algarve em 1930, Algumas considerações acerca da acção terapêutica das nascentes da Benemola e Fonte Santa em 1931, a conferência Reformas Sociais em 1932, As águas minero-medicinais do Tedo em 1932, o artigo As águas sulfúreas como adjuvantes do tratamento da sifílis na revista Medicina Contemporânea em 1933, Aspectos médicos do problema educativo em 1933, Águas medicinais em 1934[2] e 1935,[1] a conferência Assistência no Algarve, publicada no Boletim de Propaganda Educativa, a conferência Assistência social nas termas em 1936, o Guia Hidroterápico de Portugal em 1937,[2] Higiene do Sono em 1939,[1] Psico-patologia escolar em 1940, Riquezas Hidro-Minerais de Portugal em 1941, Águas Medicinais de Portugal em 1944, Alguns aspectos da crenoterapia na Península Ibérica em 1947, Águas medicinais de Portugal e d'além-mar em 1950, Águas medicinais do Algarve e da Andaluzia em 1950, O Algarve e o Islamismo em 1950, Manual Hidrológico de Portugal em 1951, O Valor da Hidrologia, publicado em Lisboa em 1953 e em Madrid em 1956, Breves anotações a propósito da Carta Hidrológica de Portugal em 1954, A água mineral, essa desconhecida em 1957 Propriedades biológicas das águas medicinais em 1958, Algarve - Fonte de Turismo e de Saúde, publicada no jornal Correio do Sul em 1958, e o Génio do Hidrólogo em 1963.[1]

Colaborou igualmente na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira.[2]

Faleceu em 8 de Abril de 1975, na sua casa em Lisboa, aos 79 anos de idade.[1] Era já viúvo, tendo sido casado com Beatriz Padinha Contreiras, e pai de Maria Gabriela Padinha Contreiras Pinto Coelho e Beatriz Fernanda Padinha Contreiras Magalhães e Meneses Azambuja.[2]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o «Da vida que passa: Dr. Ascensão Contreiras» (PDF). Correio do Sul. Ano LVI (2929). Faro. 17 de Abril de 1975. p. 1-4. Consultado em 5 de Maio de 2024 – via Hemeroteca Digital do Algarve 
  2. a b c d e f g h i j k l m «Morreu o Dr. Ascensão Contreiras» (PDF). Povo Algarvio. Ano XLI (2130). Tavira. 19 de Abril de 1975. p. 1-2. Consultado em 5 de Maio de 2024 – via Hemeroteca Digital do Algarve 


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