Judalas ou gudalas foram uma pequena tribo berbere pertencente ao grande grupo étnico dos sanhajas do deserto.

Geografia editar

Os judalas eram uma pequena tribo dos sanhajas. Viveram na porção sul da atual Mauritânia ao norte do Senegal e em contato com o oceano Atlântico. Ao sul de seu território avizinhavam a terra dos negros e ao norte, no Adrar mauritano, viveram seus parentes lantunas e massufas. Como os demais sanhajas, eram essencialmente nômades condutores de camelos, e possuíam rápidos dromedários. Porém, possuíam uma cidade, Nagira, numa distância de aproximados 6 estádios do rio Senegal e que talvez é a atual Tagante. Junto a costa do Atlântico coletavam grandes quantidade de âmbar cinza e capturaram enormes tartarugas marinhas para se alimentar. Lá também possuíam, na ilha de Aulil, não muito longe do continente, um famoso depósito de sal; como o geógrafo Dreses situa-a a 1 majra (aproximados 150 quilômetros) da foz do Senegal, não pode ter sido, apesar de assim sugerido, as ilhas de Arguim e Tidra, mas talvez Inuolalane, entre Nuaquechote e Saint-Louis.[1]

História editar

No começo do século XI, a supremacia sobre os sanhajas do deserto foi mantida pelos chefes dos lantunas. Próximo a 1034, foi o chefe judala Iáia ibne Ibraim que deteve tal posição. Ao retornar de uma peregrinação para Meca (haje), trouxo consigo de Suz, para converter os sanhajas ao islamismo, o famoso Abedalá ibne Iacine, que inaugurou o movimento almorávida. Após a morte de Iáia ibne Ibraim, a supremacia retornou aos lantunas, na pessoa de Iáia ibne Omar e então para seu irmão Abu Becre. Desde então os judalas não mais fizeram causa comum com o movimento almorávida, no qual os lantunas e massufas tomaram parte. Após a expedição contra Sijilmassa, retiraram-se de seu território no Saara, onde lutaram às vezes com os negros, às vezes com aqueles entre os lantunas que permaneceram ali. Na segunda metade do século XIV, ibne Caldune situou-os imediatamente ao sul de Saguia Alhamra, em contato com os nômades árabes daus-haçanes do grupo dos maquis. Depois, os judalas avançaram em direção ao sul e ocuparam a atual Mauritânia, mas desaparecem da história nesse ponto. Seu nome aparece hoje apenas em frações muito pequenas de gdalas no norte, em Tiris Zemur, e bracnas no sul.[2]

Referências

  1. Colin 1991, p. 71.
  2. Colin 1991, p. 71-72.

Bibliografia editar

  • Colin, G. S. (1991). «Gubala». The Encyclopedia of Islam, New Edition, Volume II: C–G. Leida e Nova Iorque: BRILL. ISBN 90-04-07026-5