Kortatu foi um grupo musical basco fundado em 1984 en Irún, Guipúzcoa (Espanha - na região do País Basco). Formaram parte do denominado rock radical basco e foram pioneiros em introduzir o ska na Espanha, sempre com uma base punk de fundo.

Kortatu

Kortatu
Informação geral
Origem Irún, Guipúzcoa, País Basco
País Espanha
Gênero(s) Streetpunk
Punk rock
Ska punk
Período em atividade 1984 - 1989
Gravadora(s) Soñua
Oihuka
Nola!
Integrantes Fermín Muguruza - Guitarra e Voz
Iñigo Muguruza - Baixo e Guitarra
Treku Armendariz - Bateria
Kaki Arkarazo - Guitarra (em 1988)
Página oficial http://www.rockmusic.org/kortatu/index.html

Uma de suas principais influências foi o grupo britânico The Clash. Suas letras inicialmente se alternaram entre o idioma castelhano e o euskera, para finalmente adotar exclusivamente este último. Nunca ocultaram sua simpatia em relação à esquerda abertzale (nacionalista basca).

Algumas de suas músicas que merecem destaque são: "Gernika 37-87" (em homenagem ao povoado basco de Guernica bombardeado pelos nazistas), "Sarri, sarri" (composta em comemoração à fuga de um militante do ETA da prisão), "Zu Atrapatu Arte", "Etxerat!", "A la calle", "Mierda de Ciudad", "Nicaragua Sandinista", entre várias outras.

Historia editar

Início editar

Kortatu nasceu em 1984. O grupo era formado pelos irmãos Fermin (guitarra e vocal) e Iñigo Muguruza (baixo e coro), junto a Mattin (bateria) depois de que os Muguruza assistiram a um show do The Clash em San Sebastian e do The Beat em Bilbao. O nome da banda provem de Korta, apelido de Manuel M. Garmendia Zubiarrain, um membro do ETA morto pelas mãos da Guarda Civil Espanhola.

Mattin deixou a bateria dando lugar a Treku Armendariz, que seria baterista até a dissolução da banda. Treku tocava em um grupo chamado Cremental, que se dissolveu quando seus membros viajaram para Londres. Mattin foi com eles para Inglaterra e Treku o substituiu no Kortatu.

Logo após gravou um demo com músicas como “Mierda de ciudad” (adaptação da música “Drinking and Driving” do The Business), “El ultimo ska” e “Hay algo aqui que va mal” (adaptação de “Doesn’t make it alright” do The Specials). Sua popularidade começou no final do ano quando entraram em estúdio e gravaram três músicas que apareceriam no chamado “Disco de los cuatro” (Sonua, 1985), junto a Cicatriz, Jotakie e Kontuz-Hi! As músicas foram “Nicarágua Sandinista”, “Mierda de ciudad” e “El ultimo ska de Manolo Rastaman”.

O Sucesso editar

Durante 1985 Kortatu esteve em tour em todo o País Basco, atuando em numerosos shows e festivais numerosos. Começaram a sair do circuito basco, tocando em Madrid e Barcelona. Em 31 de maio tocaram na prisão de Martutene junto à banda Barricada. Um mês mais tarde (em 7 de julho), Joseba Sarrionandia e Iñaki Pikabea fugiram da prisão escondidos atrás de uma caixa de som no show do cantor Imanol Larzabal. Barricada e Kortatu foram acusados ( apesar de nunca ter se chegado a uma conclusão) de preparar a fuga dos presos, o que os proibiu de tocar em nenhuma prisão a partir de então. Mais tarde, compuseram “Sarri, Sarri”, celebrando a fuga dos presos.

Na metade do ano voltaram aos estúdios Tsunami em San Sebastian, aonde gravaram seu primeiro LP: Kortatu (Soñua, 1985). As maiorias das canções do álbum eram em espanhol, exceto as músicas “Sarri, Sarri” e “Zu atrapatu arte”, que eram cantadas em basco. Também aparecia “Jimmy Jazz”, uma adaptação da canção do The Clash. O disco os levou a se unir com bandas locais como La Polla Records, Hertzainak e Zarama, e foi eleito o disco do ano pela revista musical Muskaria e pelos jornais Egin e El Diário Vasco. Nesse ano chegaram a tocar diante de 15.000 pessoas.

Em 1986 começaram um tour pela Europa (Suíça, Alemanha e Países Baixos) e gravaram mais dois Singles. O primeiro foi o grande single A la calle (Soñua, 1986), aonde apareceram três músicas: “Hay algo aqui que va mal”, “A la calle” e o primeiro dub que se realizou na Espanha: “Desmond Dub”, remix da música “Desmond Tutu” de seu primeiro LP. Em setembro entraram nos estúdios Elkar e gravaram seu segundo LP, El estado de las cosas (Soñua, 1986). O espírito tão festivo de seu primeiro LP estava presente (“Equilíbrio”, “Cartel en el casco viejo de Bilbao” e “Aizkolari”), mas começaram a ter temas mais sérios como “9 zulo”, “Nível 30”, “El estado de las cosas” e “Hotel Monbar”.Como o anterior, quase todos as músicas eram cantadas em espanhol. Apareceram como colaboradores Jabier Muguruza (acordeão em “Jaungoikoa eta Lege Zarra”), Xavier Montoia (vocalista do grupo M-ak, em “9 zulo”) e Josetxo Silguero(sax em “Equilíbrio”).Neste ano romperam definitivamente as fronteiras do País Basco e se apresentaram em todo o território espanhol.

Durante 1987 se dedicaram a fazer tours sem parar, tocando em toda a Espanha e realizando um novo tour na Europa que os levou a França e, de novo, a Suíça e Alemanha. Tornaram-se um dos grupos espanhóis que mais havia tocado pela Europa; mostra disso é coletânea editada exclusivamente para distribuição européia: A Frontline Compilation (Red Rhino-Organik, 1988).

A dissolução editar

Em 1988 Kortatu editaram seu terceiro LP Kolpez Kolpe (Oihuka, 1988), desta vez cantado integralmente em basco. Gravaram no estúdio IZ, e aparece Kaki Arkarazo (guitarrista do M-ak) como produtor e técnico de som.O som da banda evoluiu desde dos primeiros discos e já podia imaginar o que seria Negu Gorriak.Voltaram aparecer múltiplas colaborações, como Yul(da banda RIP, guitarra em “Makurtu gabe”), Mikel Laboa ( voz em “Ehun ginen”) e de novo Jabier Muguruza (acordeão em “Platinok Sudurrak”).

Na tour posterior pela Europa se incorporou a banda Kaki Arkarazo como segundo guitarrista. Derão mais de 280 shows em seus quatro anos de existência. No último deles (em primeiro de outubro em Pamplona) gravarão o que seria seu canto dos cisnes, o LP duplo ao vivo Azken guda dantza (Nola!,1988), que é considerado como um dos melhores discos ao vivo do mundo pela revistas Maximun Rock & Roll.

Depois da separação do grupo em 1988, os irmãos Fermin e Iñigo formaram Negu Gorriak junto a Kaki Arkarazo. Em 1997, Fermin começa sua carreira solo. Iñigo, após a dissolução do Kortatu passou a fazer parte da banda Delirium Tremens como guitarrista. Treku se retirou da música (depois de formar parte da banda Les Mecaniciens, junto com Jabier Muguruza) e Kaki formou parte do Negu Gorriak e Nacion Reixa. Desde a dissolução destes grupos Kaki vem trabalhando como Técnico de Som.

Discografia editar

Álbuns editar

  • Split com Cicatriz/Jotakie/Kontuz-Hi! (Soñua, 1985)
  • Kortatu (Soñua, 1985)
  • A la Calle (12" EP, Soñua, 1986)
  • El Estado de las Cosas (Soñua, 1986)
  • Kolpez Kolpe (Oihuka, 1988)
  • Azken Guda Dantza (Ao vivo, 2xLP, Nola!, 1988)

Coletâneas editar

  • A Front Line Compilation (Red Rhino-Organik, 1988)

DVD editar

  • Kortatu
  • No Acepto!!! 1980-1990: 10 anos de Hardcore, Punk, Ira e Caos

Ligações externas editar