Lúcio Cornélio Balbo, o Jovem

 Nota: Não confundir com seu tio, Lúcio Cornélio Balbo Maior, cônsul em 40 a.C..

Lúcio Cornélio Balbo (em latim: Lucius Cornelius Balbus), dito , o Jovem (em latim: Minor) para distingui-lo de seu tio, foi um oficial romano do século I a.C. ativo nos últimos anos da República Romana e durante o reinado do imperador Augusto (r. 27 a.C.–14 d.C.). Filho de Paulo Cornélio Balbo, nasceu em Gades (atual Cádis) e recebeu a cidadania romana junto de seu pai e tio, Lúcio Cornélio Balbo Maior.[1]

Lúcio Cornélio Balbo
Lúcio Cornélio Balbo, o Jovem
Estátua de Lúcio Cornélio Balbo em Cádis, Espanha
Nacionalidade República Romana
Progenitores Pai: Paulo Cornélio Balbo
Ocupação governador
Religião politeísmo romano

História

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Com a eclosão da guerra civil em 49 a.C., Balbo serviu Júlio César e foi enviado para contatar o cônsul Lúcio Cornélio Lêntulo Crus, um antigo amigo de seu tio, para persuadi-lo a retornar para Roma. No ano seguinte, participou duma visita com Lêntulo ao acampamento de Pompeu em Dirráquio. Subsequentemente envolveu-se nas expedições na Hispânia e Alexandria e, como recompensa pelos serviços prestados, foi admitido no Colégio dos Pontífices.[1]

Em 44 e 43 a.C., Balbo tornou-se questor do propretor Caio Asínio Polião na Hispânia Ulterior. Enquanto esteve lá, incorporou à sua cidade natal Gades um subúrbio, que foi conhecido como a nova cidade, e construiu um estaleiro. Como consequência disso, a cidade passou a ser chamada Dídima, ou seja, "cidade-dupla". Além disso, durante seu mandato, extorquiu os provincianos e acumulou grandes fortunas, o que lhe rendeu uma visão negativa entre os autores, que classificaram sua conduta como do tipo tirânica. Em 43 a.C., Balbo cruzou para a África e encontrou-se com Bogudes, rei da Mauritânia.[1] Uns poucos meses depois fugiu de Gades com o dinheiro do salário das tropas e seguiu para a Macedônia.[2]

Balbo deixou se der mencionado pelos próximos 20 anos, aparecendo novamente somente em 21 a.C., quando foi o procônsul da África Proconsular. Mommsen acredita que ele incorreu ao desprezo de Augusto (r. 27 a.C.–14 d.C.) por sua conduta como pretor, e que sua nomeação na África após tantos anos foi devido a sua excepcional aptidão para o posto. Em 19 a.C., Balbo derrotou os garamantes, e em 17 de março daquele ano recebeu a honra de um triunfo, que foi então o primeiro conferido para alguém que não foi cidadão romano de nascimento, e a última vez que um indivíduo privado foi honrado. Ele construiu um magnífico teatro em Roma, que foi dedicado ao retorno de Augusto da Gália em 13 a.C..[1][3]

Balbo parece ter dado alguma atenção para a literatura. Ele escreveu uma peça na qual o assunto foi sua visita com Lêntulo no campo de Pompeu em Dirráquio, e, de acordo com Macróbio, foi o autor de um trabalho chamado Exegética (Ἐξηγητικά), que lidava com os deuses e seus cultos.[3] Além disso, ele notabilizou-se por sua correspondência com Cícero.[1]

Referências

  1. a b c d e Ramsay 1870, p. 457.
  2. Cícero, Epístolas aos Familiares 10.32.1
  3. a b Chisholm 1911.

Bibliografia

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  • Chisholm, Hugh (1911). «Balbus». Enciclopédia Britânica. 5 11.ª ed. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia 
  • Ramsay, William (1870). «L. Cornelius Balbus». In: Smith, William. Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology. Boston: Little, Brown, and Company