Lúcio Postúmio Albino (cônsul em 234 a.C.)

 Nota: Para outros significados, veja Lúcio Postúmio Albino.

Lúcio Postúmio Albino (m. 215 a.C.;em latim: Lucius Postumius Albinus) foi um político da gente Postúmia da República Romana eleito cônsul por três vezes, em 234, 229 e 215 a.C., com Espúrio Carvílio Máximo Ruga, Cneu Fúlvio Centúmalo e Tibério Semprônio Graco respectivamente.[1] Provavelmente era filho de Aulo Postúmio Albino, cônsul em 242 a.C..

Lúcio Postúmio Albino
Cônsul da República Romana
Lúcio Postúmio Albino (cônsul em 234 a.C.)
Morte de Lúcio Postúmio Albino
Iluminura do Romuleion (entre 1480 e 1485)
Consulado 234 a.C.
229 a.C.
215 a.C.
Morte 215 a.C.

Primeiro consulado (234 a.C.) editar

Foi eleito pela primeira vez em 234 a.C. com Espúrio Carvílio Máximo Ruga, quando recebeu a missão de lutar contra os ligúrios e os derrotou.

Segundo consulado (229 a.C.) editar

Na segunda vez que foi eleito cônsul, em 229 a.C., desta vez com Cneu Fúlvio Centúmalo, liderou os esforços romanos na Primeira Guerra Ilírica, derrotando a rainha Teuta. Os romanos estabeleceram um protetorado sobre grande parte do território ilírio e coroaram o rei cliente Demétrio de Faro para se contrapor à rainha Teuta. Centúmalo voltou para casa com grande parte de suas forças terrestres e navais, deixando Albino com apenas quarenta navios e uma diminuta parte do exército. Aos dois foi concedido um triunfo, o primeiro contra os ilírios.

Segunda Guerra Púnica editar

 Ver artigo principal: Segunda Guerra Púnica

Pretor (216 a.C.) e terceiro consulado (215 a.C.) editar

 Ver artigo principal: Emboscada da Floresta Litana

Em 216 a.C., o terceiro ano da Segunda Guerra Púnica, foi enviado à Gália Cisalpina como pretor.[2] No ano seguinte, foi eleito cônsul pela terceira vez, agora com Tibério Semprônio Graco,[1] mas não conseguiu assumir o cargo pois foi derrotado e morto pelos gauleses boios na emboscada da Floresta Litana:[3] uma força de guerreiros boios emboscou os romanos aniquilando a maior parte do seu exército; quando Albino e o que restou das suas forças tentaram fugir para uma ponte próxima, deram de frente com um destacamento de guerreiros boios que os derrotou por completo. Segundo Lívio, seu crânio foi pelos boios utilizado como vasilha cerimonial em suas cerimônias religiosas:

Os boios roubaram do corpo seus espólios, cortaram-lhe a cabeça e levaram tudo em triunfo até o mais sagrado de seus templos. Segundo seu costume, limparam o crânio e cobriram-no com ouro batido; ele foi então utilizado como vasilha para libações e também como caneca para os sacerdotes e ministros do templo.
 
Lívio, Ab Urbe Condita XXIII, 24.12.[4].

Quando as notícias da morte de Albino chegaram a Roma, o pânico foi tanto que as lojas foram fechadas e quase ninguém saiu para a rua. Os senadores então ordenaram que os edis circulassem pela cidade ordenando que os cidadãos reabrissem seus negócios e interrompessem este luto não oficial.[5] Logo depois de sua morte, Marco Cláudio Marcelo foi eleito de forma unânime como seu substituto, mas, como ele era plebeu (assim como Semprônio Graco), acabou obrigado a renunciar e Fábio Máximo acabou sendo o cônsul sufecto.

Ver também editar

Cônsul da República Romana
 
Precedido por:
Tito Mânlio Torquato

com Caio Atílio Bulbo II

Lúcio Postúmio Albino
234 a.C.

com Espúrio Carvílio Máximo Ruga

Sucedido por:
Fábio Máximo

com Mânio Pompônio Matão

Precedido por:
Marco Emílio Bárbula

com Marco Júnio Pera

Lúcio Postúmio Albino II
229 a.C.

com Cneu Fúlvio Centúmalo

Sucedido por:
Espúrio Carvílio Máximo Ruga II

com Fábio Máximo II

Precedido por:
Lúcio Emílio Paulo II

com Caio Terêncio Varrão

Lúcio Postúmio Albino III
215 a.C.

com Tibério Semprônio Graco
com Marco Cláudio Marcelo II (suf.)
com Fábio Máximo III (suf.)

Sucedido por:
Fábio Máximo IV

com Marco Cláudio Marcelo III

Referências

  1. a b Lívio, Ab Urbe Condita XXIII, 24.3.
  2. Políbio III 106, 6.
  3. Políbio III, 118, 6; Lívio, Ab Urbe Condita Epit 23.8; Lívio, Ab Urbe Condita XXIII, 24.6-11.
  4. Lívio, Ab Urbe Condita XXIII, 24.12.
  5. Lívio, Ab Urbe Condita XXIII, 25

Bibliografia editar

  • Broughton, T. Robert S. (1951). The Magistrates of the Roman Republic. Volume I, 509 B.C. - 100 B.C. (em inglês). I, número XV. Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas 
  • Giovanni Brizzi (1997). Storia di Roma. 1. Dalle origini ad Azio (em italiano). Bologna: Patron. ISBN 978-88-555-2419-3. Brizzi 1997 
  • André Piganiol (1989). Le conquiste dei romani (em italiano). Milano: Il Saggiatore. Piganiol 1989 
  • Howard H.Scullard (1992). Storia del mondo romano. Dalla fondazione di Roma alla distruzione di Cartagine (em italiano). I. Milano: BUR. ISBN 978-88-17-11903-0. Schullard 1992 
  • Este artigo contém texto do artigo "Lucius Postumius Albinus" do Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology (em domínio público), de William Smith (1870).