Licor de jabuticaba

Licor de jabuticaba é uma bebida alcoólica doce, geralmente resultado de uma receita de aguardente de cana, açúcar e jabuticaba silvestre. O licor de jabuticaba não costuma ser envelhecido por muito tempo, mas podem ficar algum tempo descansando até que atinjam o sabor ideal.

Normalmente seu teor alcoólico varia entre os 20% vol. e os 28% vol. Servido em pequenas taças, é ideal após as refeições, também muito comum em bombons.

Devido ao facto de serem obtidos através de produtos tradicionais, não é necessária a adição de corantes ou conservantes.

História dos licores editar

A destilação da água com líquidos aromáticos é conhecida desde a Antiguidade. Pensadores como Hipócrates, Galeno e Plínio escreveram sobre o assunto. Mas somente em 900 a.C. os árabes inventaram a produção do álcool por meio da fermentação. É improvável, entretanto, que isto tenha ocorrido com cereais fermentados no Norte da Europa, pouco depois dos árabes.

A produção de licores aconteceu depois. No início, só adocicavam álcoois aos quais, grosseiramente, adicionavam xaropes e ervas (estas, tanto para dar gosto quanto para fins terapêuticos).

Na Idade Média, o vinho (e mais tarde o álcool) era o principal antisséptico. Mas as plantas, raízes e ervas eram pesquisadas pelos monges para a cura de várias doenças. Os alquimistas levaram tais pesquisas adiante.

Registros apontam Arnaldo de Vilanova, sábio catalão nascido em 1240, aproximadamente, como o inventor “das tinturas modernas nas quais as virtudes das ervas são extraídas pelo álcool”. Com seu discípulo Ray Lulle, foi o primeiro a escrever o tratado sobre o álcool e divulgar receitas de licores curativos. Ao álcool açucarado eram misturados limão, rosa e flor-de-laranjeira. Há indícios da adição de pepitas de ouro às misturas, consideradas panaceias (remédios para todos os males).

Villeneuve enfrentou problemas com a Inquisição por suas ideias avançadas. Mas, ao salvar a vida do Papa com uma poção de vinho, ervas e ouro, livrou-se da morte. Quando a Peste Negra espalhou-se pela Europa, no século XV, os licores associados a bálsamos vegetais e tônicos tornaram-se medicamentos preciosos.

Além da aguardente de vinho, outros álcoois eram utilizados para fazer licores, tais como o rum. Era comum a fabricação doméstica de licores e a utilização na cozinha e confeitaria. Durante o século XIX, a indústria da destilação cresceu. Surgiram no mercado muitas variedades de licores, e os caseiros começaram a desaparecer.

Os italianos sofisticaram a produção de licores. A rainha Catarina de Medicis, em visita à Itália, levou algumas receitas para a França. Luís XIV, apreciador da bebida, deliciava-se com um licor de âmbar e grãos de anis, canela e almíscar.

Elaboração editar

Para a sua elaboração, existem diversas fases a considerar: primeiramente, deverão ser colocados juntos numa garrafa, o álcool ou aguardente com a Jabuticaba, erva aromática ou outro elemento em infusão, durante um período de tempo entre sessenta a noventa dias, num lugar fresco e seco.A garrafa ou recipiente deverá ser agitada diariamente. Em geral, devemos tomar como referência um litro de aguardente para uma chávena de chá contendo a jabuticaba, muito embora possam existir variações nesta proporção.[1].

Infusão/Maceração editar

O processo de infusão pode ser feito a frio ou a quente. Quando é feito a frio as frutas são esmagadas e colocadas num recipiente de água fria por um período de tempo que pode ir até um ano. Após este período o líquido é filtrado e adicionado a álcool neutro.

As fases deste processo de fabrico editar

  1. Homogeneização
  2. Repouso (em recipiente de vidro por algumas semanas)
  3. Refrigeração
  4. Filtragem (através de carvão ou outros sistemas)
  5. Engarrafamento

Extractos ou Essências editar

É o método mais usado no fabrico dos licores por ser mais económico e prático. Talvez, por isso, a qualidade destes licores seja inferior a de outros obtidos por processos diferentes.

Nos licores fabricados por este processo entram os seguintes elementos: água, álcool, açúcar, essências, corante.

Referências

  1. Almanaque Borda de Água 2012, editorial Minerva,Lisboa;

Bibliografia editar

  • Tipos de Licores e Fabrico de Licores, editado por Anderson Viana'65. Almanaque Borda d'Água 2012, editorial Minerva, Lisboa.

Ver também editar

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