Lima de Freitas

pintor, desenhador e escritor português

José Lima de Freitas (Setúbal, 22 de junho de 1927 — Lisboa, 5 de outubro de 1998) foi um pintor, desenhador e escritor português.[1]

Lima de Freitas
Nascimento 22 de junho de 1927
Setúbal
Morte 5 de outubro de 1998 (71 anos)
Lisboa
Nacionalidade Portugal portuguesa
Área Desenho; pintura

Biografia / Obra editar

 
Duas Ilustrações para a Lírica de Camões, 1960, desenho, 21 x 28 cm cada

Lima de Freitas frequentou a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Tendo aderido ao neorrealismo logo em 1946, iria desempenhar um papel importante e demorado no movimento através não apenas da sua obra plástica mas também da escrita, tornando-se numa voz ativa no questionamento das vias surrealistas e abstratas em afirmação na arte portuguesa nos anos de 1950. A opção neorrealista evoluiria ao longo da década seguinte para uma "arte espiritualizada de teor algo teosofante, totalmente arredada da fé neorrealista dos anos 40".[2] [3]

Pintor e desenhador, na sua obra é de destacar a extensa atividade como ilustrador para publicações nacionais e estrangeiras. Viveu em Paris entre 1954 e 1959 e trabalhou para editoras norte-americanas; ilustrou romances de J. Conrad (Nova Iorque), Afonso Schmidt (Varsóvia) e inúmeros contos em revistas francesas, alemãs, espanholas, brasileiras, etc. Em Portugal assinalem-se as suas ilustrações para Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, para Os Lusíadas e para a Lírica de Luís de Camões, ou para O Bobo de Alexandre Herculano.[4][3]

Expôs coletivamente inúmeras vezes desde 1946, nomeadamente nas Exposições Gerais de Artes Plásticas (SNBA, Lisboa), nas I e II Exposições de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian, na II Bienal de S. Paulo, Brasil, etc. Realizou exposições individuais desde 1950, entre as quais: Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa; Galeria de Março, Lisboa; Galeria do Diário de Notícias, Lisboa; Museu Regional de Évora; Galeria Divulgação, Porto; Galeria Abril de Madrid; etc.[3]

Para além dos textos publicados em jornais, revistas ou catálogos de exposições, publicou títulos como Pintura incómoda (1965), Almada e o número (1977) e Imagens da imagem (1977).[5]

Foi um respeitável Mestre da Maçonaria. Foi docente do IADE – Instituto de Arte e Decoração de Lisboa e Presidente da Comissão Instaladora do Teatro Nacional D. Maria II, que reabriu as portas ao público em Maio de 1978, após 14 anos de obras de reconstrução[6][7]. Foi agraciado pela Câmara Municipal de Setúbal com a Medalha de Honra da Cidade. Recebeu as condecorações de Chevalier et Officier de L’Ordre du Mérite, atribuídas pelo Governo francês e o título de comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (20 de junho de 1997).[8][9][1][10]

Referências

  1. a b «Mestre Lima de Freitas (1927-1998)». Câmara Municipal de Setúbal. Consultado em 2 de maio de 2014. Arquivado do original em 13 de junho de 2011 
  2. França, José AugustoA arte em Portugal no século XX. Lisboa: Bertrand Editora, 1991, p. 373, 374, 393, 408, 413, 414.
  3. a b c A.A:V.V. – II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1961
  4. França, José Augusto – A arte em Portugal no século XX. Lisboa: Bertrand Editora, 1991, p. 373, 374.
  5. «Mestre Lima de Freitas (1927-1998)». Câmara Municipal de Setúbal. Consultado em 2 de maio de 2014. Arquivado do original em 13 de junho de 2011 
  6. Despacho n.º 6273/2000 (2.ª série), de 21 de março de 2000.
  7. Lima de Freitas na Infopedia.
  8. «A nossa História». IADE. Consultado em 2 de maio de 2014. Arquivado do original em 6 de outubro de 2010 
  9. Rui Palmela. «QUEM FOI MESTRE LIMA DE FREITAS?». NOVA ERA. Consultado em 2 de maio de 2014 
  10. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "José Maria Lima de Freitas". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 29 de julho de 2019