Liophis poecilogyrus

A cobra-de-capim é uma espécie sul-americana de serpente não peçonhenta da família dos colubrídeos. Tais répteis medem cerca de 70 cm de comprimento quando adultos, onde 13 a 20% deste tamanho correspondem à cauda.[1] São normalmente avistadas em áreas abertas próximos a cursos de água, como banhados, açudes, arroios e rios,[2] onde costumam se alimentar.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaErythrolamprus poecilogyrus
Taxocaixa sem imagem
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1)
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Subordem: Serpentes
Família: Colubridae
Subfamília: Xenodontinae
Género: Erythrolamprus
Espécie: E. poecilogyrus
Nome binomial
Erythrolamprus poecilogyrus
(Wied-Neuwied, 1825)
Sinónimos
Liophis poecilogyrus (Jan, 1866)

A cobra-d'água, como também é popularmente conhecida, é um animal diurno, cuja atividade ocorre mais de maneira mais intensa durante o início da manhã e no fim da tarde, quando as temperaturas estão menos elevadas. O mesmo se estende ao longo do ano todo, quando os registros são mais elevados durante os meses de novembro a janeiro.[3] Costumam viver em ambientes onde a temperatura fique entre os 20 °C e 25 °C e haja abundância de umidade e locais para se esconder, como troncos, folhas e pedras.

De índole pacífica, geralmente foge quando perturbada, ou, quando capturada, utiliza como método de defesa descargas cloacais fétidas para afugentar possíveis predadores.

Reprodução editar

O período de reprodução dá início com o acasalamento nos meses entre agosto e novembro e em janeiro. Ovípara, há registros de desovas constituídas por 3 a 9 ovos,[4][5] em média três meses depois do cópula, frequente entre os meses entre novembro e fevereiro, e então, aproximadamente dois meses depois, os filhotes nascem entre janeiro e abril.

Apresenta grande variação ontogenética, sendo os filhotes sempre muito manchados e de fundo claro, com colar nucal preto.[6]

A identificação das fêmeas também é fácil quando se trata de indivíduos adultos, pois elas geralmente atingem um tamanho corporal maior do que os machos.[7]

Alimentação editar

A dieta da espécie consiste principalmente de anuros, tanto os adultos quanto ovas e larvas (girinos), mas consome também peixes.

Sub-espécies editar

A espécie possui uma ampla distribuição geográfica, havendo ocorrência do leste dos andes até quase toda a América do Sul. É comum também apresentar uma grande variação de colorido ao longo dessa distribuição, sendo reconhecidas atualmente quatro subespécies[8]:

Referências

  1. Giraudo, A. 2001. "Serpientes de la Selva Paranaense y del Chaco Húmedo". Buenos Aires, L. O. L. A. 328 p.
  2. Gallardo, J. M. 1977. "Reptiles de los alrededores de Buenos Aires". Buenos Aires. Editorial Universitaria de Buenos Aires. 213 p.
  3. Maciel, A. P.; Di-Bernardo, M.; Hartz, S. M.; Oliveira, R. B. & Pontes, G. M. F. 2003. "Seazonal and daily activity patterns of Liophis poecilogyrus (Serpentes: Colubridae) on the north coast of Rio Grande do Sul, Brazil". Amphibia-Reptilia, 24:189-200.
  4. Leitão-de-Araujo, M. 1978. "Notas sobre ovos de serpentes (Boidae, Colubridae, Elapidae e Viperidae)". Iheringia, Sér. Zool., 51:9-37.
  5. Pontes, G. M. F. & Di-Bernardo, M. 1988. "Registros sobre aspectos reprodutivos de serpentes ovíparas neotropicais (Serpentes: Colubridae e Elapidae)". Comun. Mus. Ciênc. PUCRS, 1 (5):123-149.
  6. Lema, T. 1994. "Lista comentada dos répteis ocorrentes no Rio Grande do Sul, Brasil". Comun. Mus. Ciênc. PUCRS, Sér. Zool., 7:41-150.
  7. Maciel, A. P. 2001. "Ecologia e História Natural da 'Cobra-do-capim' Liophis poecilogyrus (Serpentes: Colubridae) no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, Brasil". Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-graduação em Ecologia, UFRGS. Porto Alegre, RS. 88 p.
  8. Dixon, J. R. & Markezich, A. L. 1992. "Taxonomy and geographic variation of Liophis poecilogyrus (Wied) from South America (Serpentes: Colubridae)". Texas J. Sci., 44 (2):131-166.
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