O lipidoma refere-se ao conjunto dos diferentes tipos de lípidos das células. Os lípidos são um dos quatro principais componentes dos organismos biológicos, juntamente com as proteínas, açúcares e ácidos nucleicos. Lipidoma é um termo cunhado no contexto das ciências ómicas da biologia moderna, dentro do campo da lipidómica.[2] Pode ser estudado usando espectrometria de massas e bioinformática assim como métodos de laboratório tradicionais.[3][4] O lipidoma duma célula pode ser subdividido em lipidoma de membrana e lipidoma mediador.[5]

O lipidoma em conexão com o interactoma total duma célula.
O lipidoma quantitativo (ao nível de classes de lípidos) da levedura Saccharomyces cerevisiae em diferentes fases do crescimento.[1]

O primeiro lipidoma duma célula que se publicou foi o do macrófago dum rato em 2010.[6] O lipidoma da levedura Saccharomyces cerevisiae foi também caracterizado com uma cobertura estimada em 95%;[7] e estão a ser feitos estudos sobre o lipidoma humano.[2][6] Por exemplo, o lipidoma do plasma humano é composto por cerca de 600 espécies moleculares diferentes de lípidos.[8] As investigações levadas a cabo sugerem que o lipidoma dum indivíduo pode indicar os risco de cancro associados com as gorduras da dieta, especialmente no cancro da mama.[9][10]

Ver também editar

Referências

  1. Klose, C; Surma, MA.; Gerl, MJ.; Meyenhofer, F; Shevchenko, A; Simons, K (Abril de 2012). «Flexibility of a Eukaryotic Lipidome – Insights from Yeast Lipidomics». PLoS ONE. 7 (4): e35063. PMC 3329542 . PMID 22529973. doi:10.1371/journal.pone.0035063 
  2. a b Quehenberger O, Armando AM, Brown AH, et al. (Novembro de 2010). «Lipidomics reveals a remarkable diversity of lipids in human plasma». J. Lipid Res. 51 (11): 3299–305. PMC 2952570 . PMID 20671299. doi:10.1194/jlr.M009449 
  3. Subramaniam S; Fahy E; Gupta S; Sud M; Byrnes R.W; Cotter D; Dinasarapu A.R; Maurya M.R (2011). «Bioinformatics and Systems Biology of the Lipidome». Chemical Reviews. 111 (10): 6452–6490. PMC 3383319 . PMID 21939287. doi:10.1021/cr200295k 
  4. Seppänen-Laakso T, Oresic M (março de 2009). «How to study lipidomes». J. Mol. Endocrinol. 42 (3): 185–90. PMID 19060177. doi:10.1677/JME-08-0150 
  5. «Lipidomics». BioSoft. Consultado em 7 de maio de 2011 
  6. a b «First Functioning 'Lipidome' of Mouse Macrophage Described». ScienceDaily. Consultado em 7 de maio de 2011 
  7. Ejsing CS, Sampaio JL, Surendranath V, et al. (Fevereiro de 2009). «Global analysis of the yeast lipidome by quantitative shotgun mass spectrometry». Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 106 (7): 2136–41. PMC 2650121 . PMID 19174513. doi:10.1073/pnas.0811700106 
  8. Quehenberger, Oswald; Dennis, Edward A. (10 de novembro de 2011). «The human plasma lipidome». The New England Journal of Medicine. 365 (19): 1812–1823. ISSN 1533-4406. PMC 3412394 . PMID 22070478. doi:10.1056/NEJMra1104901 
  9. Bougnoux P, Hajjaji N, Couet C (2008). «The lipidome as a composite biomarker of the modifiable part of the risk of breast cancer». Prostaglandins Leukot. Essent. Fatty Acids. 79 (3–5): 93–6. PMID 18930643. doi:10.1016/j.plefa.2008.09.004 
  10. Bougnoux P, Giraudeau B, Couet C (Março 2006). «Diet, cancer, and the lipidome». Cancer Epidemiol. Biomarkers Prev. 15 (3): 416–21. PMC 2755770 . PMID 16537692. doi:10.1158/1055-9965.EPI-05-0546 

Bibliografia editar

  • Mutch DM, Fauconnot L, Grigorov M, Fay LB (2006). «Putting the 'Ome' in lipid metabolism». Biotechnol Annu Rev. 12: 67–84. PMID 17045192. doi:10.1016/S1387-2656(06)12003-7 
  • van der Meer-Janssen YP, van Galen J, Batenburg JJ, Helms JB (Janeiro de 2010). «Lipids in host-pathogen interactions: pathogens exploit the complexity of the host cell lipidome». Prog. Lipid Res. 49 (1): 1–26. PMID 19638285. doi:10.1016/j.plipres.2009.07.003 
  • Gaspar ML, Aregullin MA, Jesch SA, Nunez LR, Villa-García M, Henry SA (Março de 2007). «The emergence of yeast lipidomics». Biochim. Biophys. Acta. 1771 (3): 241–54. PMID 16920401. doi:10.1016/j.bbalip.2006.06.011 

Ligações externas editar