Lipo-hipertrofia[1] é uma alteração caracterizada pelo aparecimento de nódulos sob a pele causados pelo acúmulo de gordura em locais submetidos a múltiplas injeções subcutâneas de insulina. É uma complicação crônica do diabetes e ocorre devido ao estimulo da insulina sobre o crescimento do tecido adiposo na região.[2] O nódulo pode ser incômodo, doloroso e pode alterar o tempo e a eficácia da ação da insulina, exigindo doses maiores e mais variáveis de insulina para atingir a glicemia ideal.[3][4]

A hipertrofia típica do local de injeção é de vários centímetros de diâmetro, suavemente arredondada e um pouco mais firme que a gordura subcutânea comum. Também pode haver algum tecido cicatricial, mas o principal componente é o tecido adiposo, já que a insulina exerce um efeito hipertrófico sobre as células adiposas. A lipo-hipertrofia faz com que o local se torne endurecido e perca a sensibilidade, o que é um dos fatores pelo qual os indivíduos prefiram aplicar sempre no mesmo local.[3] Contudo, para evitá-la, as pessoas com diabetes mellitus que injetam insulina diariamente por um período prolongado de tempo, são aconselhadas a rotacionar suas injeções entre as áreas do corpo. As regiões recomendadas para aplicação são a face posterior do braço, a parede abdominal, a face anterior da coxa e quadrante superior externo do glúteo[3].

A lipo-hipertrofia geralmente desaparece gradualmente ao longo dos meses se as injeções na área forem evitadas.[5]

Veja também editar

Referências

  1. Matheus. «O que você precisa saber sobre lipohipertrofia». Sociedade Brasileira de Diabetes. Consultado em 11 de agosto de 2019 
  2. Morcillo, André Moreno; Mendes, Carolina Taddeo; Minicucci, Walter José; Guerra-Júnior, Gil; Lemos-Marini, Sofia H. V. de; Paulino, Maria F. V. M. (Junho de 2006). «Crescimento e composição corporal de crianças com diabetes mellitus tipo 1». Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia. 50 (3): 490–498. ISSN 0004-2730. doi:10.1590/S0004-27302006000300012. Consultado em 11 de agosto de 2019 
  3. a b c Pacagnelli, Francis Lopes; Freire, Ana Paula Coelho Figueira; Vanderlei, Luiz Carlos Marques; Fernani, Déborah Cristina Gonçalves Luiz; Croscioli, Márcia Regina Felippe Bueno; Manganaro, Márcia Marcondes; Pires, Lúcia Alves da Rocha; Takamoto, Patricia Mayumi; Haddad, Maria Isabela Ramos (2016). «Problems with adherence to treatment among adolescents with diabetes mellitus type 1». Journal of Human Growth and Development (em inglês). 26 (1): 21–27. ISSN 0104-1282. doi:10.7322/jhgd.110023. Consultado em 11 de agosto de 2019 
  4. Hirsch, Laurence; Heise, Tim; Heinemann, Lutz; Kaltheuner, Lars; Kaltheuner, Matthias; Hermanski, Lidia; Coester, Hans-Veit; Fischer, Annelie; Hövelmann, Ulrike (1 de setembro de 2016). «Insulin Injection Into Lipohypertrophic Tissue: Blunted and More Variable Insulin Absorption and Action and Impaired Postprandial Glucose Control». Diabetes Care (em inglês). 39 (9): 1486–1492. ISSN 0149-5992. PMID 27411698. doi:10.2337/dc16-0610 
  5. Meece, Jerry (25 de outubro de 2016). «Lipohypertrophy: The Educator's Role in Treatment and Prevention». AADE in Practice (em inglês). 4 (6): 56–59. ISSN 2325-1603. doi:10.1177/2325160316666535. Consultado em 11 de agosto de 2019