Lista de organizações do ativismo pedófilo

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As organizações do ativismo pedófilo são aquelas associações criadas em torno ao ativismo pró-pedofilia com o objectivo de promover o debate sobre a pedofilia e a descriminalização das relações sexuais consentidas[1] entre adultos e crianças ou adolescentes.[2][3][4]

Organizações por países editar

Eis uma lista por ordem alfabética de diversas organizações do ativismo pedófilo da Europa e dos Estados Unidos.

Alemanha editar

  • Aktion Freis Leben (AFL).[5] Extinta?
  • Arbeitskreis Päderastie-Pädophilie (AKP). Ativa no início dos oitenta.[6]
  • Deutsche Studien und Arbeitsgemeinschaft Pädophilie (DSAP). Ativa entre final dos setenta e início dos oitenta.[5]
  • Fach und Selbsthilfegruppe Paedophilie.[5] Extinta?
  • Indiannekomune. Auto-definida como uma "comuna de liberação sexual das crianças", foi muito ativa entre final dos 70 e final dos 80. Segundo alguns autores, hoje em dia ainda poderiam existir alguns grupos locais.[6]
  • Kinderfrühling. Nascida da dissolução da DSAP.[7]
  • Pädoguppe, Rat und Tat-Zentrum.[5] Extinta?
  • Krumme 13 (K13). 1993-2003.[8][9] Após a sua dissolução, o seu líder Dieter Gieseking decidiu manter aberto o site da associação, K13-Online, ativo até hoje.
  • Verein fuer sexuelle Gleichberechtigung (Associação pela Igualdade Sexual, VSG).[10] Pertenceu à Associação Internacional de Gays e Lésbicas até 1995, quando foi expulsada por esta.[11]

Austrália editar

  • Australian Man/Boy Love Association (AMBLA).[5]
  • Australian Paedophile Support Group (APSG). Fundada em 1980 ou 1983 segundo outras fontes. Após ser desmantelada como resultado de uma infiltração policial, os seus membros se reagruparam no Boy Lovers and Zucchini Eaters (BLAZE), que foi rapidamente dissolvido pela polícia.[12]

Bélgica editar

  • Dokumentatieidients Pedofilie.[6] Extinta?
  • Centre de Recherche et d'Information sur l'Enfance et la Sexualité (CRIES). 1982-1986. Fundada por Philippe Charpentier. Publicou a revista L'Espoir.[13]
  • Fach Und Selbsthilfegruppe. Fundada no início da década de 1990.[6] Extinta?
  • Stiekum.[6] Extinta.
  • Studiegroep Pedofilie.[6] Extinta.

Canadá editar

  • Coalition Pédophile Quebecois.[5]

Dinamarca editar

  • Danish Pedophile Association (DPA). 1985-2004. Foi uma das associações pedófilas mais importantes e numerosas da Europa. Após sua dissolução, um grupo de antigos membros decidiu manter aberto o site da associação, acessível até hoje.[6][14] Extinta.

Estados Unidos editar

 
Logotipo de NAMBLA, a associação mais importante do ativismo pedófilo.
  • Childhood Sesuality Circle (CSC). Fundada em 1975 em San Diego (Califórnia)]].[6] Extinta a meados dos oitenta.
  • North American Man/Boy Love Association (NAMBLA). 1978-atualidade. É a associação pedófila mais importante do mundo e a única com existência oficial hoje em dia. Coordena um programa de assistência aos pedófilos presos e suas famílias, gerencia um site na internet e publica a revista NAMBLA Bulletin.[5][15]
  • Pedophile Information Society.[5] Extinta?
  • Project Truth. Foi uma das organizações expulsas da ILGA em 1994.[16] Extinta.

França editar

  • Groupe de Recherche pour une Enfance Différente (GRED). 1979-1987. Publicou o boletim Le Petit Gredin.[6]

Itália editar

  • Gruppo P. Fundada em 1989 por Francesco Vallini, redactor da revista gay Babilonia. Embora o estatus legal da associação, Vallini passou três anos na cadeia acusado de associação criminal.[17] Editou o boletim Corriere del pedofili.[18] Extinta.

Noruega editar

  • Norwegian Pedophile Group (NAFP). Chegou a estar inscrita na federação de associações nacionais homossexuais. Após ser expulsa passou à clandestinidade.[6]

Países Baixos editar

  • Enclave Kring. Primeira associação do ativismo pedófilo, dedicada ao estudo científico da pedofilia. Fundada nos anos cinqüenta pelo psicólogo e pioneiro do movimento Frits Bernard.[4][19] Extinta.
  • Ipce.[20] Fundada no final dos anos 1980.[21] O seu sítio reune inúmeros trabalhos acadêmicos sobre pedofilia.[16][22][23] Ativa.
  • Martijn (1982-2012). Foi a associação pedófila mais importante da Europa e a mais numerosa do mundo após a NAMBLA. Embora suas atividades se mantiveram sempre dentro da lei, em 2012 foi ilegalizada pelos tribunais neerlandeses, os quais aduziram que as "atividades e as idéias da associação são contrárias à ordem pública e à moral".[24] Publicou o boletim OK Magazine.[25]

Reino Unido editar

  • Paedophile Action for Liberation (PAL). 1974-?.[6] Pertenceu ao Conselho Nacional pelas Liberdades Civis (National Council for Civil Liberties, NCCL) do Reino Unido desde 1978 até 1983

.[26] Extinta.

  • Paedophile Information Exchange (PIE). 1974-1984. Foi uma das associações pedófilas mais importantes da Europa. Publicou as revistas Magpie, Understanding Paedophilia e Childhood Rights.[6][27] Pertenceu ao Conselho Nacional pelas Liberdades Civis (National Council for Civil Liberties, NCCL) do Reino Unido desde 1978 até 1983.[26]

Suíça editar

  • Schweizerische Arbeitsgemeinschaft Pädophile (SAP).[6] Extinta.

Subgrupos editar

Alemanha editar

  • AG-Pädo. Grupo de apoio fundado em 1991 dentro da associação gay Arbeitsgruppe des Bundesverbandes Homosexualität (BVH). Após a dissolução do BVH em 1997, tornou-se parte da Arbeitsgemeinschaft Humane Sexualität (AHS).[5][28] Ativo.

Bélgica editar

  • Groupe d'Étude sur la Pédophilie (GEP). Grupo de estudo sobre a pedofilia da associação gay Infor Homosexualité. Em 1982 transformou-se no CRIES.[29] Extinto.

Países Baixos editar

Organizações falsas editar

Várias organizações falsas têm sido criadas e apresentadas como organizações pedófilas reais por alarmistas de direita e detratores do ativismo pedófilo nalguns meios, com o objetivo de relacionar o movimento com ideias e proposições falsas.[30] Eis algumas delas:

  • Children's Liberation Railway.
  • Chocolate Star Fishermen
  • Eulenspiegel Society
  • Kids Liberation Front
  • Kimeta Society
  • Mancunians
  • Oedipus Boys
  • Orchid Club
  • Paedophile Liberation Army. Em nenhum momento da história houve nenhum grupo armado formado por pedófilos. O "conceito" foi sugerido por webmaster chamado Ronald McDonald.
  • PapaBears
  • Queerlanders
  • Streetkids Club
  • The Bunnymen
  • The Choirboys
  • The Circle of Friends
  • The Freemen
  • The Love Brothers
  • The Moonlighters
  • The Outcasts.
  • The Peacock Club
  • The Society of Janus
  • The Tail Enders
  • The Uranians
  • UPIE (United Paedophile Information Exchange)
  • Wizards Lair
  • Wonderland Club

Existência discutida editar

  • Lafayette Society
  • René Guyon Society. Existe um certo debate em relação à veracidade sobre o número de membros da organização. Pelo jeito, a René Guyon Society foi uma iniciativa unipersonal (Tim O'Hara) inflada até proporções míticas por alarmistas de direita.

Referências

  1. Ativistas pedófilos fazem uma distinção taxativa entre relações consensuais e abuso sexual. Eles defendem unicamente o que eles definem como relações consentidas (ver: Distinção entre abuso sexual e relações consensuais), que consideram um direito natural dos menores e dos adultos de compartilhar e desfrutar libremente a sua sexualidade e condenam sem exceções o abuso sexual e qualquer forma de coerção. A declaração de princípios expressada pela NAMBLA na página editorial do NAMBLA Bulletin é inequívoca nesse sentido:
    NAMBLA condemns sexual abuse and all forms of coercion. We insists there is a distinction between coercive and consesual sex. Laws that focus only on the age of the participants fail to capture that distinction, for they ignore the quality of the relationship. Differences in age do not preclude mutual, loving interaction between persons any more than differences in race or class.

    Some existing laws criminalize sexual relationships that are loving and fully consensual. These laws are ill-conceived and morally repugnant. As is our right, we advocate their repeal.

    A NAMBLA condena o abuso sexual e toda forma de coação. Salientamos que há uma diferença entre relações sexuais forçadas e consentidas. As leis enfocadas apenas na idade dos participantes não contemplam essa diferença, porque fecham os olhos à natureza da relação. A diferença de idade não impede as relações mutuamente consentidas e amorosas entre pessoas, tal como o não impedem as diferenças de raça ou de classe.

    Algumas leis atuais criminalizam relações sexuais que são amorosas e plenamente consensuais. Estas leis estão mal concebidas e são moralmente repugnantes. Como é nosso direito, defendemos sua revogação.

    NAMBLA Bulletin, Vol. XXV, n.º 3.
  2. Riegel, David. Understanding loved boys and boylovers. Philadelphia: SafeHaven Foundation Press, 2000.
  3. De Young, Mary. "The indignant page: techniques of neutralization in the publications of pedophile organizations" (em inglês). Child Abuse & Neglect, Vol. IV, n.º 12, 1988, pp. 583-591.
  4. a b Sandfort, Theo; Brongersma, Edward; Alex, Van Naerssen. Male Intergenerational Intimacy: Historical, Socio-Psychological, and Legal Perspectives (em inglês). Londres/Nova Iorque: Haworth Press, 1991. ISBN 9780918393784.
  5. a b c d e f g h i j Fonseca, Suheyla. "Um olhar crítico sobre o ativismo pedófilo". Revista da Faculdade de Direito de Campos, nº 10 (junho 2007).
  6. a b c d e f g h i j k l m Santiago, Pablo. "Colectivos a favor de la pedofilia". Em: Alicia en el lado oscuro (em espanhol). Madrid: Imagine, 2004, pp. 387-391. ISBN 84-95882-46-9.
  7. Duraz, Serge. "En Allemagne" (em francês). Le Petit Gredin, GRED, n.º 3 (verão 1983). (DSAP)
  8. « SEXUALITÄT: Unter der Gürtellinie » (em alemão), Der Spiegel (2001-12-3).
  9. "Pädophile wollen mit Vereinsgründung noch warten" (em alemão). Die Welt, 2002-2-3.
  10. Newgon.com. "Self-Introduction of the Pedo Group of the VSG Arquivado em 18 de outubro de 2014, no Wayback Machine.", Newgon.com. Página visitada em 2014-10-11.
  11. Newgon.com. "United Nations Workshop[ligação inativa]", Newgon.com. Página visitada em 2014-10-11.
  12. Organised Criminal Paedophile Activity (1995), 3.9 a 3.13. Parliamentary Joint Committee on the National Crime, Parlamento australiano.
  13. "Les réseaux pédo-criminels en Belgique avant l’affaire Dutroux Arquivado em 30 de setembro de 2007, no Wayback Machine." (em francês), Françoise Van De Moortel.
  14. Sex offenders without Borders (em inglês), Save the Children, 2009.
  15. Jenkins, Philip. Decade of Nightmares: The End of the Sixties And the Making of Eighties America (em inglês). Oxford: Oxford University Press, 2006, p. 124. ISBN 0195178661.
  16. a b Documentos sobre pornografía infantil en internet (em espanhol), Instituto Interamericano del Niño, la Niña y Adolescentes.
  17. Andriette, Bill. “Human Rights Wrongs” (em inglês). The Guide (julho 1998).
  18. Il " gruppo P " reclutava i bambini” (em italiano). Il Corriere della Sera (1993-7-15).
  19. Bernard, Frits; Brongersma, Edward; Sengers, Wijnand; Eeten, Peter; Haagsma, Ids. Sex met kinderen (em neerlandês). Haia: NVSH, 1972.
  20. Em 1998 a organização discutiu alterar seu nome removendo o 'P' por considerar que o uso do termo 'pedophile' era desastroso "desde um ponto de vista de relações públicas e comunicações". Finalmente chegou-se a um acordo que consistia em conservar o nome, mas como substantivo (Ipce) em vez de como abreviação (IPCE), sem explicar o significado original. Fontes: O'Donnell, Ian; Milner, Claire. Child Pornography: Crime, Computers and Society, Londres: Routledge, 2012, ISBN 1135846359
  21. Ipce's Newsletters and Meetings - Overview, Ipce.info
  22. O'Donnell, Ian; Milner, Claire. Child Pornography: Crime, Computers and Society, Londres: Routledge, 2012, ISBN 1135846359.
  23. Whitfield, Charles; Silberg, Joyanna; Fink, Paul. Misinformation concerning child sexual abuse and adult survivors, Nova Iorque: Haworth Maltreatment & Trauma Press, 2001. ISBN 0789019019, p. 129, nota 10
  24. Rechter verbiedt pedoclub Martijn (em neerlandês). Volkskrant.nl, 2012-6-27.
  25. Bernard, Frits. "The Dutch Paedophile Emancipation Movement" (in anglese). Paidika: The Journal of Paedophilia, Vol. I, nro 2, (autumno 1987), pp. 35-45.
  26. a b Beckford, Martin (9 de março de 2009). «Harriet Harman under attack over bid to water down child pornography law». Telegraph. Consultado em 28 de outubro de 2012 
  27. O'Carroll, Tom. "The Beginnings of Radical Paedophilia in Britain". In: Paedophilia: The Radical Case (em inglês). Londres: Peter Owen, 1980. ISBN 0720605466.
  28. Bundschuh, Claudia: Pädosexualität (em alemão). Opladen: Leske + Budrich, 2001. ISBN 3-8100-2930-0
  29. "Six ans d'existence" (em francês). L'Espoir, nº 21 (janeiro1986).
  30. List of hoax pedophilia organisations Newgon Wiki.

Ver também editar

Ligações externas editar