Longisquama ("escamas longas", em referência às estruturas que parecem crescer a partir da sua pele) é um gênero de réptil extinto conhecido apenas a partir de um fóssil mal preservado e incompleto. Viveu durante o período Triássico onde hoje é o Quirguistão.[1][2]

Longisquama
Intervalo temporal:
Triássico Médio ou Triássico Superior
235 Ma
Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Clado: Neodiapsida
Gênero: Longisquama
Sharov, 1970
Espécies:
L. insignis
Nome binomial
Longisquama insignis
Sharov, 1970

Descrição editar

Longisquama era um pequeno réptil com estruturas dorsais, com uma posição filogenética incerta. Durante algum tempo, alguns pesquisadores pensavam que as estruturas dorsais de Longisquama eram fetos fossilizados, porém uma pesquisa realizada em 2012 desmentiu a ideia. Também pensava-se que a estrutura dorsal de Longisquama eram penas, porém foi descoberto que a estrutura era feita de pele, não de penas.[2][1]

Interpretação editar

As questões relacionadas à classificação de Longisquama e à função exata das 'escamas longas' estão relacionadas a um debate mais amplo sobre a origem das aves e se elas descendem dos dinossauros.

O consenso entre paleontólogos é enfático: as aves evoluíram a partir de dinossauros terópodes[3]. Ampla evidência encontrada no registro fóssil suporta essa conclusão, como a presença de diferentes tipos de penas em diversos dinossauros, como Kulindadromeus, Sinosauropteryx, Caudipteryx, Microraptor e muitos outros. Longisquama é assim considerado um diápsido com escamas estranhas, características esqueléticas ambíguas e sem significado real para a evolução das aves.

Uma minoria de cientistas prefere a hipótese de que as aves evoluíram a partir de arcosauros pequenos e arborícolas, como o Longisquama. Eles veem esses animais como ectotérmicos que se adaptaram a planar conforme desenvolveram escamas alongadas e depois penas do tipo que vemos nas aves. No entanto, essa hipótese não é suportada por análises cladísticas; pelo contrário, as análises tornam a hipótese extremamente improvável[4].

Referências

  1. a b «The odd little reptiles of the Triassic forests: Longisquama». Earth Archives. Consultado em 7 de março de 2022 
  2. a b Reisz, Robert R.; Sues, Hans-Dieter (novembro de 2000). «The 'feathers' of Longisquama». Nature (em inglês) (6811): 428–428. ISSN 1476-4687. doi:10.1038/35044204. Consultado em 7 de março de 2022 
  3. Smith, N. Adam; Chiappe, Luis M.; Clarke, Julia A.; Edwards, Scott V.; Nesbitt, Sterling J.; Norell, Mark A.; Stidham, Thomas A.; Turner, Alan; van Tuinen, Marcel (abril de 2015). «Rhetoric vs. reality: A commentary on "Bird Origins Anew" by A. Feduccia». The Auk (2): 467–480. ISSN 0004-8038. doi:10.1642/auk-14-203.1. Consultado em 20 de junho de 2023 
  4. Buchwitz, Michael; Voigt, Sebastian (1 de março de 2012). «The dorsal appendages of the Triassic reptile Longisquama insignis: reconsideration of a controversial integument type». Paläontologische Zeitschrift (3): 313–331. ISSN 0031-0220. doi:10.1007/s12542-012-0135-3. Consultado em 20 de junho de 2023