Luvissolo é um ordem de solo caracterizada por horizonte subsuperficial B textural constituído por argilas de atividade alta e eutrófico, abaixo de um horizonte A (exceto A chernozêmico) ou abaixo de horizonte E. [1]

Pedogênese editar

Sua pedogênese ocorre através do fenômeno de bissialitização concomitante à formação de óxidos de ferro e à translocação da argila do horizonte superficial para o horizonte mais profundo. São desenvolvidos a partir de rochas ricas em minerais ferro-magnesianos (biotita e anfibólios) do Pré-Cambriano. Menos frequentemente, são derivados de filitos, folhelhos e/ou siltitos. Sendo assim, as rochas básicas são os principais litotipos que dão origem aos Luvissolos em ambiente cristalino.[2]

Extensão editar

Os solos dessa classe ocupam cerca de 225,6 mil km2 no território brasileiro, e 47 % desse total concentra-se nas áreas semi-áridas do Nordeste[3]. Nesse ambiente, tais solos ocorrem comumente associados com Neossolos Litólicos e Planossolos[4], sendo muitas vezes difícil a individualização destes para fins de mapeamento, mesmo em levantamentos detalhados.[5]

Esse grupamento de solos se estende por 500-600 milhões de hectare no mundo inteiro, mormente nas regiões temperadas, como na planície do leste europeu e em partes da planície da Sibéria ocidental, do nordeste dos Estados Unidos e da Europa Central, mas também na região Mediterrânea e no sul da Austrália. Nas regiões subtropicais e tropicais, os Luvissolos ocorrem principalmente em superfícies jovens [6].

Correspondência editar

A maioria dos Luvissolos são conhecidos em outros países como Luvisols (WRB), alguns como Alfisols/Aridisols (Soil Taxonomy), Soils Lessivé (França), Chromosols (Austrália) e Gray Brown Podzolic (antiga classificação dos EUA).[7]

Possuem uma maior expressividade em regiões como o semiárido nordestino (antigos Bruno Não-Cálcicos), Região Sul (antigos Podzólicos Bruno Acinzentados eutróficos) e mesmo na região Amazônica, Estado do Acre (antigos Podzólicos Vermelho-Amarelos e Vermelho-Escuros eutróficos com argila de atividade alta).[2]

Subordens editar

  • Luvissolo Crômico
Solos com caráter crômico na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA).
  • Luvissolo Háplico
Outros solos que não se enquadram na classe anterior.

Galeria editar

Referências

  1. Santos, Humberto Gonçalves dos, et al. (2018)
    SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS.
    5. ed. rev. e ampl. Brasília, DF : Embrapa. Acessar
  2. a b Silva, Vitória Regina Faustino da. (2018)
    GÊNESE DE LUVISSOLOS AO LONGO DE UMA CLIMOSSEQUÊNCIA SOBRE ANFIBOLITO NO SEMINÁRIDO DE PERNAMBUCO.
    Dissertação (Bacharel em Agronomia). Universidade Federal de Pernambuco. Acessar
  3. Coelho, Maurício Rizzato, et al. (2002)
    O RECURSO NATURAL SOLO.
    Uso agrícola dos solos brasileiros. Rio de Janeiro, Embrapa Solos, p.1-11.
  4. De Araujo Filho, José Coelho, et al. (2000)
    LEVANTAMENTO DE RECONHECIMENTO DE BAIXA E MÉDIA INTENSIDADE DOS SOLOS DO ESTADO DE PERNAMBUCO.
    Embrapa Solos, Boletim de Pesquisa, nº 11. Acessar
  5. Ker, João Carlos, et al. (2008)
    MICROMORFOLOGIA E GÊNESE DE LUVISSOLOS E PLANOSSOLOS DESENVOLVIDOS DE ROCHAS METAMÓRFICAS NO SEMI-ÁRIDO BRASILEIRO.
    Revista Brasileira de Ciência do Solo, vol. 32, nº 6, p. 2407-2423. Acessar
  6. Liuss Working Group WRB. (2015)
    UPDATE 2015 INTERNATIONAL SOIL CLASSIFICATION SYSTEM FOR NAMING SOILS AND CREATING LEGENDS FOR SOIL MAPS.
    World Soil Resources Reports, Nº 106. Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). Acessar
  7. Lepsch, Igo Fernando (2011)
    19 LIÇÕES DE PEDOLOGIA.
    Oficina de textos, p. 331-332. ISBN: 978-85-7975-029-8