Mão-pelada

Espécie de mamífero

O mão-pelada, cachorro-do-mangue, cachorrinho-guaxinim, cachorro-do-mato-guaxinim, meia-noite, jaracambeva,[3] jaguacampeba, iguanara, jaguacinim, guaxinim,[4] guaxinim-sulamericano,[5] (nome científico: Procyon cancrivorus) é um mamífero carnívoro da família dos procionídeos (Procyonidae). É bastante parecido com o guaxinim (Procyon lotor), com o qual possui parentesco. É de porte médio, cujo comprimento da cabeça e do corpo é de 41 a 80 centímetros e o da cauda é de 20 a 56 centímetros. O peso pode variar de 2 a 12 quilos. Sua pelagem varia de marrom escuro ao grisalho, às vezes variando ao castanho e vermelho, e há uma máscara preta em seu rosto. Sua cabeça é curta e o focinho pontudo. É plantígrado e possui, à semelhança dos seres humanos, quatro vezes mais receptores sensoriais nas mãos, o que lhe dá maior acuidade tátil.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaMão-pelada
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Procionídeos
Género: Procyon
Espécie: P. cancrivorus[2]
Nome binomial
Procyon cancrivorus
(Cuvier, 1798)[2]
Distribuição geográfica

Tem uma distribuição geográfica ampla, habitando a região que vai da Costa Rica à América do Sul, abrangendo todo o Brasil e o norte da Argentina e do Uruguai.

É um animal solitário, noturno e terrestre, mede cerca de 60 centímetros de comprimento e vive próximo a fontes de água, como rios, mangues, praias, baías e lagoas.[3] Contudo, pode ser encontrado em áreas não-aquáticas em determinadas épocas do ano, ocorrendo em todos os biomas brasileiros: cerrado, amazônia, caatinga, pantanal, mata atlântica e pampas.

Etimologia e vernáculos editar

Procyon, nome do gênero, é derivado do latim e significa "antecessor do cão" ou "assim como o cão". E, foi determinado o nome científico cancrivorus devido a sua preferência alimentar por crustáceos, o qual "cancro" significa caranguejo e vorus comedor.[6] Alguns de seus nomes advém do tupi: Jaracambeva e jaguacampeba de iararaka-akanga-péwa[7][8] ou ya'gwara-akanga-péwa (ya'gwara = "onça, jaguar, cão"; -acanga- = "cabeça"; péwa = "chato");[9] guaxinim de waxinín (lit. "o que rosna, roncador") [10][11] e jaguacinim de îagûasinĩ[12][13] ou iawara-sinínga.[14] Iguanara tem origem obscura.[15] Outros de seus nomes, em português, são mão-pelada, cachorro-do-mangue, cachorrinho-guaxinim, cachorro-do-mato-guaxinim, meia-noite; em espanhol: cangrejera, mapache lavador e mayuato; e em inglês crab-eating racoon.[3]

Evolução e taxonomia editar

Os mãos-peladas foram descritos pela primeira vez em 1792 pelo naturalista francês Georges Cuvier, que o descreveu como sendo Ursus cancrivorus. O colocou na família dos ursídeos (Ursidae) e afirmou que descendia deles a partir de um ancestral como, os miacídeos (Miacidae). Mais adiante, foram reclassificados como pertencentes à família dos procionídeos (Procyonidae),[6] da qual fazem os quatis (Nasua), juparás (Potos), bassariscos (Bassariscus), Bassaricyon (olingos e olinguitos) Procyon (guaxinins). Um estudo filogenético de 2007 mostrou que os juparás formam uma linhagem basal irmã do resto dos procionídeos. Divergiram há 21,6–24 milhões de anos. Dois clados, um levando a Bassaricyon e quatis, e um levando a bassariscos e Procyon, apareceram posteriormente e irradiaram durante o Mioceno (23,8 a 5,3 milhões de anos atrás).[16][17][18]

Procionídeos

Bassaricyon (olingo e olinguito)

Nasua e Nasuella (quatis)

Procyon (guaxinins)

Bassariscus (bassariscos)

Potos (jupará)

Subespécies editar

Atualmente se reconhecem quatro subespécies de mão-pelada, que são:[2]

  • P. cancrivorus cancrivorus G. Cuvier, 1798;
  • P. cancrivorus aequatorialis J. A. Allen, 1915;
  • P. cancrivorus nigripes Mivart, 1886;
  • P. cancrivorus panamensis Goldman, 1913;

Características editar

 
Peles de mão-pelada (direita) e guaxinim (esquerda)

Parece ser mais adaptado ao estilo de vida arbóreo do que seu parente, pois tem garras mais afiadas e estreitas, e se adapta melhor a uma dieta de alimentos de casca dura, visto que a maioria dos dentes da bochecha são maiores do que os do guaxinim, com cúspides arredondadas e mais largas. Embora possa parecer menor e mais aerodinâmico do que o seu parente, devido à sua pele muito mais curta e constituição mais graciosa, tem dimensões semelhantes às espécies do norte. O comprimento da cabeça e do corpo é de 41 a 80 centímetros (16 a 31 polegadas), o da cauda é de 20 a 56 centímetros (8 a 22 polegadas) e a altura no ombro é de cerca de 23 centímetros (9 polegadas). O peso pode variar de 2 a 12 quilos (4 a 26 libras), embora estejam principalmente entre os 5 e 7 quilos (11 e 15 libras);[19] outras fontes apontam peso máximo de 10 quilos.[20]

Sua pelagem varia de marrom escuro ao grisalho, às vezes variando ao castanho e vermelho,[21] e há uma máscara preta em seu rosto que se estende dos olhos à base da mandíbula. Sua cauda é peluda e possui 10 de cinco a dez anéis escuros. Sua cabeça é curta e o focinho pontudo, os olhos são grandes, redondos e quase totalmente orientados à frente e as orelhas são semirredondas com cor preta e bordas brancas. Seus membros torácicos são menos elevados que os pélvicos e são adaptados para segurar alimentos uma vez que suas mãos são móveis, desprovidas de pelos, espalmadas com dígitos longos e garras não retráteis. As suas pernas são pretas, ao contrário das de seu parente nortista, e são longas.[22] Visto ser plantígrado, ou seja, anda sobre a planta dos pés, sua pegada dianteira apresenta cinco dígitos finos e separados que se assemelham a mão humana espalmada, com as marcas das unhas e almofadas dispostas radialmente. Sua passada é de disposição paralela. Tais características o permitem ficar na posição bípede.[23]

Tal como os seres humanos, possui quatro vezes mais receptores sensoriais na pele das mãos do que dos pés, lhe dando maior acuidade tátil. Seu nervo isquiático origina-se no tronco lombossacral, nos ramos ventrais do sexto e sétimo nervos lombares e do primeiro nervo sacral. A origem do nervo isquiático do mão-pelada na região lombar é semelhante ao dos preás (Cavia aperea), cães (Canis lupus familiaris), gatos (Felis silvestris catus) e mocós (Kerodon rupestris), mas diferem nos três últimos quanto origem na região sacral, que tem origem no primeiro e segundo nervos sacrais.[24]

 
Crânio de mão-pelada
 
Aquarela de Frans Post de 1637/40

Comportamento e dieta editar

O mão-pelada é solitário e notívago (noturno),[25] principalmente terrestre, mas passa uma quantidade significativa de tempo nas árvores. Produzem abrigos em árvores, ocos de árvores, tocas, bromélias ou touceiras de capim. São animais onívoros e sua dieta se baseia em frutos (embaúba, jerivá, palmito, araticum, guariroba), anfíbios (sapos, rãs, pererecas e girinos), peixes, moluscos (ostras e amêijoas), répteis, pequenos mamíferos, aves, minhocas, ovos de tartaruga, artrópodes (lagartas, caranguejos, lagostas, lagostins, besouros, cigarras, aranhas) e outros invertebrados.[3][26][27][28] Em ambientes nos quais há presente de alimentos de origem antrópica (lixeiras e comedouros), os mãos-peladas se alimentam sobretudo disso.[22] No Brasil, estudos radiométricos revelaram uma área de vida de até 6,95 quilômetros quadrados para um macho, com outros indivíduos estudados apresentando áreas de 4,7 ± 3,3 quilômetros quadrados.[3] Aparentemente não são territorialistas, havendo relatos de sobreposição da áreas de vida.[29]

Reprodução editar

O mão-pelada reproduz-se entre julho e setembro, e a gestação dura entre 60 e 73 dias. Os descendentes nascem em fendas, árvores ocas ou ninhos abandonados de outras criaturas. Nascem entre dois e sete filhotes, sendo três a média. Embora se reproduzam apenas uma vez por ano, se uma fêmea perder todos os seus filhotes no início da temporada, se acasalarão novamente e terão uma segunda ninhada. Os machos não participam da criação dos filhotes e, enquanto cuidam dos filhotes, as fêmeas se tornam muito mais territoriais e não toleram outros mãos-peladas ao seu redor.[30] Os filhotes nascem com seus olhos fechados e os abrem em torno da terceira semana.[29] Entre sete e nove semanas, saem do ninho e exploram o ambiente com sua mãe. Com 12 semanas, desmamam e se separam do grupo.[21] Alcançam sua maturidade sexual com um ano de vida. Em cativeiro, há registros de espécimes que sobreviveram por 20 anos, enquanto na natureza não vivem mais do que cinco.

Distribuição geográfica e habitat editar

 
Exemplar da Costa Rica

O mão-pelada apresenta uma grande adaptação a vários tipo de habitats, uma vez que podem ser encontrado em ambientes aquáticos, não-aquáticos e até áreas com perturbações antrópicas. Ainda assim, esta espécie, apesar de viver adaptável a vários tipos de ambientes, tem certa dependência a áreas onde há fontes de água. Quase sempre é encontrado próximo a riachos, lagos e rios, embora possa ser registrado em territórios não aquáticos na certas épocas do ano. Ocorrem em florestas ombrófilas densas, semidecíduas, decíduas e mistas, Caatinga, Cerrado, mangues, restingas e Pantanal. Por vezes aparecem em paisagens modificadas, como mosaicos de eucalipto e vegetação natural, canaviais, pastos e fragmentos de mata.[3] No Panamá e na Costa Rica, onde é simpátrico com o guaxinim, pode ser encontrado estritamente em rios e riachos do interior, enquanto o guaxinim vive em florestas de mangue.[26]

Geograficamente, tem distribuição ampla, desde a América Central (Panamá e Costa Rica) e por boa parte da América do Sul a leste dos Andes, incluindo Argentina, Brasil, Bolívia, Colômbia, as Guianas, Suriname, Trindade e Tobago e Venezuela.[2] Especificamente no Brasil, tem presença em todos os biomas, inclusive o território de inúmeras unidades de conservação.[3]

Conservação editar

Na classificação da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), é classificado como uma espécie pouco preocupante (LC) em relação à sua extinção, mas a espécie parece estar entrando em declínio devido a perda de habitat, como a destruição dos manguezais, atropelamento nas rodovias, caça com o objetivo de utilização de sua pele, prática de tiros, tráfico de animais e poluição da água, sobretudo por despejo de dejetos industriais e o mercúrio, proveniente das áreas de garimpo, em fontes de água que acabam envenenando várias espécies e as comprometendo em seu ambiente natural.[31] Além disto, foram encontrados indivíduos desta espécie com leishmaniose e soropositivos para a raiva, cinomose, parvovirose e leptospirose.[3]

Referências

  1. Reid, F.; Helgen, K.; González-Maya, J. F. (2016). «Crab-eating Raccoon - Procyon cancrivorus». Lista Vermelha da IUCN. União Internacional para Conservação da Natureza (UICN). p. e.T41685A45216426. doi:10.2305/IUCN.UK.2016-1.RLTS.T41685A45216426.en. Consultado em 18 de julho de 2021 
  2. a b c d Wozencraft, W.C. (2005). «Procyon cancrivorus». In: Wilson, D.E.; Reeder, D.M. Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore, Marilândia: Imprensa da Universidade Johns Hopkins. p. 627. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  3. a b c d e f g h Cheida, Carolina Carvalho; Guimarães, Flávio Henrique; Beisiegel, Beatriz de Mello (2013). «Avaliação do risco de extinção do Guaxinim - Procyon cancrivorus (Cuvier, 1798) no Brasil» (PDF). Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. Biodiversidade Brasileira. 3 (1): 283-290 
  4. «Mão-pelada». Michaelis. Consultado em 18 de julho de 2021 
  5. José, Francisco (2012). «Animais vítimas do tráfico são libertados na floresta da caatinga - A grande aventura pelos céus do nosso país chega à mais brasileira de todas as matas. Ao todo, 28 milhões de pessoas vivem em área de caatinga». Globo Repórter. Consultado em 18 de julho de 2021 
  6. a b Pereira, Kleber Fernando. Procyon cancrivorus (mão-pelada): aspectos morfológicos das glândulas salivares e distribuição do nervo isquiático (PDF) (Tese de Doutorado). Goiânia: Universidade Federal de Goiás. p. 2-3 
  7. «jaguacampeba». Michaelis. Consultado em 19 de julho de 2021 
  8. «Jaracambeva». Michaelis. Consultado em 19 de julho de 2021 
  9. Houais, verbete jaguacampeba
  10. Houaiss, verbete guaxinim
  11. «Guaxinim». Michaelis. Consultado em 19 de julho de 2021 
  12. Navarro, E. A. (2013). Dicionário de Tupi Antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo: Global. p. 154 
  13. Papavero, Nelson; Teixeira, Dante Martins (2014). Zoonímia Tupi nos Escritos Quinhentistas Europeus (PDF). São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Universidade de São Paulo (USP). p. 251, nota 136 
  14. «Jaguacinim». Michaelis. Consultado em 19 de julho de 2021 
  15. Houaiss, verbete Iguanara
  16. Eizirik, E.; Murphy, W. J.; Koepfli, K.-P.; Johnson, W. E.; Dragoo, J. W.; Wayne, R. K.; O’Brien, S. J. (4 de fevereiro de 2010). «Pattern and timing of diversification of the mammalian order Carnivora inferred from multiple nuclear gene sequences». Molecular Phylogenetics and Evolution. 56 (1): 49–63. PMC 7034395 . PMID 20138220. doi:10.1016/j.ympev.2010.01.033 
  17. Helgen, K. M.; Pinto, M.; Kays, R.; Helgen, L.; Tsuchiya, M.; Quinn, A.; Wilson, D.; Maldonado, J. (15 de agosto de 2013). «Taxonomic revision of the olingos (Bassaricyon), with description of a new species, the Olinguito». ZooKeys (324): 1–83. PMC 3760134 . PMID 24003317. doi:10.3897/zookeys.324.5827 
  18. Helgen, K. M.; Kays, R.; Helgen, L. E.; Tsuchiya-Jerep, M. T. N.; Pinto, C. M.; Koepfli, K. P.; Eizirik, E.; Maldonado, J. E. (2009). «Taxonomic boundaries and geographic distributions revealed by an integrative systematic overview of the mountain coatis, Nasuella (Carnivora: Procyonidae)» (PDF). Small Carnivore Conservation. 41: 65–74 
  19. Burnie, D.; Wilson D. E. (2005). Animal: The Definitive Visual Guide to the World's Wildlife. Londres: Dorling Kindersley. ISBN 0789477645 
  20. Pereira, Kleber Fernando. Procyon cancrivorus (mão-pelada): aspectos morfológicos das glândulas salivares e distribuição do nervo isquiático (PDF) (Tese de Doutorado). Goiânia: Universidade Federal de Goiás. p. 4 
  21. a b «Mão-pelada - Procyon cancrivorus». Pró-Carnívoros. Consultado em 19 de julho de 2021 
  22. a b Silveira, F. F. «Mão-pelada (Procyon cancrivorus. Fauna Digital do Rio Grande do Sul; Bird and Animal - Evolution Systematics and Ecology Lab - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Consultado em 19 de julho de 2021 
  23. Pereira, Kleber Fernando. Procyon cancrivorus (mão-pelada): aspectos morfológicos das glândulas salivares e distribuição do nervo isquiático (PDF) (Tese de Doutorado). Goiânia: Universidade Federal de Goiás. p. 4; 6 
  24. Pereira, Kleber Fernando. Procyon cancrivorus (mão-pelada): aspectos morfológicos das glândulas salivares e distribuição do nervo isquiático (PDF) (Tese de Doutorado). Goiânia: Universidade Federal de Goiás. p. 6; 18; 22 
  25. Cheida C. C.; Rodrigues F. H. G.; Mourão G. M. (2012). «Ecologia espaço-temporal de guaxinins Procyon cancrivorus (Carnivora, Procyonidae) no Pantanal central» (PDF). Cuiabá: Universidade de Minas Gerais (UFMG). Consultado em 19 de julho de 2021 
  26. a b Zeveloff, Samuel (2002). Raccoons: a natural history. [S.l.]: Smithsonian Books. ISBN 978-1588340337 
  27. «Mão-pelada - (Procyon cancrivorus. G1. 2015 
  28. «Mão-pelada - Procyon cancrivorus». Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade. Consultado em 19 de julho de 2021 
  29. a b Pereira, Kleber Fernando. Procyon cancrivorus (mão-pelada): aspectos morfológicos das glândulas salivares e distribuição do nervo isquiático (PDF) (Tese de Doutorado). Goiânia: Universidade Federal de Goiás. p. 5 
  30. «Procyon cancrivorus - crab-eating raccoon». Animal Diversity Web - Museu de Zoologia da Universidade de Michigão. Consultado em 19 de julho de 2021 
  31. Siviero, Maria Carolina (2012). «Caracterização de micro-habitats do guaxinim (Procyon cancrivorus) em remanescentes de vegetação na região de Campinas, São Paulo (Mammalia: Carnivora)» (PDF). Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" Instituto de Biociências - Rio Claro 
 
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